Capítulo V- Amesterdão Pt 1

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Lea's POV

O Sam e a rapariga que até agora não tinha nome vestiram-se após os pedidos severos de Isaac. Se pensam que ele ficou envergonhado do estado em que estava quando entrámos enganam-se. Riu o tempo todo! E sempre a olhar para mim. Tenho que admitir que me senti bastante desconfortável. A coitada da rapariga ficou toda corada.

- Agora que já estás minimamente vestido temos que falar. Ela tem de sair.- anunciou o Isaac apontando para a rapariga que agora sabia que se chamava Chloe.

-Sim, sim. Eu também já estava a sair. Tenho de jantar. Ligas-me, Sam?

-Ele não vai poder ligar.- respondi eu em lugar do guardião do ar.

A Chloe saiu de casa. Sentámo-nos no sofá preto da sala mal arrumada do Sam. Ele estava sozinho. O pai tinha morrido, num acidente de carro dizia ele, e a mãe estava de viagem. Ele tinha o cabelo castanho claro, quase dourado se olhássemos com uma certa luz. Os olhos dele eram tão estranhos como os meus e os de Isaac. Eram de um cinzento claro que parecia branco e me hipnotizavam. Resultavam muito bem com o sorriso dele. Era bonito, admito. Era aquele sorriso que muita gente faz quando quer flirtar com alguém. Mas com ele era natural. Algo me dizia que a Chloe não era a primeira pessoa a exprimentar o sofá.

-Ouve, Sam, nós temos uma cena para te contar. Tu és especial. Tens um dom e...-comecei eu.

-Um dom?! Achas que eu não sei disso. Tenho o dom das miúdas. Elas adoram-me! Tu é que nunca viste nada, mas tenho a certeza que...

-Cala-te, sim? Isto é sério- calou-o o Isaac.

Reparei na garrafa vazia de uísqui que estava atirada para trás sofá.

-Tu estás bêbedo?- perguntei sabendo, no entanto a resposta.

-Talvez um bocado. Mas eu consigo manter-me sério. Hábito. Conta lá.

- Bom, eu não sei se sabes mas tu não... Tu és... Olha Isaa eu não lhe consigo contar assim do nada que ele tem poderes estranhofs e que é um et estranho quando eu só agora é que descobri tudo!- gritei.- Eu acabei de o fazer não foi?

   O Isaac disse que sim dando uma pequena risada. O Sam estava boquiaberto a olhar para mim. Provavelmente não fazia ideia dos poderes que tinha. Lembro quando descori dos meus poderes. Estava entusiasmada e ao mesmo tempo assustada. Pensei estar doente. Eu era apenas uma menina de dez anos que gostava de nadar e de ir à fonte ver a água a mexer-se. O Sam devia estar a sentir o mesmo. Ou então achava que éramos todos loucos.

-Hum... Parece que foi diferente do que tínhamos planeado. O que estamos a dizer é que...-retomou o rapaz louro.

-Eu sei. De tudo. A minha mãe contou-me quando o meu pai morreu. Foi assassinado quando vivíamos na Florida. Nunca liguei muito a isso. Deixei isso para trás. Nunca me chatearam por isso. Mas sei tudo sobre isso. Li nuns livros que a Kendall tem. A Kendall é a minha mãe. Vocês dois também são guardiões lá do outro planeta?

Olhei para o Isaac que já tinha uma garrafa de água na mão. Sorri.

-Lea, tenho uma cena para te contar.

Girou a mão e uma chama nasceu por cima dela. Era estranho. A mão dele deveria estar a arder mas ele olhava para o fogo brilhante com os olhos cheios de alegria.  Movimentou a chama em bonitas espirais flamejantes. O sol estava a pôr-se e as luzes ainda estavam desligadas. O fogo dançava pela sala iluminando-a e os nossos olhos estavam focados estavamos apenas focados nisso. O calor em demasia reinava a sala mas sem nunca queimar nada. O Isaac controlava na perfeição os seus poderes.

   Tudo muito lindo mas eu já estava farta daquilo. Fiz o habitual tentáculo com a água da garrafa e conduzi-o até à chama apagando-a. Estiquei o dedo para a água que restava e ela ficou com mole e peganhenta. Fiz uma bola com aquilo e atirei para o Sam que depressa a apanhou.

 -Suponho que isto responda à tua pergunta. - ri-me.- Sabes mais ou menos o que consegues fazer?

-Em teoria sei. Consigo movimentar o ar e gerir a sua força. Posso criar grandes tempestades e vendavais. E também consigo voar. Mas é difícil dado que apenas usei os poderes uma vez para os experimentar.

  Explicámos o que tinha acontecido na viagem. Ele indicou-nos People lojas de roupa. Felizmente o meu cartão de crédito tinha sobrevivido. Saimos para ir comprar roupa, cigarros para o Isaac e o jantar.

Em busca dos elementosOnde histórias criam vida. Descubra agora