Lá estava eu arrumando minhas unhas na manicure quando uma moça chegou e começou a conversar com outra moça ao meu lado, e não é como se eu fosse uma intrometida, que cuida da vida alheia, não, jamais, é so que meus ouvidos foram treinados para captar qualquer som ao redor, considero issso um dom mas, vamos ao que importa não vou deixar vocês anciosos, nem impacientes...
Pensei melhor e... brincadeira, é que elas falaram sobre tudo e sobre nada e esse nada corresponde ao que não nos interessa como, a Maria vizinha do Paulo que brigou com o José, decidiu dar um tempo e foi para a casa da mãe, a dona Inês com seus sete filhos... Uma vizinha da prima, da tia, de uma amiga, da irmã, da prima da moça que chegou disse que viu nossa amada T sair de uma sorveteria aparentemente triste e um garoto andava a alguns passos atrás dela, enquanto isso uma garota chamada Angela ou algo assim saia sorridente e se encontrava com um garoto parado proximo dali que estava com a cabeça baixa, quando a viu sorriu e não foi um sorriso inocente.
Façam suas apostas... O que está acontecendo? Acho que andei perdendo alguma noticia, quem é esse garoto que esperava a nossa fatal A? e quem era o garoto que seguia nossa amada T?
Eu estava distraida pensando nos meus problemas que pareciam ser interminaveis e infinitos, enquanto escutava uma música como trilha sonora da minha distruição eminente, que anunciava aos meus neuronios inquietos que o cansasso ja estava grande, que ele deveria resolver logo esses problemas que parecem brotar como erva daninha no jardim que eu chamo de vida para que assim eu tenha o meu merecido discanso, quando uma voz sobresaiu o volume insurdessedor dos meus fones e atingiram bem nos meus timpanos que vibraram em uma frequência nova, meu coração se sentiu contagiado pelo novo ritmo e decidiu criar uma escola de samba própria e devo confessar que até meu sangue se animou e começou a correr euforicamente, meus pulmões sempre atrasados se impolgaram tanto que esqueceram como trabalhar, meus pés travavam uma luta entre correr e se virar mas, o dono da voz foi mais agil e entrou na minha frente, minha cabeça voltada para o chão se sentia atraida a olhar para cima, anciosa para encontrar aqueles olhos mas, ao mesmo tempo eu sabia que o fato das minhas mãos começarem a suar e minha garganta secar demonstrava o medo do que eu encontraria naqueles olhos.
-Desculpe me se te assustei... É que te vi, e pensei em vir conversar com você...
-É... Bem... Que bom, desculpe me por não ter te ouvido antes, fones! Mas, vai para onde?
-Para aonde você for...
Os olhos dele pareciam mais intensos e provocavam uma sensassão mais que boa no meu corpo, que resolvia vibrar e chamar toda a sua atenção com cores fortes, lhe dei um sorriso timido e meu Deus, os papeis estão trocados eu me tornei a presa e ele o predador e nessa selva de pedra eu me sinto encurralada por aqueles labios a poucos metros de mim mas, uma lembrança destruiu tudo como a chuva na praia.
-Mas, e sua namorada não se importa?
Ele me olhou divertido, e devo confessar que dessa vez me senti imune a sua beleza e so conseguia pensar naquela garota e no seu sorriso que zombava de mim.
-Qual a graça?
-Nenhuma, so não esperava mas, para onde iremos?
-Olha garoto...
-So deixe me te acompanhar.
Revirei meus olhos e voltei a andar com ele ao meu lado, sua presença me incomodava mesmo com os fones no máximo, mesmo com todo o esforço que eu estava fazendo para não me perder nele e me encontrar em seus lábios, ele não negou e isso estranhamente me incomodou, porque ele não disse que não, ela não é nada minha, acho que era isso que eu queria e esperava que ele dissesse mas, não foi isso que ele disse e por mais que sinta raiva não consigo descontar nele, estavamos passando por uma praça quando senti sua mão quente em meu pulso frio e um arrepio subir minha coluna, em silencio ele me conduziu a um dos bancos afastados e se sentou ao meu lado, eu não conseguia lhe encarar por mais que quisesse, e soubesse que ele o fazia...
