Ano versado

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Já é hora de partir?
Só sinto o cheiro dos balões murchos, os papéis no chão, restos e farelos.
O salão vazio, talvez sempre esteve assim. A música nem se ouve, apenas o zumbir das caixas ligadas porém sem vida.

Já se foram todos?
Vestígios inegáveis de um passado repleto, cheio, lotado de seus pares. Onde foram?
Eu não percebi partirem, queria eu poder me despedir e agradecer suas breves presenças.

Nas paredes algumas marcas, felicitações pela chegada, todo aniversário comemorado, um dia, apenas um.

Aguardo a próxima, um dia esse salão se encherá novamente, assim como os balões. E eu, será? Quem sabe...

Sinto falta da dança, da harmonia, dos foliões com sorrisos pintados.
Mas sempre soube que não ficariam, afinal, partem em busca de outras folias.

Pestanejo, adormeço, nos sonhos, um mundo paralelo, festança eterna. Que nada me acorde, senão pelas perturbações de um novo começo, outro dia, uma nova festa.

Saudades dos convidados, este ano, não vieram...

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