préciosité · changki.

cuddle.

Kihyun view.

Os raios de sol que invadiam as pequenas frestas da cortina rebatiam contra o meu rosto fazendo-me apertar os olhos nas pálpebras algumas vezes na tentativa de me acostumar com a claridade. Diferente de toda a minha rotina e de todos os dias que eu acordava sozinho no meu quarto, hoje eu estava acompanhado e no quarto de Changkyun. Pisquei com calma e várias vezes em busca de qualquer indício de que fosse um sonho ou ilusão. Vai saber qual peça minha mente me pregaria após bons copos de vinho, não é mesmo?

Não era como se eu fosse um virgem, ou que essa fosse a minha primeira vez com um homem ou nunca tivesse acordado com alguém do meu lado, mas eu continua impressionado e insistindo em como tudo parecia muito mais diferente quando era com Changkyun. Isso passava na minha cabeça constantemente, sempre em momentos que eu já havia presenciado de alguma maneira; tudo parecia mais especial. Talvez eu estivesse criando expectativas demais, talvez estivesse misturando as coisas e sentimentos. O que soava mais irônico depois de várias vezes repetir para mim mesmo e também para Jin-hyung que não iria criar nenhuma expectativa além de encontros sem intenções sérias que pudessem levar a um relacionamento.

Meu corpo levemente dolorido pela noite anterior, aquecido e encolhido nos braços de Changkyun me levava à uma realidade totalmente diferente do esperado. Todas as minhas promessas sobre expectativa ou qualquer coisa que envolvia apego haviam indo por água abaixo no instante em que a respiração quente dele bateu contra o meu pescoço e seus braços me puxaram para si em um abraço confortável.

Sem pretensão alguma de acordá-lo, me movi com cuidado entre os lençóis me virando de frente para ele. Um bico adornava seus lábios, os fios escuros caídos sobre seus olhos e as bochechas infladas eram completamente adoráveis. Toquei seu rosto com a destra, usando da minha calma ao deixar uma carícia sutil em sua bochecha, seguindo pela derme com os dedinhos até a têmpora. O cabelo bagunçado e espalhados na testa foram jogados para trás entre um cafuné ou outro. Changkyun por sua vez se mexeu na cama afundando o rosto contra o travesseiro e roçando a ponta do nariz na fronha.

Minha reação automática foi retirar a mão de seus fios evitando que acordasse ou atrapalhasse seu sono. Meu carinho só ganhou continuidade quando um resmungo baixo e manhoso soou dos lábios do mais novo como se pedisse por mais desses.

Eu ficaria ali por horas e horas somente o observando dormir.

Foi inevitável um sorriso não aparecer em meus lábios ao que ele mais uma vez me puxou para si. Não contestei ou me afastei, muito pelo contrário; arrastei meu corpo até perto do dele, entrelaçando minhas pernas nas suas em um encaixe perfeito. Desci minha mão de seus fios, posicionando-a em sua escápula entre desenhos imaginários em sua pele, percorrendo a extensão das costas em carícias sutis.

— Vai ficar me olhando dormir mesmo, é? Poderia estar descansando comigo, é domingo. — Me despertei de todos os devaneios em um pulo quando a voz grave e rouca de Changkyun soou tão baixa e arrastada. Sua voz matinal parecia três vezes mais rouca do que o normal.

— E quem disse que eu estava te olhando dormir? Eu tinha recém acordado, tá bom? — Tentei meu melhor semblante sério que não durou nem segundos ao ouvir a risada baixa e desdenhosa vinda do outro, tão típica de Changkyun. — Ei! É sério. — Insisti ao sentir todo sangue subir até minhas bochechas fazendo-me mais uma vez naquela noite, esconder o rosto e evitar que ele visse o quão tímido eu ficava perto dele.

— Você não engana ninguém, Yoo Kihyun. — Uma das mãos de Changkyun buscou minha nuca, mexendo nos fios antes mesmo de deslizar os dedos até a lateral do meu pescoço trazendo meu rosto para cima e o nivelando ao seu. Changkyun fez com que o encarasse e deixasse de lado qualquer timidez que me tomava. No momento em que eu poderia contestar fui surpreendido com um selar carinhoso e demorado. — Devo dizer que também fica lindo dormindo.