— Essa roupa é muito arrumada, né? A gente só vai pra praça aqui perto.-
Taeyong posou para o espelho negando inconformado.— Que nada, você tá parecendo um mendigo.-
Yuta respondeu do outro lado do telefone com sua sinceridade de sempre.
— Inclusive, aquela pracinha sempre 'tá cheia de evento, e lotada de gente.-— Eu sei disso, mas eu não quero ir muito arrumado. Não quero ninguém prestando atenção na minha beleza.-
Desabotou sua camisa e encarou seu peitoral nu, assentindo com um sorriso malicioso no rosto.
— Vou assim então, que tal?-— Pensei que vocês iam para uma praça de família, não para um cabaré.-
— Realmente.-
Pegou sua blusa de sempre e vestiu-a, incrivelmente ela combinou perfeitamente com a calça preta e o tênis quadriculado de Taeyong. Planejava ficar se secando, mas a cantoria de seu amigo estava atrapalhando tudo, ainda mais com a voz robótica que o celular trazia.
— Você conseguiu acabar com meu momento. Cala a boca.-— Me cala aqui, vem.-
O japonês distribuia beijos pela tela do seu celular. O coreano só conseguiu rir com a situação.Nojento
Taeyong pensou.— Você pode pedir o mesmo para o Winwin. Tenho certeza que ele nem hesita.-
Se amaldiçoou mentalmente ao reparar que tinha dito aquele nome.
Winwin, apelido dado pelo japonês. De acordo com ele, Sicheng ganha o seu coração duas vezes por dias —Na entrada e na saída da escola, já que são as únicas horas que conseguem se ver—
Esse também é o nome que invocava o demônio apaixonado que reside no interior de Yuta, Lee já estava careca de tanto ouvir o seu amigo chorar no seu ouvido todas as vezes que o chinês postava algum vídeo seu dançando as músicas tradicionais do seu país de origem. Nakamoto nem ao menos sabia como ou quando, mas simplesmente parou para observar as pessoas da sala ao lado e viu um anjo reluzindo no canto.
Mesmo com tantas cantadas e piadinhas de duplo sentido, os dois não são nada além de bons amigos. Yuta estaria mentindo feiamente se dissese que não queria tentar algo à mais com SiCheng.— Taeyooong...-
Choramingou, o que fez o chamado apenas virar o rosto.
— Eu te falei o que ele me disse noite passada?-— Nem vem, nem vem.-
Terminou de pentear o cabelo e se aproximou do celular.
— Eu estou pronto, só não dou uma voltinha pra você por que não quero ser secado por um japonês tarado.-— Aah, qual é?-
Terminou a chamada mostrando a língua para seu amigo, calçou os sapatos e saiu em direção ao lugar que tinham marcado de se encontrar.
Ten... realmente, como será que ele é? É apavorante conversar com alguém que você não faz a mínima de quem é. Talvez o Yuta esteja certo, eu provavelmente enlouqueci de vez.
E foi com a mente repleta de pensamentos que chegou na praça mais rápido do que esperava, esta que estava lotada por causa de um possível show pequeno que haveria ali.
— Yuta vem acertando muitas coisas ultimamente. Aqui 'tá muito lotado.-
Deu uma olhada ao redor e agradeceu aos céus por ter um espaço vazio debaixo de uma árvore grande. Ajeitou a coluna e se sentou com as pernas cruzadas, pronto para receber seu amigo.E assim foi passando, dois, três, cinco, dez, vinte minutos e nada da presença de Ten. Taeyong começou a perder a paciência.
Decidiu se levantar e caminhar pela multidão, o que não aconteceu, já que ao invés de andar calmamente, ele foi empurrado pela onda de pessoas.— Eu tô aqui, merda. Tenham um pingo de educação.-
Murmurava baixinho enquanto era jogado de um lado para o outro.
— Isso foi uma péssima idéia, eu odeio esse lugar, eu odeio o te...-
O Lee sentiu a sua testa arder, tinha batido em algo e já estava com a mente cheia de xingamentos para proferir ao causador disso tudo.Do outro lado, Chittaphon massageava a testa gemendo de dor. Taeyong só podia ser o mais azarado possível, além de ter tido um encontro furado, ainda encontrou o tailandês que o odeia do seu colégio.
— Chittaphon? O que você tá fazendo aqui?-
Perguntou surpreso.O coreano não entendia o por que, mas de certo modo, Chittaphon tinha a ponta da sua orelha vermelha e os olhos arregalados.
— Eu? Bom, na verdade, eu vim... encontrar.. a minha tia.-
Sorriu com seus dentes perfeitos.
