Moon forget vs moon remember

123 21 10
                                    

É sério, eu não sei o que dizer nem o que pensar...
Espero que gostem. <3

***

Eu descobri muitas coisas após abrir definitivamente meus olhos.

Descobri que jamais fui rei. Que jamais fui nada do que minha mente me dizia ser.

Descobri que tudo que imaginei ter sido minha vida inteira, foram devaneios dos dez meses que passei em coma.

E que coma é um estado de inconsciência que, inclusive, pode ser medicamentosamente provocado.

E que a perda de memória a respeito de minha vida real não passava de uma sequela do acidente que me colocou nesta cama de hospital por tanto tempo.

Ao que diziam, eu não me chamava Wang So. Meu nome era Lee JoonGi, tinha vinte e nove anos, e morava na província de Icheon com meus pais. Meu pai era o prefeito da cidade e eu estava prestes a seguir seus passos, me lançando como deputado.

O fato é que eu sequer conhecia lugar algum nomeado "Icheon", ou o que significavam palavras como "prefeito" e "deputado". Sequer sabia qualquer coisa a respeito daquela que diziam-me ser minha realidade.

E não fora fácil acatar e compreender absolutamente nada do que me era dito, embora não me restasse opção, uma vez que sequer conseguia mover-me livremente.

Descobri que a medicina havia avançado muito, e que era possível, inclusive, abrir humanos vivos a fim de resolver-lhes os problemas internos. E descobrir tais problemas através de coisas chamadas exames, e estes existiam dos mais diversos tipos, desde os que necessitavam objetos pontiagudos como agulhas até grandes máquinas inteligentes capazes de fotografar por dentro dos corpos.

Os que mais incomodavam-me eram os curandeiros que se designavam psiquiatras, estudavam-me como se não passasse de um espécime curioso, um louco. Diziam-se estudiosos da mente.

E eu jamais acreditei em profetas ou adivinhos.

Os dias passavam-se, e aqueles que se diziam meus pais apareciam com frequência. Eu me acostumava pouco a pouco aos objetos que pareciam-lhes tão comuns, como aquelas caixas retangulares que viviam em mãos, dizendo servirem para tantas coisas.

E as caixas maiores, presas à parede, onde pessoas que estavam muito distantes moviam-se dentro como uma espécie de bruxaria.

Lee SunHae, a mulher que se dizia minha matriarca, estava a observar uma destas agora, interessada em um grupo de pessoas que pareciam conversar sobre diferentes sabonetes e similares. Sabonetes estranhos, que vinham em porções fluidas, chamados "cremes", "máscaras", "esfoliantes", e outros tantos nomes aos quais não ative minha atenção, e mal sabia se algum dia seria capaz de pronunciar.

Até aquela voz alcançar meus ouvidos e a famigerada "televisão", pela primeira vez em todos estes dias, tomar-me plenamente a atenção.

Fitava, incrédulo, minha Hae Soo ali, sorrindo. Sua voz a pronunciar o mais vasto rol de palavras incompreensíveis. Fiz menção a levantar e imediatamente minha progenitora pôs-se a meu lado a fim de impedir-me, alegando que ainda não possuía firmeza nas pernas o suficiente.

― Quer ir ao banheiro, filho? Quer água?

― Shiii! ― pedi silêncio sem tirar os olhos da televisão, apontando para a tela. ― Hae Soo. Como?

Franzi a testa e olhei para a mulher de meia idade a meu lado.

― Eu a conheço.

Voltei os olhos a tela e logo a mulher retirou a caixa menor da própria bolsa ― que descobri chamar-se smartphone, ou telefone celular ―, em plena histeria, dizendo que viessem imediatamente, seja lá quem fosse.

Lovers under the Moon [Moon Lovers: Scarlet Heart Ryeo] Onde histórias criam vida. Descubra agora