viver do que amo e com quem amo

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Faziam semanas que estavam em Londres, moravam em um apartamento pequeno, mas era no centro da cidade e tinham uma ótima senhoria, que dava aos dois liberdade para pagarem quando tivessem.

Watson estava trabalhando em uma clínica, Sherlock não sabia exatamente o que seu namorado fazia, mas aproveitava o pouco dinheiro que sobrava.

O plano de Holmes não era ficar sentado em sua poltrona o dia inteiro, muito menos limpar a casa e fazer as refeições para John. Era quase um faxineiro. Um péssimo faxineiro.

Queria estar nas ruas, correndo, fazendo o que gostava. Quando pequeno, gostava de charadas, de resolver casos e chocar as pessoas. Faria isso.

Demorou algum tempo para ganhar dinheiro, para as pessoas lhe respeitassem, para ter contatos. Ainda não era tão respeitado como queria, ouvia piadas sobre si e as ignorava.

Tinha dinheiro suficiente, tinha Watson e tinha casos para resolver. O fantasma do passado nunca lhe afetava, estava sempre entorpecido pela presença de John, ele permitia que nunca se afogasse em decepções e medos.

— Eu fui demitido. Mais uma vez.

John se jogou em Sherlock, que estava deitado na poltrona. Era engraçado que isso acontecia todas as semanas, duas ou três vezes em cada semana. Watson fazia algo errado, mexia em um aparelho, quebrava algo.

— Você poderia trabalhar comigo. Ser meu assistente, meu consultor júnior.

Sherlock falou despreocupado, já tinha essa vontade fazia muito tempo. Trabalhar ao lado de John, receber seus constantes elogios. Exibir seu namorado pelas ruas.

— Júnior?

— Não gostou?

Holmes acariciava os braços de Watson, tentando memorizar cada tatuagem e cada sinal. Gostava de todas, em especial a que representava o relacionamento de ambos. Um violino e um piano, era uma de suas tatuagens mais discretas e bonitas.

— Eu vou ver sangue contigo amanhã. Mas não prometo ajudar.

— Só permaneça do meu lado, olhando o que faço. Calado, mas fique do meu lado.

— Eu consigo fazer isso. A demissão não vêm.

Watson não conseguia ficar calado, soltava elogios e comentários. Com o tempo, ele aprenderia. Sherlock faria ele aprender.

E então, Watson o castigaria. Sherlock poderia mandar na cena de crime, já John mandava em casa, na cama que eles dividiam.

Somos perversos, eles diriam.

the pretty demon - johnlockOnde histórias criam vida. Descubra agora