Fugir

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"Apesar do nosso jeito imperfeito, você tem o dom de me completar de uma maneira perfeita. Não por sermos metades, mas simplesmente por ser tudo o que me faz te amar por inteiro."

-Giulia S.

Akihito mantinha seus olhos presos a paisagem noturna do centro movimentado da cidade, mas seus pensamentos vagavam distantes. Já tinha um bom tempo que não entrava em contato com seus conhecidos exatamente para evitar o que estava se passando no momento, porem agora que já se desenrolava o que ele não queria seria bom ligar e avisar que estava bem? Talvez fizesse isso mais tarde. A situação em que se encontrava requeria preocupação com o encontro que teria em breve, porem,para a surpresa do próprio loiro, não estava nem um pouco preocupado.

O carro seguia pela área mais capitalista da cidade. Somente qualidade, luxo e dinheiro reinavam naqueles quarteirões de lojas,restaurantes e hotéis caríssimos. Típico. O que devia esperar?

O veiculo parou na frente de um grandioso hotel. Ricos sendo ricos. Um dos dois capangas que estava no banco da frente saiu do carro e o deixou com o outro indo em direção a entrada movimentada do lugar. O loiro olhou de lado para o motorista e tomou um pequeno susto ao ver que ele o encarava e teve um lapso de memória. Não era apenas mais um pal mandado, conhecia aquele sujeito.

-Ah!-Takaba exclamou estralando os dedos.-Lembrei! Você é o secretário que foi me buscar na delegacia daquela vez!

O sujeito não esboçou nenhuma reação, apenas continuou encarando o mais novo.

-Pra me dar bronca não poupa palavras, mas quando é pra comprimentar fica mudo.-O loiro cruzou os braços sobre o peito inflando as bochechas.

O homem sentou-se direito à direção do carro ignorando o garoto.

-Criança.-Foi a única palavra que o moreno proferiu com um tom de desaprovação.

-Ei!-Akihito bateu na parte de traz do banco irritado por ter sido chamado de criança.

Um som característico de chamada recebida ecoou no veículo e o motorista atendeu seu celular apenas escutando o que a pessoa do outro lado da linha dizia. Akihito manteve sua atenção em todos os movimentos que o outro realizou a seguir. Ele desligou o celular, saiu do carro,deu a volta,veio até o seu lado e abriu a porta o puxando para fora. O secretário indicou que ele devia ir na frente e com um dar de ombros Akihito o fez. Seus olhos claros analisaram as pessoas a sua volta procurando uma abertura, qualquer uma seria útil. E ela apareceu.

Uma mulher vinha em sua direção mexendo concentrada em seu aparelho celular com vários papéis em mãos. Perfeito. Ao invés de desviar,Akihito olhou por cima de seu ombro e sorriu para o subordinado em seu encalço. Foi inevitável a colisão. A mulher bateu def frente com o loiro. Ambos se desequilibraram com o impacto. Takaba foi segurado pelo subordinado e impedido de cair, mas a mulher sentou no chão com todos os seus papéis caindo ao redor deles.

-Eu sinto muito.-Akihito foi até ela e lhe ofereceu ajuda para levantar.

-Eu que peço desculpas.-Ela aceitou a mão do loiro e se desculpou.-Não devia andar tão distraída. Você está bem?

-Não foi nada, o grandão ali me segurou.-O jovem sorriu e apontou para o sujeito as suas costas. Akihito olhou os papéis espalhados.-Secretário, ajude ela a recolher seus pertences!

O homem levantou uma sobrancelha para o outro.

-Não consigo me abaixar.-O loiro choramingou.

-Não precisa!-Ela garantiu.

-É claro que precisa.-Takaba insistiu.

A mulher desconhecida e o secretário juntaram as várias folhas espalhadas e as organizaram. Quando terminou de ajudar e a desconhecida agradeceu e continuou seu caminho foi que ele percebeu. O loiro não estava mais em seu campo de vista.

Stay away from usOnde histórias criam vida. Descubra agora