spring days.↓taeten↓ (HIATUS)

chapter 14- when your body...

-A primavera é legal, eu também gosto.-
Disse Chittaphon com um leve tom de mentira. Taeyong logo percebeu e acirrou os olhos duvidosamente.

- Que mentira, você parece gostar do inverno, só está querendo ser legal.-
Os olhos brilhantes do Lee apagaram e um sorriso cínico ocupou seu rosto. O tailandês com certeza o prefiria do jeito mais alegre, mas o que fazer quando para si Taeyong ainda reluzia na sua frente mesmo com aquela expressão tediosa.
- Você já veio aqui antes, certo?-

- Certo.-

- Peça algo bem gostoso para mim então...-
Abaixou um pouco a cabeça enquanto fechava o cardápio.
-... Por favor.-

- Quanta pressão! Espero que meu paladar não te decepcione, Taeyong.-
Pegou o cardápio e sorriu mais uma vez para Taeyong, que apenas decidiu desviar o olhar e colocar o casaco que antes estava amarrado em sua cintura. Não queria sentir aquela coisa estranha no peito mais uma vez.

- Não acho que vá.-
Puxou o capuz para a cabeça, tendo certeza de cobrir suas orelhas.
- Você parece ter um gosto incrível.-

Chittaphon levantou o olhar com a ponta do nariz e suas bochechas ficando rubras, seus olhos se encontraram com os de Taeyong, este que o encarava de lado.

O que é tudo isso de repente?

Mesmo que tivesse sido um pequeno elogio - da forma que havia interpretado- o mais novo não tinha estruturas psicológicas nem sentimentais para aquilo. Por fim, apenas ficaram alguns segundos se encarando.

- Aha... ha, ha. O-olha, o de yogurt com frutas vermelhas daqui é bem gostoso.-
Bagunçou um pouco o cabelo e encarou o papel em sua mão.

- Hmm, a-ah é?-
Enfim se sentiu bem para tirar o capuz, e assim fez.
- Vamos pedir então... Com licença!-
Levantou a mão na espera de um garçom e fizeram o pedido.

Chittaphon e Taeyong ficaram conversando até os gelatos chegarem. Vez ou outra o coreano colocava seu capuz na cabeça sem motivo algum e isso deixava Chittaphon um pouco confuso, nada demais.
O mais velho dali se impressionava com os argumentos inteligentes do garoto a sua frente, se via preso nos sorrisos que o tailandês soltava de vez em quando e gargalhava com as histórias sem noção que o menino contava. Chittaphon era alguém muito incrível aos olhos de Taeyong.

- Calma! Calma! Eu vou morrer!-
Colocou a mão na barriga de tanto rir.

- Calma Taeyong!-
Ria junto com o mesmo.
- As pessoas estão olhando para cá com desgosto!-

- Não dá! Eu estou em um surto agora.-
Respirou fundo e fechou o rosto tentando conter o riso. Algo que de certo não funcionou, já que o tailandês gargalhou mais alto ainda e isso resultou nos dois rindo abertamente.

A história do dia que foi perseguido por uma pata furiosa nunca deu errado, mas Chittaphon não esperava que fosse dar tão certo com o de fios castanhos ali.

- É... Com licença senhores...-

Uma sombra enorme pairou sobre a mesa que estavam sentados, e um homem de terno que não parecia estar nem um pouco feliz estava ali, de braços cruzados e pernas abertas.

[...]

- Ok, eu simplesmente não acredito que nós fomos expulsos da loja.-
Chittaphon disse passando os dedos em seu cabelo enquanto negava com a cabeça.

- Vejamos pelo labo bom, Chittapiu.-
Esquentou seus braços com as próprias mãos.
- A gente não teve que pagar a conta.-

- Minha loja favorita, eu fui expulso dela...-
Encarou a frente da loja e depois Taeyong, que arregalou os olhos fingindo estar assustado e deu uma risadinha.

- Vamos lá... É mais uma história pra você contar!-
Apertou mais forte a sua mão
- Não precisa ficar irritadinho.-

Céu nublado e o chão molhado por causa da neve derretida, o clima frio de fim de inverno nunca fez muito bem para Taeyong. No mesmo momento que sentiu o vento gelado bater em sua pele, se arrependeu da algazarra que havia feito no estabelecimento, lá estava tão quentinho e aconchegante e sentir a pele arrepiar com o frio era algo que o Lee odiava. O tailandês notou o desconforto do menino na sua frente, os pelos de seu pescoço estavam todos arrepiados.

- Pegue isto.-
Sem nem fazer contato visual, esticou o casaco de couro que estava vestindo há algum tempo. Taeyong intercalava o olhar entre a coberta e o menino, este que notou o hesitamento do Lee.
- Eu sei que você está com frio.-

- N-não precisa! Eu já tenho o meu casaco, eu 'tô bem, sério.-
Sentiu a ponta da sua orelha queimar mais uma vez quando reparou na aproximação repentina do tailandês, ele ainda estava sorrindo!
Que monstro.

- Não precisa bancar o independente, Taeyong.-
O que foi chamado quase deu um pulo ao sentir os dedos quentes de Chittaphon tocar em seu pescoço arrepiado.
- Não quando seu corpo mostra exatamente tudo que você sente.-

Que monstro! Que monstro! Que monstro! Chittapiu é um monstro bonito!

- M-me dá isso aqui.-
Se afastou rapidamente e ainda com a ponta da orelha rubra.
- Você não pode assustar as pessoas tocando nelas assim de repente, sabia? Isso é assédio.-
Puxou o casaco da mão do tailandês e fez questão de dar um peteleco fraco na testa do mesmo.
Aquele peteleco apenas ajudou Chittaphon a voltar ao mundo real e reparar o que havia feito, instantaneamente suas bochechas coraram. Se amaldiçoou mentalmente, não era a primeira vez que perdia o controle sobre si perto de Taeyong, e odiava admitir isso.
- Ah cara, eu ainda 'tô faminto. Aquilo é batatinha frita?-
Correu em direção à barraca e foi seguido por um Chittaphon amargurado.

Droga, eu já estraguei tudo. E essa é a primeira vez que a gente se vê assim, qual o meu problema?
O mais novo só queria ir embora dali rapidamente, chegar em casa e chorar por tudo que fez.

- Taeyong?-
O garoto chamado virou com a boca cheia de comida, fazendo um "uh".
- A minha tia... está indo embora e eu tenho que ir com ela.-

- Ah não! Mas já?!-
Quase se engasgou com a rapidez que havia engolido aquela batata ao Chittaphon assentir.
- Desculpa por hoje... Sabe? Pelo gelato e tudo mais...-

Ele ainda está pedindo desculpas? Eu que deveria estar fazendo isso... Droga! Mil vezes, droga!

- Não tem problema, é mais uma história pra contar, não é? Foi legal no fim de tudo, obrigado por hoje-
Colocou uma mecha do cabelo para trás e acenou para o Lee na sua frente que fez o mesmo, enfim seguindo seu caminho para casa.

- É... Chittapiu?-
Quando o tailandês já estava em uma distancia considerável se permitiu gritar.
- A gente se vê na escola?-

- A gente se vê na escola.-
Juntou toda a sua força e sorriu.

Taeyong sentiu aquilo novamente. Algo batendo violentamente dentro de si quase quebrando todo seu interior, uma coisa bruta pedindo impacientemente para sair em forma de grito.
Aquilo deixava Taeyong numa dúvida interior tremenda.
O Lee só queria deixar de sentir algo que não conhecia.