Razão ou emoção

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Então assim peguei o que ele me deu em troca do anel, o que seria um relógio de bolso antigo de ouro com uma inscrição dentro que dizia:
Para sempre, meu amor. Logo vi, que era roubado, claramente. Senti
tristeza por quem havia dado esse presente a seu amor, espero que
tenham se reencontrado porque caso isso não tivesse acontecido, agora o seu amor estaria sem seu presente para se lembrar da amada.
Isso me fez lembrar de Robert, eu esperava que ele se lembrasse de mim quando fosse embora, eu definitivamente iria com ele se me
pedisse, largaria tudo, até mesmo o meu trabalho de professora, porque desde que o conheci nada mais fez tanto sentido e me deu tanta alegria como estar ao seu lado.
Me lembrei do motivo pelo qual estava ali, embora quisesse muito ir
embora naquele momento, que era o que o meu juízo dizia para fazer, eu não podia, minha paixão gritava mais alto, eu tinha que sondá-lo e aproveitar enquanto ele se gabava com a preciosidade que era aquele
anel, acho que ele estava tão admirado com tamanho achado e tão boa barganha que nem se perguntou ou parou pra pensar porque motivo
eu trocaria aquele anel que carregava no dedo por um relógio de ouro antigo e roubado, mas a pergunta poderia passar por sua mente a
qualquer momento, então, eu torcia para que ele não pensasse nela.
Me arrisquei e perguntei, inocentemente:
- Você sabe onde está Robert ?
O meu coração falava mais alto que a razão.
Ele, um pouco desconfiado, respondeu:
- Não, por que ?
Eu disse:
- Porque é com ele que faço negócios toda vez que venho aqui e hoje não o vejo, pelo contrário vejo você e prefiro fazer negócios com ele,
pois já me conhece e sabe o que venho procurar aqui, não tenho que
lidar com perguntas inadequadas.
Disse, tentando disfarçar e tentando não demonstrar sangue à vista, queria sair com vida, era o único jeito.
Então, ele respondeu:
- Eu respeito lealdade e esse é o único motivo pelo qual estou tolerando a mocinha, direi somente dessa vez e nem venha querer informações depois, pois aqui isso não se vende. Já que você faz negócios com ele..
E eu disse, o interrompendo, percebendo que talvez ele não falaria o que realmente eu precisava saber, que era onde ele estava naquele
momento ou onde estaria ao raiar do dia:
- Ainda tenho coisas aqui comigo para negociar.
O contrabandista, me olhou de cima a baixo, procurando o que seriam
essas coisas, como eu não tinha mais nada e não queria que ele percebesse, virei um pouco de lado e lhe dei um olhar sério que queria dizer pra ele se afastar, continuei dizendo:
- Mas esses artigos eu só posso negociar com ele, pois sei quais são
seus artigos valiosos e só ele e mais ninguém aqui nem mesmo seu
colegas podem me fornecer o que desejo, diante da possibilidade de
fazer o que eu estava falando, e talvez ainda inebriado quão o tanto de
lucro que tinha angariado naquela noite, disse: - Hoje ele fez de dia de folga, ele deve estar na festa da fogueira, onde a gente dá cidade toda vai festejar quando a colheita é boa, não sei qual o sentido de ele ir lá sempre, deve ter uma riquinha ou duas que ele possa enganar e ganhar dinheiro.
Gelei, pois foi nessa festa que eu ele nos conhecemos, pensei que só o
queria encontrar para que minha consciência ficasse limpa, e depois
disse seguiríamos rumos separados, e o que foi bom, pelo menos foi bom para mim, ficaria na memória, me senti traída. Algo no fundo me dizia que era mentira, mas já estava cansada de ouvir meu coração
aquela noite, decidi ficar com a razão dessa vez.

Quando o Sol RaiarOnde histórias criam vida. Descubra agora