Gael, Lívia e Mariano aguardavam a transferência de Tomaz para o quarto e o sinal verde dos médicos para poder ver o menino. Todos estavam ansiosos, pois apesar das notícias sobre o estado clinico de Tomaz terem sido as melhores possíveis, ninguém ainda tinha visto o herdeiro das esmeraldas. Gael, por sua vez, aparentava estar mais ansioso ainda, olhando a todo instante o celular. Lívia já imaginava do que se tratava toda aquela ansiedade exagerada do irmão.
- O que foi, Gael, para estar tão ansioso? – Lívia perguntou.
- Nada.
- É a Clara né? Você ainda gosta dela e está esperando ela chegar...
- Eu amo a Clara sim, mas não estou ansioso por isso não...
- Está sim – Lívia encarou o irmão – Você não me engana, irmãozinho querido. Você está ansioso pela chegada da Clara e na esperança dela vir sozinha.
- Deixa disso, Lívia. Com meu filho doente, você acha que estou preocupado com isso?
- Gael... – Lívia quis argumentar, mas achou melhor parar – Tudo bem, não está mais aqui quem falou.
Mariano, que escutava o diálogo em silêncio, olhou para sua mulher e fez sinal de positivo como se concordasse com a atitude dela de não continuar com essa conversa. Lívia, porém, não resistiu e tentou dar um último alerta ao irmão.
- Mas preciso te falar uma coisa, Gael: a Clara é do Patrick. Ela ama o Patrick. Eles são casados. Não tenha esperanças por algo que só vai te trazer sofrimento.
- Ah, vou sair daqui – Gael se irritou – Vou lá fora, é bom que você para de me atazanar...
Lívia tinha razão e Gael sabia disso. Ele caminhou para a entrada do hospital e seus pensamentos borbulhavam num conflito entre esperança e o choque de realidade que acabara de receber da própria irmã. De repente, ele teve um conhecido sentimento de arrependimento, algo corriqueiro no seu dia a dia desde sua regressão mística com Dona Mercedes.
***
Clara também estava ansiosa a caminho do hospital, pois a todo instante pedia para que Radu fosse mais depressa. Ela, que só teve tempo para tomar um banho rápido e se arrumar mais ou menos, sentia fome e se arrependeu de ter ignorado completamente os pedidos de Janete para comer alguma coisa antes de sair.
- Deixa, Janete. Eu como no hospital – Ela falou para sua empregada enquanto saía em disparada.
Radu a deixou na entrada principal do hospital. Gael a esperava em pé, em frente a porta deslizante e acompanhou hipnotizado a ex-mulher caminhando em sua direção. Quando ela se aproximou, ele mostrou o seu melhor sorriso.
- Oi, Clara – Gael falou com doçura.
- Gael, eu vim o mais rápido possível – Clara deu um beijo de cumprimento no rosto do ex-marido – E aí? Nosso filho já está no quarto? Podemos vê-lo?
- Ainda não. Estamos esperando...
- E o que falta? Por que você está aqui fora?
- Na realidade, eu estava te esperando. Você está linda!
Clara ficou assustada com o elogio fora de hora de Gael. Aflita como estava, ela não deu muito cabimento àquilo, pois pensou que ali não era o momento para intimidades e romance. Afinal, ela sabia que este elogio não era de amizade e sim de alguém que lá no fundo ainda nutria esperanças de reconquistá-la. Porém, isso não era pensamento para aquele momento, ela sabia disso. Por isso, a vingativa limitou-se a agradecer o elogio demonstrando constrangimento.
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Clara e Patrick - #clarick
FanfictionCinco meses se passaram desde que Clara e Patrick disseram sim um ao outro. Embora não se questionem mais sobre a reciprocidade e a intensidade do amor existente entre eles, ainda assim dúvidas pairam no coração de ambos. A situação se complica quan...