-Eu não tenho namorada e sinceramente não entendo porque isso lhe importaria ou lhe diz respeito.
Meus olhos proucuraram os seus imediatamente, me senti corar de vergonha e depois de raiva mas, ele tinha razão não o conhecia, mal sabia seu nome ele não precisava me dar explicações mas, bem que eu queria, aquele sorriso brincava novamente em seus labios e eu tive que conter o impulso de lhe tocar, retribui seu sorriso que antes timido e meigo, cresceu para um feliz de puro contentamento, segui seus movimentos lhe imitando e minutos depois estavamos rindo sem razão e do nada enquanto eu ria e sorria ele parou e ficou me observando com um sorriso e um olhar intenso.
E assim foi meu dia, com a melhor companhia que eu poderia ter, sua presença maravilhosa, ele me fazia dar gargalhadas facilmente, um sorriso estava colado aos meus lábios, ja estava me acustumando com seu toque quente em minha pele fria, com o som da sua voz, da sua risada, com seu cheiro de lavanda misturado com perfume, o tempo passou tão rapido e foi tão bem aproveitado que estavamos andando em frente a praia a metros da sorveteria, quando, ele disse que ficaria tarde, e de fato quando olhei para praia o sol estava prestes a se por e agindo por impulso entrelassei nossos dedos e comecei a correr em direção a praia, minhas sandalhas se afundavam na areia, as tirei e continuei correndo até me jogar na areia quente, ele se sentou ao meu lado e ainda rindo fazia carinho com um de seus dedos em minha mão, preferi acreditar que havia sido involuntario, a ultima coisa que precisava era me iludir com algo ou alguém, seus cabelos escuros agora bagunçados se agitavam com o vento, seus olhos encontraram os meus e um brilho novo me chamou atenção, será que seus olhos estavam refletindo o brilho que havia nos meus, porque eu sim sabia que estava sorrindo feito uma boba, com olhos como dois faróis e se possivel sairia abraçando todos os desafortunados que me encontrassem pelo caminho, meus olhos passaram minutos interminaveis presos aos seus até que um frio desconhecido me deixou desconfortavel, meus pensamentos pareciam injustos com a realidade, notei o momento exato que seus olhos cairam sobre minha boca e seu pumo de adão se contraiu e engoliu em seco, vi o desconforto estampado em suas feições e não contive um pequeno sorriso de satisfação, era tão bom me iludir com a possibilidade de que não era so eu que me sentia afetada com a sua presença, desviei seu olhar para não realizar meus desejos mais primitivos e esbocei um som de surpresa e encanto, o sol estava sendo engulido pelo mar, o séu alaranjado se despedia desse lado do mundo enquanto seu rei era apagado pelo mar, suspirei e me apoiei em seu braço.
-Que imagem linda...
E de fato ele tinha razão, a praia estava praticamente vazia, íncrivel como temos coisas tão maravilhosas que por vezes estão ao alcance das mãos e não damos valor, deixamos de se importar por ter se tornado algo comum mas, ele mesmo sem espectadores realiza seu ritual todos os dias, e sempre com a mesma gloriosidade, e afortunados são aqueles amantes do mundo que escapam de suas bolhas para ver e apreciar cada detalhe de um paraiso corrompido, de um mundo destruido e como mesmo assim tudo que não pode ser apagado por mãos exibem sua beleza gratuitamente sem inibições.
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Meigo demais né... O que acharam do lado filósofa da nossa querida T ?
O que será que vai acontecer depois de tanto papo, tanta sensações, me pergunto o que o futuro planeja para o nossos amantes desafortunados, namoro ou amizade, façam suas apostas...
E o nosso Miguelito, será que foi esquecido? e a nossa Heleninha, anda por onde? e o nosso Willian e o meu, seu, nosso gatinho?
Não disse, nosso misterioso K chegou para causar discordia, na vida, no coração, na mente, nos sonhos da nossa metamorfose ambulante, conhecida como T.
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querida T
Teen Fiction-tenho um segredo espalhado por ai, ele diz quem eu sou em uma multidão mas, para você ele não passa de um segredo. Lhes convido a espiar a vida e os segredos de alguns adolescentes de uma pacata cidade, serei sua guia para muitas aventuras, não se...