3° Pulsar: Gael

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_Gael ela é linda demais! – tagarelou minha irmã pela vigésima vez naquele dia – é surreal, quer dizer, ela nem parece ser real...

_tudo bem, eu já entendi, Anelise! – resmunguei tentando me concentrar no trabalho, mas minha doce irmã resolveu fazer uma visitinha – porém, o que eu disse, sobre incomodá-los? – indaguei e ela sorriu sem graça – se a situação deles, é tão delicada quanto nos falaram, eles não desejam ser incomodados!

_eles não mentiram sobre a filha! – Thomas falou enquanto mexia distraidamente no celular – ela é mesmo uma cadeirante, e sinceramente, até eu me comovi! Ela deve ter uns 16 ou 17 anos, mas é pequena e magra! – enfatizou – e parece estar muito doente, porque aquela palidez não é normal em um ser humano!

_é tão ruim assim? – indaguei curioso.

_bem ruim! Ela está com uma intravenosa na mão, acho que para os medicamentos injetáveis... – ponderou – claro que Ane, não poderia deixar de questionar sobre isso a ela...

_foi sem querer, não foi por mal! – defendeu-se.

_Anelise... – suspirei derrotado, minha irmã nunca aprendia – tente ser mais educada da próxima vez...

_eu sou educada! – resmungou.

_eles compraram aquela casa quase no final da cidade. – Thomas informou-me – porém ela está bem diferente, eles adaptaram rampas para ela se mover na cadeira de rodas! E tudo está bem espaçoso, tudo foi modificado para o melhor conforto dela!

_são pais admiráveis! – Ane comentou.

_e ela, como ela é? – perguntei diretamente para minha irmã, afinal, ela tinha uma intuição que não falhava jamais.

_ela é genuinamente uma guerreira! – declarou – eu não sei explicar, os olhos dela são fortes, ela é forte, mas sente muita dor... – murmurou parecendo infeliz – o corpo dela não parece estar tão bem, quanto o espírito... O mesmo com os pais, porém o inverso, eles estão esmorecendo por ver a filha nesse estado, o corpo está forte, mas as esperanças deles estão no fim!

_isso é tão mórbido e trágico! – Thomas agoniou-se – não podemos fazer nada para ajudar? Leva-la até o nosso curandeiro? – perguntou diretamente a mim.

_sim! – Ane concordou – Eliot poderia ajuda-la de alguma forma!

_não devemos nos intrometer na vida deles desse modo... – declarei, mas eu mesmo desejava sair dali e levar Eliot até a casa de Bradley, na tentativa de ajuda-los.

_você é o chefe! – Thomas bradou inconformado – eles são parte do nosso povo agora, você tem a obrigação de cuidar deles também! Não podemos simplesmente deixar eles sofrerem assim, por Deus, é crueldade, Gael!

_acalme-se, Tom! – pedi, e ele rosnou bufando em seguida – irei falar com Bradley, e se ele aceitar a ajuda, então levarei Eliot até eles!

_ótimo! Faça isso agora! – Ane ordenou-me com um biquinho – agora mesmo, vá por mim, alguém precisa ajudar aquela família, Gael, por favor...

_tudo bem! Tudo bem! – levantei-me rendido – Emmett! – o chamei, e logo o moreno apareceu – você segura as pontas por mim?

_é claro! – falou tranquilamente.

_ok, e vocês, juízo! – recomendei antes de deixar meu escritório, porém nem cheguei a entrar no carro, pois uma BMW, bem chamativa preta, parou ao meu lado, e um Bradley um tanto sem graça, desceu o vidro.

_está de saída? – indagou.

_indo falar com você! – ele sorriu.

_entre ai, estou em missão! – brincou, e entrei no banco do carona, colocando o cinto – Zahira está começando a se alimentar melhor, então, está com a fome de dez ursas! – gracejou.

Coração de Urso - Livro I - Série Amores IndomáveisOnde histórias criam vida. Descubra agora