entre o fracasso e a epifania

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    Um verdadeiro caos.

    13 vítimas, ferimentos leves. E justo quando Harry pensou em dizer o que sabia, lembrou-se do que fez: jogou seu único meio de comunicação fora.

    E antes que pudesse se culpar, o preço a pagar já havia chego. Ela entrou no pequeno apartamento.

    A mulher, sem pensar duas vezes, correu em sua direção, sem se importar em jogar as compras no chão. Somente pra chegar o mais rápido até Harry. Somente para o aterrorizar.

    — Sabe quantas mensagens te mandei? Hein? Sabe, Harry?

    Seus olhos, recém banhados d'água, não se desviava do olhar da mulher.

    — Tem noção de quantas? Tem?

    Histeria. A mulher apertava fortemente os hematomas de Harry. Os que ganhou ao compactuar com terroristas. Os que, mesmo sem saber, sua irmã fez questão de o lembrar.

    — Está tentando me matar assim como fez com nossos pais, não é?

    A dor na voz da irmã era esganiçada. Estava delirando, não havia dúvidas, mas podia sentir verdade naquelas palavras.

    — Eles morreram, Harry! Por sua causa, morreram! Não pode fugir disso, seu merdinha! Não pode fugir de mim!

    Sentia-se imundo. Seu coração pesava uma, duas toneladas. Harry partiu sem olhar para trás porque sabia que se fizesse o menor movimento que seja, encontraria a mulher aos traços.

    Trancou a porta do quarto. Precisava, queria, necessitava dormir, mas saber que sua irmã poderia arranjar uma maneira de entrar, lhe aterrorizava.

    Harry abraçou suas pernas, sem perceber que chorava. Culpa e remorso o invadiam, assim como os gritos da irmã do outro lado da porta.

    Enquanto o remorso acumulava, enquanto a raiva despertava, sua irmã enviava diversas mensagens que jamais leria.

departamento investigativo,
SCOTLAND YARD

    — 13 feridos! Pro impacto que teve, é ridículo. Impossível!

    Impossível. Impossível! Josh não podia aceitar esse número tão baixo. Não pro impacto que houve. E sem mortes. Sem mortes pro impacto que houve? Impossível!

    — No apagão, as câmeras pararam e, como sabem, os terroristas botaram o plano em ação nesse momento. Por isso o número baixo de feridos.

    E nenhuma morte. Poucos feridos. Todos leves. Pro impacto que teve! Impossível.

    — Com licença — Niall intrometeu —, se a explosão aconteceu depois do apagão...  então eles também estão por trás disso?

    Josh queria dizer que não, quanta imaginação! Uma possibilidade insana! Mas então como os terroristas conseguiriam destruir um shopping com centenas de câmeras senão os próprios terroristas terem desligado a central de energia?

    Quando o silêncio se instaurou devido a ausência da resposta de Josh, escutou-se Liam iniciando uma partida de xadrez online.

    Josh engoliu a raiva. Ajeitou seu terno tão negro quanto sua pele e inspirou fundo. Precisava ser profissional. Alguém precisa ser.

    — Thermite — disse Josh —, quando é misturada com os compostos certos e inflamada, facilmente causa um estrago acima de milhares de celsius. E thermite, caros colegas, é o principal composto da bomba.

ENTRE O CÉU E O CHÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora