Capítulo 4

162 44 6
                                    

Narrado por Penny:

A chuva estava começando a dar uma acalmada, já era quase uma hora da manhã, Froy me observava de vez enquando, não vou negar que ele mexe com algo que não quero despertar dentro de mim, sou um elfo livre.

-Chama a ambulância!-gritou David do segundo piso. -A vó caiu!

Froy subiu correndo enquanto eu ligava pra ambulância, em menos de 15 minutos ela chegou, eu tremia nervosa com os gritos de dor da senhora Riveira.

-Vou com vocês!-falei.

-Não, me ajude a fechar as coisas aqui, por favor, Froy ajuda aqui, preciso de vocês aqui!

-Pode deixar, fica tranquilo e por favor nos de notícias!

Ele entrou na ambulância e olhei para Froy que também estava nervoso.

Cabrummm

Um raio caiu aqui perto fazendo a luz ir embora por alguns segundos.

-Vamos fechar tudo!-disse ele. -A tempestade só está começando!

-Está bem!

Fechamos as portas e nos trancamos, fechei o caixa enquanto Froy arrumava algumas bebidas na frente, raios ecoavam a cada dois ou três minutos, era uma descarga elétrica muito grande, fomos para os fundos para por as bebidas no freezer.

-David mandou mensagem!-disse ele.

-Como ela está?

-Fraturou o fêmur, já está medicada e bem, ele me pediu se podemos ficar para abrir amanhã demanha pra ele, e que nos paga hora extra!

-Eu nem penso nisso, diz pra ele que eu fico como amiga, ele não precisa pagar!

Froy digitou rapidamente e enviou.

-Ele disse para subirmos, tem um quarto de hóspedes que você pode ficar e eu fico no quarto dele!

-Durmo até no sofá!

Ele digitou mais um pouco e terminou de me ajudar com as bebidas.

-Não vai avisar seus pais?-perguntou ele.

-Pra quê?!-deixei escapar sem pensar, ele me olhou sem entender. -Quero dizer, sim, não, não precisa!

Ai merda me enrolei toda pra falar que ficou na cara que tenho algum problema, desligamos as luzes e subimos, a casa da senhora Riveira parecia com aqueles filmes mexicanos, colorida, Froy conseguiu uma camiseta e uma bermuda do David pra mim e uma toalha, fui tomar banho no quarto de hóspedes, deixei minha roupa estendida pois amanhã teria de usar as mesmas, lavei minhas calcinhas na mão e as apertei contra a tolha para tirar a umidade, assim secaria até amanhã, coloquei a camiseta de David, que cobria até os meus joelhos, coloquei a bermuda e no primeiro passo que dei ela caiu, o que me fez rir, joguei-a na cama, a chuva lá fora só aumentava, à anos eu não via uma chuva assim.

-Preciso de café!

Froy já deve de estar dormindo, procurei a cozinha e encontro Froy fazendo café passado naqueles coadores de tecido, o cheiro invadiu minhas narinas.

-Café?!-perguntou ele me estendendo uma xícara. -Se prefere chá posso fazer!

-Não, prefiro café mesmo!

Fui até ele e peguei a xícara quentinha nas mãos, ele estava usando uma camiseta branca de algodão sem nenhuma estampa, uma bermuda e chinelo que devia ser do David.

-Está muito bom! -falei ao provar o saboroso café.

-Obrigado!

-Boa noite Froy!

-Boa noite Penny!

-Se sentir medo estou no quarto do lado!-falei o provocando.

-Não fale isso duas vezes, o próximo raio que apagar as luzes eu corro pro seu quarto!-falou ele rindo.

-Cagão!

-Sou mesmo!

Passei pela sala e apaguei a luz, a sacada dali dava para ver a praia, abri a porta janela, o vendo havia passado, só havia uma chuva contínua, raios clareavam ao longe, a parte da eletricidade acho que já estava passando ficando apenas a chuva, as luzes hoje estavam mais verdes, deixando um efeito bonito na chuva, calcei minha xícara sobre uma mesinha que tinha do lado da porta e sai um pouco na frente, sentir alguns pingos no rosto é algo que não tem preço, como é delicioso.

-Você é fascinante sabia?!-disse Froy.

-Não resisti! -falei entrando de volta.

Froy se aproximou lentamente, parando ao meu lado para admirar a chuva comigo, passou o braço por minhas costas e foi me trazendo aos pouquinhos para perto dele, meu rosto se espremeu contra seu peitoral, e seu braço atravessou minhas costas, como se ele envolvesse todo o meu ser naquele braço, de mansinho o outro braço dele passou por debaixo do meu outro braço, eu não sabia o que fazer, meu outro braço foi até o meio das costas dele e peguei-o pela camiseta, ele suspirou profundamente, me dando uma sensação de conforto, seu corpo era quente e macio, passei minha outra mão pra baixo do seu braço e envolvi sua cintura o abraçando, eu queria morar naquele abraço e nunca mais sair dali.

-Desculpe, mas não resisti!-sussurrou ele.

Apenas sorri, aquele foi o melhor abraço do mundo, nunca recebi um abraço igual a este, ficamos em silêncio, apenas ouvindo o barulho da chuva e eu ouvia seu coração batendo acelerado, Froy literalmente estava mexendo comigo, só sei que eu não conseguia larga-lo apesar de meu corpo estar se queixando por estar na mesma posição a algum tempo, movimentei-me um pouco e ele me soltou devagar, não me solta não, é tão bom, meio relutante liberei sua cintura dos meus braços, Froy passou as mãos em meus braços e olhei em seus olhos, a luz da cidade se foi e senti seus lábios quentes encostando nos meus, nesse momento estou me sentindo sedenta por esse beijo, o puxei de volta para mim e o beijei com intensidade, Froy passou as mãos por minha cintura me pegando no colo, entrelacei minhas pernas a sua volta e envolvi meus braços em seu pescoço, eu não posso fazer isso... Mas eu quero tanto...

-Froy... -sussurrei entre os beijos.

-Humm...

-Eu não posso fazer isso...

Ele parou de me beijar, mas não me largou até porque eu não conseguia solta-lo, olhei em seus olhos na claridade de um raio e voltei a beija-lo.

-Quer que eu pare? -sussurrou ele entre meu beijo.

-Não... -Não consigo me afastar e não quero que se afaste.

Ele me levou para o quarto de hóspedes, abriu a porta janela, e me levou até a cama, eu queria mais do que aqueles beijos, mas Froy foi mais cavalheiro do que jamais imaginei, eu estava fora de controle na casa de outra pessoa, não era assim que eu queria perder minha virgindade, então me aconcheguei no peito dele e adormeci.

O melhor abraço do mundo!Onde histórias criam vida. Descubra agora