Patrick estava realmente feliz naquele restaurante, com aquele clima romântico, à meia luz, sentado de frente para o amor da sua vida. Ela não tinha mais vinganças para concluir e nem um relacionamento amoroso para esconder. Agora ele podia andar pela cidade inteira e mostrar a todos que Clara era sua mulher. "Para sempre", ele mentalizava. Como ela mesma costumava dizer, as peças da vida estavam todas reunidas e resolvidas. E o melhor, ele era a parte crucial que unia e mantinha tudo conectado. Esses pensamentos o deixavam orgulhoso. Ainda mais para ele que sofreu tanto na vida com a perda precoce dos pais, da antiga noiva e da sua tia-avó Beatriz. Agora, parecia uma espécie compensação da vida (ou "deles", como dizia Dona Mercedes). Clara era a reação, o prêmio para todo sofrimento que ele passou e suportou. A lei do retorno finalmente tinha chegado para Patrick.
- No que você está pensando? – Perguntou docemente Clara para tirá-lo do transe mental.
- Penso... – Suspirou Patrick – em como estou feliz por estar aqui contigo.
Clara sorria. Um sorriso tímido, mas revigorante. E ele gostava de roubar sorrisos cativantes dela. Ela o olhava fixamente, com aqueles lindos olhos azuis brilhantes que o deixavam fascinado. O amor, o companheirismo e a gratidão por um fazer parte da vida do outro reinavam absolutos naquele instante.
- Sabe... – Clara falava relaxada – praticamente não vivi isso. Namorar. Fazer programas de namorados. Sair por aí de mãos dadas com a pessoa que eu amo.
- Pessoa que ama? – Brincava Patrick, simulando estar desconfiado.
- Com você, seu bobo. É você que eu amo.
Eles estavam leves. Sair fazia bem aos dois. Enquanto o prato não chegava, Clara e Patrick conversaram sobre diversos assuntos, incluindo a viagem a trabalho que ele faria na semana seguinte. Essa viagem, por motivos que Clara não conseguia entender, lhe dava arrepios.
- Você precisa mesmo fazer essa viagem ao Rio de Janeiro? – Clara se preocupava com essa viagem, com a saúde do seu marido, ainda mais porque seria a primeira desde que Patrick saiu do hospital.
- Sim. Eu preciso. É necessário. Quero finalizar logo a montagem do escritório aqui em Palmas, Clara, mas para isso, preciso resolver algumas questões profissionais no Rio de Janeiro.
- A Dri vai também? – Clara perguntava com curiosidade
- Não.
- Ela é sua sócia. Pensei que... – Clara tentou esconder um estranho incômodo – talvez ela fosse também.
- Adriana está responsável por resolver algumas questões burocráticas do escritório, mas aqui em Palmas.
- Ah, acho que ontem ouvi ela e Nicolau falando algo sobre o escritório. Deve ser sobre isso.
- É... – Patrick deu de ombro – Possivelmente. Nicolau tem sido um suporte importante para a Dri. Ela precisava. Depois de tudo que ela passou, ela precisava disso.
- Nicolau a ama, Patrick. Espero que Adriana o ame também.
- Como assim? Clara, você acha que... – Patrick teve que parar o raciocínio ao notar o garçom chegando com o prato – Olha o nosso prato vindo aí.
- Ainda bem – Clara falava com certo alívio, porque realmente não queria enveredar sobre os sentimentos da sua irmã – Não estava mais aguentando de tanta fome.
***
Já que se recuperava bem e estava trabalhando normalmente, Patrick também tinha planos para sua vida pessoal. Ele aproveitou a ocasião para dizer a amada algo que queria colocar em prática.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Clara e Patrick - #clarick
FanfictionCinco meses se passaram desde que Clara e Patrick disseram sim um ao outro. Embora não se questionem mais sobre a reciprocidade e a intensidade do amor existente entre eles, ainda assim dúvidas pairam no coração de ambos. A situação se complica quan...