Capítulo 11 - Leopold

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"Velhos hábitos são difíceis de abandonar." A queda dos reinos/ Morgan Rhodes

Amazônia. Segunda, 11 de abril de 2016. 20h27

Ainda deitado, eu encerro a ligação. Clico no apagador, próximo à cabeceira, para iluminar o quarto. Levanto a minha cabeça do travesseiro e começo a me levantar da cama o mais depressa possível, mas mesmo tendo pressa, me movimento com cuidado e com o máximo de discrição possível para que minha namorada não acorde. Eu a observo para me certificar de que ela está mesmo dormindo.

Uma brisa gelada começa entrar pela janela de madeira aberta e ouço o barulho de gotas de chuva caindo sobre o telhado da casa. Começo a sentir muito frio e ele enrijece cada parte do meu corpo. Caminho até a janela e a fecho, pois o chão próximo a ela está molhado.

Estranho. A previsão do tempo para hoje não falou nada a respeito de chuva.

Paloma está deitada nua na cama, e apenas um lençol branco e fino cobre suas coxas firmes e grossas. Uma mecha de seu cabelo preto está caída sobre o olho esquerdo. A luz da lâmpada reflete em sua pele branca e o contraste é esplêndido. Os mamilos dela estão à mostra e, assim que olho para eles, tento resistir ao desejo de lamber cada um deles lentamente.

Não. Agora não é hora de sexo. Penso me dirigindo descalço para o espelho e apalpando a ereção que começou a se formar debaixo da minha cueca.

Visualizo o meu reflexo que aparenta cansaço. Não dormi muito nas últimas horas. Felizmente, por eu ser negro, as olheiras não são tão aparentes. Apanho a bermuda jeans azul que está jogada ao pé da cama e a visto. Escolho uma camisa pólo vermelha entre as poucas que tenho dentro da pequena mala que eu trouxe. O perfume da última garota que dormiu comigo ainda impregna a peça de roupa. Eu nem mesmo lembro o nome da morena.

Só sei que ela era linda e o abraço, sem dúvida, marcante.. Para mim, a aparência sempre foi uma das coisas mais importantes. Mesmo sendo jovem, tenho um trabalho que poucos adultos das Cooperativas têm o privilégio de exercer: ser um recrutador de excêntricos. Meu papel é conscientizar os novatos do que eles são verdadeiramente e do que podem fazer, além de garantir que se adaptem a essa realidade. Esta é uma tarefa que faço com prazer, pois sei bem como é me sentir sozinho e desamparado.

A preocupação tomou conta da minha mente a partir do momento em que atendi o telefonema. Por isso, mesmo estando com fome, sei que não conseguirei comer algo.

Abro a primeira gaveta da escrivaninha que há no quarto na tentativa de encontrar uma caneta e um pedaço de papel. Mesmo com a enorme bagunça na gaveta, rapidamente, encontro um bloco de post-its adesivos azuis e também a caneta que eu preciso. Arrasto a cadeira para poder me sentar e começo a escrever no pequeno bloco.


Paloma, Tive que sair e não sei quando volto ou mesmo se eu vou voltar, então é melhor você não ficar me esperando. Preferi não te acordar, pois eu não queria estragar o bom sono que você estava tendo. Obrigado por passar a noite comigo e torná-la tão agradável. Você é uma mulher incrível. Prometo que vou ligar para você quando for possível. Ok?

Com amor, Leopold.


Termino de escrever o bilhete e vou até à janela e a abro apenas um pouco para que a chuva não entre. Diferentemente da cidade grande, aqui nessa pequena cidade da

Amazônia não há tantas luzes acesas à noite. Vejo apenas algumas casas ainda iluminadas.

Acredito que aqui as pessoas tenham o hábito de dormir cedo.

Por já ser noite, não me preocupo em ser discreto. Fixo o meu olhar em um roseiral próximo. Os ramos da planta crescem e se estendem na minha direção. Estico meu braço para pegar uma das rosas, mas tomo cuidado com os espinhos.

Coloco, a flor que peguei, dentro de um recipiente de vidro cheio de água. Em cima da escrivaninha, deixo o simples presente para Paloma juntamente com o bilhete.

– Já podemos ir? – Willian pergunta para mim. Não preciso me virar para saber que é ele.

– Você e sua mania de aparecer do nada me irritam. E se eu estivesse pelado? – Sem me virar para vê-lo, digo com um tom de impaciência proposital na voz.

– Cala a boca, Leopold. – Rindo, ele coloca a mão no meu ombro direito e me teletransporta junto consigo.

Amazônia não há tantas luzes acesas à noite. Vejo apenas algumas casas ainda iluminadas. Acredito que aqui as pessoas tenham o hábito de dormir cedo.

Por já ser noite, não me preocupo em ser discreto. Fixo o meu olhar em um roseiral próximo. Os ramos da planta crescem e se estendem na minha direção. Estico meu braço para pegar uma das rosas, mas tomo cuidado com os espinhos.

Coloco, a flor que peguei, dentro de um recipiente de vidro cheio de água. Em cima da escrivaninha, deixo o simples presente para Paloma juntamente com o bilhete.

– Já podemos ir? – Willian pergunta para mim. Não preciso me virar para saber que é ele.

– Você e sua mania de aparecer do nada me irritam. E se eu estivesse pelado? – Sem me virar para vê-lo, digo com um tom de impaciência proposital na voz.

– Cala a boca, Leopold. – Rindo, ele coloca a mão no meu ombro direito e me teletransporta junto consigo.

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