Processo

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Narrado por Sakura Haruno:

Após dois longos dias colocando o corpo médico da unidade de Nagoya nos trilhos, por meio de advertências, demissões e revisão de escalas de plantão, parecia que a unidade finalmente estava voltando a normalizar seu atendimento.

Às vezes é difícil explicar para alguém, mesmo um profissional de saúde, a significância de que nosso trabalho seja bem feito. Para algumas pessoas é custoso entender que nossa função está diretamente ligada à continuidade da vida de seres humanos e que um serviço mal prestado implicaria em consequências muitas vezes fatais para os pacientes.

Meu emprego era meu maior orgulho sim, poder trabalhar no hospital me fazia muito orgulhosa de mim mesma e me deixava segura de que eu estava no caminho certo. Mas eu precisava que meus liderados percebessem que nosso trabalho é muito mais do que satisfação pessoal, é extremamente crucial para que as pessoas sobrevivam e tenham outra chance de realizar aquele sonho tão planejado, para dizer o que queriam a alguém amado e muitas outras coisas. Eu precisava que o corpo médico entendesse isso e esperava ter conseguido.

Quando soube que eu iria viajar, Naruto disse que me ligaria a cada hora para saber se estava bem e se estava conseguindo domar as feras de Nagoya, mas não ligou. Eu deveria me acostumar com isso, ele provavelmente estava muito ocupado entre as coisas do trabalho e os preparativos do casamento.

Na viagem de volta eu estava exausta, mas com a sensação de dever cumprido. Resolvi descansar no avião, mesmo com a viagem sendo de apenas uma hora, pois havia marcado uma reunião com Sasuke para aquela manhã, com o intuito de que ele me mostrasse as filmagens das câmeras de segurança do setor de emergência.

"Sasuke..."

Quando saí do restaurante no sábado eu tinha certeza que ele queria achar o culpado daquela situação, tanto quanto eu, mas ainda não entendia o motivo de ele estar tão disposto a ajudar. Eu não iria reclamar, entretanto, minha experiência com esse homem me alertava para não criar expectativas quanto ao fato de ele estar tão acessível desde que chegou ao Japão.

"Sasuke não é de fazer favores, não se acostume."

***

Chegando ao aeroporto de Tóquio às 08:45 da manhã, decidi ir direto para a empresa e pedir o café da manhã por lá mesmo, o que não foi nada difícil visto que Shizune providenciou tudo para mim.

Não havia tempo para folgas, após ver as filmagens eu continuaria na empresa para deixar o relatório do que aconteceu em Nagoya e precisaria entregar uma cópia para Fugaku e outra seria enviada para os assessores de Kaguya.

Mas, havia algo mais urgente do que qualquer outra coisa, eu precisava saber quem havia se infiltrado em minha equipe e se alguém o tinha ajudado. Essa questão não saíra de minha cabeça em momento algum, eu precisava de pistas.

Após o almoço iria ao hospital, como de costume, visitaria minha mãe e alguns pacientes internados para, depois, iniciar o meu plantão na emergência. Minhas coisas na empresa estavam na mais perfeita ordem, como se eu nunca tivesse estado fora e eu precisava agradecer à Shizune por sua eficiência.

Por volta de 10 horas, quando o relatório já estava pronto, ouvi batidas leves em minha porta e, logo após, Shizune entrou, parecia um pouco envergonhada.

Senhorita Sakura, com licença. - disse ela.

Shizune, eu gostaria mesmo de falar com você. Quero que saiba o quão grata e satisfeita eu estou por sua absoluta eficiência, muito obrigada por sua dedicação. - disse e sorri para ela, que avermelhou-se ainda mais.

Epifania de SakuraWhere stories live. Discover now