— Pra ser bem sincero, eu cheguei há um tempão. Mas aqui tá bem cheio, né?-Chittaphon tinha o coração acelerado. Quis se matar quando mentiu sobre a verdade, mas o que faria? Taeyong simplesmente começou falando um trilhão de coisas, se simplesmente dissesse quem era, tudo iria pelo ralo.
Planejava chegar devagar, conversar, explicar tudo... Mas quem ele pensa que é? Resultaria em algo ruim de qualquer jeito.— É, pois é...-
O Lee falou desanimado.
— Não é como se você tivesse perguntado, mas eu ia me encontrar com um amigo, e acho que ele não vem. Estou de saída Até mais.-
Sorriu fraco.O coração do tailandês deu um aperto ao ver Taeyong desapontado bem na sua frente.
— Tem uma lojinha de gelato logo ali, quer ir comigo?-
Propôs para Taeyong que levantou a cabeça de forma confusa.— Mas e a sua tia?-
Eu nem ao menos tenho familiares aqui.
— Ela só precisava me dar um dinheiro, provavelmente já deve ter gastado tudo nas barraquinhas.-
Mentiu, mais vez.
— A loja vai ficar lotada daqui a pouco. É melhor irmos rápido, uh?-O de fios pretos sentiu seu pulso ser rodeado pela mão quente de Chittaphon, decidiu apenas ir junto. Seu objetivo de encontrar Ten já tinha sido arruinado, por que não arriscar ganhar uma noite divertida ao menos?
A loja era bonita aos olhos de Lee, uma decoração rústica que combinava completamente com os tons de madeira escuro. De certeza era um gelato caro, muito caro, bastante caro.
Entraram junto com uma pequena multidão e foram em busca de uma cadeira— Eu costumava vir para cá com o Jungwoo quando ainda éramos do fundamental, a gente fazia competição de quem montava a pior combinação de sorvete.-
Chittaphon riu lembrando do seu velho amigo.
— Bons tempos, bons tempos.-— Mas o fundamental foi só há um ano. Você tá falando que nem meu avô.-
— Ah... é mesmo.-
Riu mais uma vez bagunçando seu cabelo, mas parando de imediato quando seus olhos cruzaram os de Taeyong. Este o encarava curioso, com uma sombrancelha arqueada e a outra não e aquele contato visual matava o tailandês por dentro.
— O...o que foi? Você tá me assustando.-— Chittapiu, você não me odeia?-
Desta vez quem ocupou uma expressão duvidosa foi o menor.
— Tipo, eu pensei que você me odiasse com todo seu coração. Eu tinha até medo de falar com você sabia?-— O que? Como as...-
— E agora a gente 'tá sentado um na frente do outro em uma lojinha de gelato, é engraçado né?-
Antes que o que estava na sua frente pudesse responder continuou.
— Naquele dia da prova eu jurava que tinha abusado demais da sua boa vontade. Isso ficou remoendo minha cabeça por um tempão, cara. Por um tempão! Você também não me respondeu quando eu te chamei e..-Pela segunda vez naquele dia, a mão aconchegante do mais novo estava em cima da sua. Chittaphon ainda estava confuso, mas sem tirar sua mão dali de cima começou a rir baixinho.
— Você se preocupa muito com as coisas sabia, Taeyong?-
Deu um sorriso pequeno. De um jeito ou de outro o coração do Lee falhou uma batida, realmente, o tailandês tinha um sorriso bem bonito.— Uau.-
Tirou a mão debaixo da de seu "amigo" e passou a folhear o cardápio.
— Desculpa por isso, eu falo muito quando fico nervoso.-— Não tem problema.-
Pegou também um cardápio da mesa.
— Então, qual a sua estação favorita?-— Primavera! Com certeza a primavera.-
Aumentou o tom sem reparar, ficava muito animado quando notava que a primavera estava chegando e que enfim o inverno acabaria.— Uuh, primavera?-
Taeyong assentiu balançando as pernas como uma criança ao lembrar que logo veria as flores de cerejeira ocupando o quintal de sua casa.
☆☆☆☆☆☆☆☆☆
Muito felizinha por finalmente ter escrito algum yuwin na história yea.
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spring days.↓taeten↓ (HIATUS)
Fiksi PenggemarChittaphon sempre teve um interessse no menino burro da sua sala, só não fazia parte dos seus planos se aproximar do mesmo como se fosse outra pessoa. . . . . . . . ↓ʟσпɢ ғıc↓ øTAEчσпɢ+TENø