and i honestly despise you

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oioi, então

nesse capítulo tem um relato, um tanto pesado acredito

só queria avisar antes

obrigada ao feedback♡



×××

No início da semana seguinte Jooheon teve mais uma crise.

Era de madrugada e ele simplesmente não conseguia dormir. As memórias dos seus erros do passado o corroíam internamente, fazendo-o continuar a se sentir culpado mesmo anos depois. Jooheon se sentia atormentado, amaldiçoado, perseguido pelas coisas ruins que queriam o deixar para baixo.

Estava suando frio e trocando de lado na cama diversas vezes. Batia em seu rosto tentando acordar daquele transe sinistro e impiedoso. Queria poder gritar mas seus pais estavam em casa, provavelmente já dormindo.

Jooheon se sentia culpado e só via uma solução para diminuir essa sua agonia incessante: precisava sentir dor. Precisava sentir dor fisicamente para que a dor psicológica não tomasse conta de si e o deixasse insano — mais do que sentia que já era.

Levantou-se da cama aos tropeços, o quarto era iluminado apenas pelo abajur em sua escrivaninha e era ali mesmo que ele precisava ir. Abriu a terceira gaveta afobado, jogando os cadernos e tralhas para os cantos até encontrar um pequeno saco marrom amarrado por uma cordinha. O desembrulhou.

O Lee analisou com alguns segundos e se questionou se estava fazendo a coisa certa. Ele não queria aquilo, queria dormir em paz, queria que seus pais o amassem, queria uma vida normal e não se passar por um garoto mal para as pessoas não desconfiarem dos seus segredos e falta de preocupação com as coisas.

O estilete estava limpo, Jooheon sempre o limpava com álcool e o afiava regularmente com o afiador que ficava na gaveta do armário da cozinha. Brincou um pouco com ele, subindo e descendo sua lâmina escutando atentamente o breve barulho que fazia.

Jooheon fungou, limpando o nariz na manga do pijama preto. Ele estava chorando mais uma vez. Se indagou se aquela era a sensação do medo antes de puxar sua manga deixando seu antebraço visível na luz amarela do abajur. Com muito esforço e tremendo, começou.

Mais ao final da extensão do antebraço fez o pequeno corte. Estava tremendo muito e não pressionou direito, fazendo com que ardesse muito e sangrasse pouco. Fez então mais quatro, desconexos de algum tipo de ordem. Alguns mais fundos e outros mais rasos.

Ele não estava cortando o pulso para morrer, estava tentando se castigar por ser covarde de mais para se matar de uma vez.

Aos poucos foi parando de chorar. Limpou os pulsos com álcool, mesmo que doesse, e foi dormir mais calmo. A segunda parte da punição viria: esconder as marcas de todo mundo.

  |♡|   


Minhyuk estava inquieto e se indagando a razão pela qual não encontrava Lee Jooheon em nenhum lugar do colégio. Claro, estava irritado com a forma pela qual foi tratado na noite anterior. Só tinha a intenção de ajudá-lo, mas parecia que o outro negava precisar de Minhyuk, mesmo quando seu sofrimento era claro pelo olhar.

Parecia não haver sentido nesse pesar que Jooheon emanava. Minhyuk em uma análise breve poderia dizer que a vida dele não tinha falhas. Ele fazia o que queria, era famoso, as garotas e garotos caíam aos seus pés, vivia a vida sem medo. De certa forma soava incapaz de haver qualquer falha naquela vida.

Então Minhyuk pensou o óbvio: ele deveria esconder algum segredo. Deveria ser algo horrível. Todo tipo de trauma passou pela cabeça de Minhyuk, tentando adivinhar qual poderia ser o de Jooheon mas parecia que nenhum se encaixava. Mas é sempre assim, você nunca desconfia até que a pessoa conte.

Decidido a dar um tempo de todas essas teorias mirabolantes que poderiam ser só besteira da cabeça dele, Minhyuk foi atrás de Changkyun — afinal ele era o amigo que parecia mais próximo de Jooheon e poderia saber a razão pela qual ele havia faltando no colégio naquele dia.

Ando pelos corredores meio perdido a procura do de cabelos negros até que o avistou perto do corredor coberto que dava acesso aos vestiários. Changkyun deveria estar na aula de educação física, deduziu Minhyuk.

Ao se aproximar dele, notou que conversava com um garoto alto de lábios bem grossos. Os dois pareciam fofocar devido aos murmúrios pelos quais conversavam. Ao avistarem Minhyuk se aproximar, imediatamente pararam de conversar.

Minhyuk fez menção de estar procurando por Changkyun, então o garoto suspirou se retirando do local em passos arrastados e deixando os dois sozinhos. Changkyun o analisou de cima a baixo de forma maliciosa, Minhyuk o olhou atravessado.

— Do que você precisa, belezinha? — Changkyun disse passando sensualmente as mãos em seu cabelo, o arrumando para o lado. Minhyuk achou que fosse vomitar vendo a forma como ele era cafajeste.

— Você sabe onde Jooheon está?  — Minhyuk perguntou se inclinando, tentando olhar por detrás de Changkyun, dentro dos vestiários a procura da figura do garoto com o cabelo avermelhado.

— Jooheon? — Changkyun franziu o cenho, parando imediatamente de tentar seduzir o outro — O que você quer com ele? Não vai me dizer que estão juntos? Uau, eu nunca achei que loiros faziam o tipo dele.

—  Nós não estamos juntos nem nada — Minhyuk disse irritado mas um pouco envergonhado por ser comparado mais uma vez como namorado de Jooheon — Eu só preciso falar com ele. Assunto particular.

Changkyun balançou a cabeça parecendo finalmente entender Minhyuk, como se ele antes estivesse falando em outra língua. Grunhiu uma série de "humm" antes de começar a caminhar para dentro do vestiário sozinho. Minhyuk o segurou pelo braço — percebeu que estava constantemente fazendo isso com as pessoas.

— Você não vai me dizer onde ele está? 

Minhyuk anotou mentalmente como o Im além de cafajeste era extremamente lento. O garotou soltou seu braço das mãos dele.

— Ele faltou, oras. 

Changkyun voltou a caminhar. Minhyuk sentia mais vontade ainda de ir até ele e de presente lhe dar um soco bem no meio da fuça, mas ele não era agressivo desse jeito — Kihyun quem era, mas ultimamente mais chorava do que fazia qualquer outra coisa. Antes do outro sumir entre os armários do vestiário, gritou:

— A propósito, eu sou o amigo do garoto de cabelos rosados que você deu um fora. Você foi um babaca com o meu amigo, e eu sinceramente te desprezo. Cafajeste imbecil  — A última parte foi dita em tom mais baixo enquanto Minhyuk caminhava em passos rápidos e apertados em direção ao prédio do colégio novamente.

i wanna die | joohyukOnde histórias criam vida. Descubra agora