Destoante

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Enquanto, caminhava até a festa, onde estavam as meninas que saíam
escondidas de casa, os fazendeiros, suas famílias, visitantes, pessoas que só queriam se divertir, altas risadas, o calor da brasa do fogo, a cidade em festa.
E lá estava Robert, cercada por uma ou duas meninas que flertavam com ele, quando vi aquilo, pensei nas palavras daquele sujeito, ele podia estar flertando com elas também, tive vontade de ir embora, minhas forças estavam esgotando por tudo que eu passara naquela noite, se eu realmente fosse até lá e tudo fosse verdade eu não conseguiria debater nem falar mais nada, estava exausta, esses tempos estavam sendo uma montanha de russa de emoções, queria pular de lá no meio do percurso, já não tinha mais ânimo de ir até o fim, estava pronta para decretar falência.
Ao mesmo tempo que olhava ele de longe o admirava, como ele era lindo, cabelos castanhos claros, alto, com um chapéu de cowboy na cabeça, encostado na árvore perto da fogueira, olhando para aquelas
meninas, ouvindo o que elas diziam e, ao mesmo tempo também estava procurando alguém que pudesse dar o recado que vim trazer a ele essa noite, mas não achava, estava quase desistindo.
Me virei para olhar um pouco da natureza e tomar um pouco de ar, quando de repente, sinto alguém tocar em meu braço, pensei naquele
momento que era alguém esbarrando em mim, com toda a alegria das pessoas naquela hora, era comum de acontecer, mas não me virei,
continuei sentindo um pouco das minhas forças revigoradas ao
contemplar a natureza, já estava amanhecendo, no entanto, alguém continuou me cutucando, estava já com raiva e quando finalmente me
virei, dei de cara com ele, Robert, o dono do olhar mais lindo do
Ocidente, divinamente inspirado das ondas do mar, aquele que faz esempre fez, não adianta o que aconteça, o meu coração bater mais
forte, é involuntário.
Ele viu minha feição e disse:
- Eu fiz algo de errado ?
Respondi:
- Claro que não, o que você faz não é da minha conta.
Ele então disse:
- O que fiz, com certeza algo que não gostou, pode falar.
Ahh, essa expressãozinha "pode falar" ativou o gatilho da minha língua,
desabafei:
- Eu só acho engraçado o fato de você dizer um dia que queria estar comigo, e eu sei que não te respondi aquele dia na padaria, e evitei entrar na mercearia aquele dia quando vi você entrando por causa do que algumas pessoas poderiam fazer, mas não te dá ao direito de flertar com duas raparigas nem sequer com uma.
Eu percebi que ele ia falar algo mas qualquer coisa que ele falasse, só
abriria espaço para eu debater mais, e ele deve ter percebido isso, porque ficou calado, e me deixou falar, gesticulando com a mão para que eu continuasse, e eu continuei dizendo:
- Além disso, se caso você não queira mais ficar ou estar comigo, disse com grande tristeza no meu coração.
Continuei dizendo para provocá-lo, queria ver sua reação, saber se ele
sentia algo por mim, se eu realmente tivesse ficado cega por causa do meu amor por ele:
- Se quiser, por minha parte você está liberado desse "compromisso",
pode ir, está tudo bem!

Quando o Sol RaiarOnde histórias criam vida. Descubra agora