Capítulo 30

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Narrado por Froy;

Penny estava segurando ao máximo, eu conseguia ver por suas expressões o quanto lutava para não pensar no assunto, ficava emendando um assunto no outro com meu pai durante todo o almoço, meu pai estava radiante, e pelo visto se identifica muito com Penny, a conversa estava animada até que meu pai tocou no assunto.

-E sua mãe Penny?

-É ela está melhorando!

-Ela quer te conhecer! -falei. -Acho que poderíamos tentar levar ela pra almoçar amanhã!

-Não sei se o médico permitiria!

-Tem um restaurante na esquina do hospital, podemos convencer o médico, acho que sua mãe iria gostar de sair um pouco daquele lugar!

-Verdade, vou falar com o médico!

-Combinado então, amanhã nos vemos então!

Nos despedimos do meu pai e caminhamos de volta pelo centro.

-Quero comprar um vestido pra minha mãe, acho que ela não deve ter o que vestir pra sair do hospital!

-Acho uma boa ideia!

Entramos em uma loja no shopping.

-Amor se importa que eu vá em outra loja, volto aqui antes de você sair!

-Claro! -disse ela enquanto escolhia vestidos azuis.

Sai da loja com intenção de comprar um livro pra mãe dela e na passada da livraria passei na frente de uma joalheria, na vitrine vi um colar com uma pedra azul, sei que não era do gosto de Penny, mas acho que minha sogra talvez gostasse do mimo, não me custa tentar, entrei na loja e comprei o colar, fui na livraria entrei pra pegar um e sai de lá com seis, Penny vai me matar, não tem mais espaço no furgão para por livros, voltei e Penny estava pagando sua compra.

-Comprei roupa íntima pra ela também! -revelou Penny.

-Que bom que ela te tem!

Ela sorriu pra mim me dando um selinho, compramos sorvete e voltamos para o hospital, ao chegar lá Penny foi conversar com o médico e eu subi para ver Margot.

-Licença! -falei ao abrir a porta.

-Entra querido!

Entrei e larguei as compras no sofá, Margot brigava com o tablet, me fez rir.

-Como foi o almoço com seu pai?

-Foi agradável! -falei me aproximando da maca com três livros na mão. -Te trouxe de presente!

Lhe entreguei os livros.

-Ai sim falou minha língua! -disse ela bem humorada.-Obrigada, sente-se aqui!

Sentei-me na maca.

-Não vejo a hora de sair daqui! -disse ela. -Não aguento mais paredes brancas, minha casa vai virar um arco-íris!

-Acho que vai ter uma surpresa agradável daqui a pouco!

-Filho, você se dá bem com seu pai?

-Ele assumiu seu erro e me pediu perdão, claro que ele se dá bem melhor com a Penny, são dois espíritos aventureiros!

-Eu não queria estragar a vida de vocês as vezes penso que se eu tivesse morta seria melh...

-Nem pense numa coisa dessas, Penny te ama e faria qualquer coisa por você, e eu sempre quis ter uma família grande e unida, talvez agora possamos ter!

-Mas e a viagem que vocês fariam?

-Continuaremos fazendo quando você estiver bem, pode ir conosco se quiser e se não quiser podemos viajar algumas vezes por mês!

-Sabe Froy, eu sempre fui apaixonada por aventuras, eu gostava de correr, foi em uma corrida de carros que conheci o traste, eu corria nessas corridas clandestinas, não ia pelo dinheiro, ia pela adrenalina, foi por isso que dei o nome de Penélope a minha filha, era meu apelido, acho que nunca mais vou poder correr, mas se um dia voltar a dirigir já seria um sonho, sentir os cabelos voando no vento! -suponho que enquanto descrevia a sensação ela ficava se imaginando pois fechava os olhos. -Ah que saudades do cheiro da terra molhada, o cheiro do mar, das flores, não imagina o que é viver dentro de uma caixa branca amarrada, enclausurada... nem é bom falar sobre isso é algo que quero apagar da minha vida!

-Como conseguiu sair de lá tão sã?

-Fingindo demência! -disse ela rindo. -Era o jeito, era o que eles queriam, e eu estava lhes dando o que queriam!

Penny abriu a porta, quando a enfermeira chegou junto, ela entrou com as bochechas coradas, provavelmente estava ouvindo atrás da porta.

-Tenho boas noticias! -disse Penny entregando a sacola com as roupas pra ela.

-Conte-me!

-Amanhã vai sair para almoçar conosco!

-Não acredito, finalmente! -disse ela batendo palminhas. -E o que é isto?

-Achei que não ia querer ir com a roupa do hospital!

Margot abriu a sacola e tirou três vestidos de tonalidades diferentes de azul.

-São lindos filha, acertou na cor e acho que no tamanho também!

-Que bom que gostou! -disse Penny sorrindo, mas eu a conhecia, sabia que tinha tristeza em seu sorriso-Amanha vamos almoçar aqui perto, pois não recebeu alta ainda, o médico graças aos céus almoça no mesmo restaurante, então vai estar de olho caso aconteça alguma coisa!

-Só não sei se vou conseguir caminhar tanto!

-Não vai precisar, consegui uma cadeira de rodas pra te levar, não comprei nenhum sapato porque não sabia seu número, mas amanhã eu trago!

-Ai filha, estou te dando tanto trab...

-Nã,nã,nã, não quero ouvir essas baboseiras de gente idosa, você é jovem ainda e tem muito pra me ensinar!

-Acho que sou eu que vou ter que aprender com vocês! -disse ela olhando para o tablet. -Eu juro que tentei, mas essa coisa não me obedece!

-Tenho outro presente! -falei.

Lhe entreguei a caixinha com o colar.

-Meu Deus que lindo, a séculos não ganho uma jóia, obrigado querido é linda!

-É pra combinar com seu vertido novo! -falei.

Ver o sorriso da Penny foi meu maior presente naquele momento, desta vez o sorriso era verdadeiro ao ver o da mãe, o horário de visitas acabou e voltamos para o furgão, dirigi até a saída da cidade, onde tinha um campo aberto e sossegado, estacionei e Penny abriu pro Jack sair, ela sentou na beira da porta, me sentei ao seu lado e a abracei.

-Você ouviu atrás da porta não é mesmo?

-Ouvi, foi meio sem querer, talvez ela não me contasse o que contou pra você!

-Pode ser, mas não quero mais te ver chateada, sua mãe não perdeu a alegria de viver, ela tem espírito aventureiro igual ao seu, vamos dar um jeito nas coisas, você vai ver!

-Acredito em você! -disse ela me fazendo um carinho. -Você é meu herói sabia?!

-Essa é nova! -falei a fazendo rir.

-Obrigado pelo presente que deu a minha mãe, você viu a alegria dela!

-Na verdade vi a sua!

...



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