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Quando cheguei ao teatro fui no canto onde a Carmela e a Jessica estavam conversando.

SHIRLEI: Oi! - Dei um beijo de bochecha nelas e elas continuaram o assunto.

'O que eu posso dizer? Que assunto eu posso dar para participar da conversa? Elas estão falando de músicas e artistas que não conheço ou não acompanho. Parece tão fácil elas conversarem sem parar... por que eu não consigo? Qualquer assunto que começo com uma delas acaba rapidinho'.

Terminando o ensaio para nossa peça, eu me despedi com apenas um 'Tchau' tímido e fui para cara.

Meus pensamentos, quando ando sozinha, normalmente é que vou ser assaltada, mas resolvi ouvir música com o celular na mão, porque o fone de ouvido é pequeno. Chegando perto da minha casa, um motoqueiro parou na rua, ao meu lado.

Meu fone estava alto e ele estava de capacete. Ele estava me olhando e falando algo. No impulso eu olhei de cara feia e, lembrando do celular, sai correndo. Vendo meu pai na porta, me olhando, me tranquilizei e ao mesmo tempo fiquei com vergonha por quase ser assaltada com o celular na mão, exposto, e por estar correndo na rua sem saber se era mesmo um assalto.

PAI: Eu vim te esperar porque vi esse motoqueiro rondando a rua. – Ele me falou quando cheguei perto. Olhei para trás e vi um poste no meio da calçada tapando o lugar onde o motoqueiro havia parado. 'Meu pai só me viu correndo'. O motoqueiro já estava no final da rua, indo embora.

SHIRLEI: É, ele falou alguma coisa que eu não ouvi. Eu saí correndo – disse baixinho, timidamente.

PAI: Provavelmente foi assalto. A sorte é que ele foi embora, imagina se tivesse armado?

Entramos em casa. Eu tentei me desviar desse episódio medonho e lembrei de um pedaço do meu sonho... 'Aquele cara que eu vi na rua... É ele'


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