Cap 1 | A 93 milhões de milhas do Sol

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P.O.V. Cristina

Estou de cabeça baixa pensando na merda em que me meti quando a porta estranha se abre e um outro alienígena entra. Um grey da minha altura, muito magro e como os outros, aparentemente frágil. Além da altura menor, a diferença estava em sua pele também, não era cinza como a dos outros, era branca, quase transparente. Ele vestia um macacão alaranjado e carregava em sua mão uma caixa pequena também alaranjada. Caixa não é bem o termo, mas bolsa também não é. Vou chamar de maleta, se assemelha mais do que a uma caixa. Ele me deu o que eu acho que foi um sorriso.

Franzi as sobrancelhas, esse foi um sorriso nervoso e inseguro. Mas não falso como o do pleiadiano. Eu não retribuí, até porque, dadas as circunstâncias, eles são meus raptores.

Meus olhos o observam o tempo todo enquanto ele caminha e coloca a maleta no chão, com um suave som, a tampa levanta lentamente e revela alguns instrumentos. Ele tira algo semelhante a um telefone antigo, só que mais fino, mais comprido e parece ser mais leve. Olha para mim outra vez e faz aquele gesto com os lábios novamente, sim, definitivamente ele sorriu para mim. Sua expressão, se é que ele tem isso, me diz que está esperando pelo meu consentimento para se aproximar.

Arregalo os olhos, de forma alguma! Balanço negativa e freneticamente a cabeça, em um claro gesto de negação. Ele ergue as duas mãos para cima, em sinal de que está tudo bem. Me admiro, achei que este fosse um gesto apenas humano. Ele tenta se aproximar outra vez, ainda com as mãos para cima e eu baixo um pouco a guarda, à espera do que quer que ele esteja planejando fazer. Aqui não há nada que eu possa usar como arma, a não ser a maleta dele, que eu duvido muito que ele me permitirá chegar perto.

Ao chegar perto, fico completamente imóvel, tremendo com a ideia dele me contaminar com alguma radiação ou substância química desconhecida. Lembro-me do soldado do caso de Varginha que morreu dias depois de ter contato corpo a corpo com um alienígena e estremeço. Ele veste luvas estranhas em suas mãos mais estranhas ainda e aproxima o aparelhinho do meu peito. Recuo abruptamente para trás e ele se assusta e faz um ruído em sua garganta, não sai sílabas de sua boca, apenas sons.

- Você não pode me entender, não é mesmo? - pergunta, na esperança de que ao menos alguém aqui dentro possa compreender o que eu digo.

A pele de sua garganta sobe e desce, como se ele engolisse em seco e então, com sílabas muito arrastadas, ele diz:

- I speak English. Do you speak?

Me surpreendo totalmente. Eu compreendi o que ele disse, ele usou o inglês, mas infelizmente eu nunca tive dinheiro para pagar um curso de inglês ou comprar livros para estudar em casa. O que eu sei é apenas o conhecimento vago dado nas escolas. Mas eu resolvo tentar.

- Ah... Hum... I don't speak English, ah... More or less, my English is very bad. But, my name is Cristina. - Fiz o melhor que pude.

- I'm Zissstyrekiozzz. - ele se apresenta.

Menina dos Olhos de EstrelaOnde histórias criam vida. Descubra agora