Taiyõ

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Narrado por Sasuke Uchiha:

Desde que me lembro, Naruto e eu estivemos a frente de Sakura. Não por nos acharmos melhores ou porque éramos mais velhos, mas sim porque queríamos protegê-la de qualquer coisa ou pessoa que pudesse machucá-la. Tenho certeza que o mesmo acontecia com Itachi.

Ninguém nos disse que devíamos cuidar dela e ela tampouco gostava de ser tratada assim. Mas, era involuntário, nos movíamos e agíamos impulsivamente ao menor sinal de perigo.

A única vez em que não protegi Sakura foi quando a deixei no aeroporto aquele no dia em que fui embora. Não é como se me orgulhasse de ter feito o que fiz, mas eu precisava. Se tivesse ficado ou ligado para alguém buscá-la, meu plano estaria arruinado.

Quando vi Sasori a minha frente, todo o meu autocontrole desapareceu, o que só piorou quando me apresentei e percebi que ele já me conhecia. Vê-lo daquele modo, tão confortável e debochado me tirou do sério, o chamei de traidor não só por conta do que havia feito com Sakura, mas também porque, ao olhar em seus olhos sádicos, tive a certeza de que ele também havia traído Itachi.

"Agora eu só preciso descobrir um modo de provar isso"

Perdi totalmente a postura no momento em que Sasori jogou na minha cara o que eu havia feito no aeroporto, como se fosse algo que eu fizesse tranquilamente, todos os dias.

Mal vi Sakura levantar até que senti suas mãos pequenas em meu peito, me afastando do ruivo a minha frente. A ouvi me chamar e olhei para ela. Sakura parecia tão cansada, apesar de se esforçar para não demonstrar que estava totalmente constrangida com a situação, suas orbes estavam enormes e brilhantes, como se estivessem me pedindo para ouví-la. O toque de suas mãos era suave e quente, o que me acalmou. Muito diferente do tom de voz que utilizou para mandar Sasori embora.

Achei que ela se afastaria de mim imediatamente, mas ela não o fez. Nem quando o ruivo perguntou se estávamos saindo. A seguir, mesmo com a resposta negativa da mulher, aquele a minha frente, que se dizia homem, desferiu palavras com o único intuito de humilha-la.

Eu não conseguia entender. Sakura parecia ter se tornado uma mulher incrível, que não media esforços, dedicando dia e noite, ano após ano, para salvar vidas de pessoa que ele sequer conhecia. Quem aquele cara pensava que era para tentar rebaixá-la daquele jeito? Agindo como se ela precisasse da minha atenção ou do amor que ele dizia sentir por ela?

Naquele momento percebi que Sakura não era minha inimiga, Sasori sim. Ela, provavelmente, havia sido somente mais uma vítima dele, um meio para um fim.

"Mas, onde ele quer chegar?"

Minha vontade era fazê-lo engolir tudo que havia dito, mas ao tentar avançar, senti novamente as pequenas mãos em meu peito. Após a resposta de Sakura, o ruivo foi embora ainda gargalhando. Sakura se afastou e virou para observá-lo ir embora e ao encarar suas costas, um pensamento me atingiu.

"Se eu usa-la para chegar até Sasori como estou fazendo agora, isso não me fará ser como ele?"

A resposta eu teria de encontrar depois. Por enquanto, o plano inicial estava mantido.

Fui verificar como Sakura estava e seu sorriso fraco denunciou que ela não estava bem como disse. Decidi que contaria sobre a investigação de vazamento de informações da incorporação, sabia que isso a deixaria mais acessível a mim.

Percebi que a manobra havia funcionado quando ela me informou que viajaria para Nagoya no domingo e voltaria somente na quarta-feira. Antes de ir embora a rosada se despediu agradecendo por minha ajuda.

Epifania de SakuraWhere stories live. Discover now