Cap. 18 - O Último Ato

30 2 0
                                    

-"Você?!" questiona Percival, agora, em pânico "Não! Não é possível! Eu te matei! Você morreu! " continua ele
A figura retira o capuz na qual ela está envolvida. Ele retornou, realmente. Lancelot. Voltou. Simplesmente voltou. E está ali. Ele começa a correr de encontro a Percival, com um punhal na mão. Percival leva um tropeço, cai, e se arrasta até o trono. Ele se levanta, esperando a morte chegar. Lancelot chega na frente dele, mas não o mata. Abaixa a mão e larga o punhal.
-"Eu não posso fazer isso. " diz ele. Após isso, ele é pego pelos guardas. Os outros reis estão apavorados, assim como Tristão, Galahad e Gaheris. Por que Lancelot não matou Percival. "É o fim." pensa Tristão " O fim da Távola Redonda" ele abaixa a cabeça e começa a orar, para entregar logo sua alma ao bom Deus.
-"Cavalheiros! Foi uma honra " diz Galahad fazendo um gesto de cabeça para os outros. Eles repetem a cerimônia.
-"Então...já que a ajuda falhou...onde estávamos? " continua Percival, pegando sua lança.
-"Eu não posso fazer isso " interrompe Lancelot "agora....eu tenho certeza que...ele pode" diz Lancelot olhando para as portas do palácio. Em instantes, uma adaga voa pelo palácio,  recebendo o brilho do Sol que acabara de nascer. Ela dá em torno de uns 3 longos giros no ar, e acerta Percival no peito, fazendo com que ele caia e bata com a cabeça na borda do trono de ferro. O sangue escorre pelo seu corpo todo. A coroa cai no chão. E lá está. O rei legítimo de Camelot. Arthur. Agora, uma leva de soldados vai para cima dele, mas ele não liga. Ele é um Pendragon.
Aquele punhado de areia volta à sua mão novamente. Ela também retornou. Excalibur. Aos poucos, todos os soldados vão caindo, sobrando apenas os outros reis da Aliança. Pendragon corre na direção deles, dá um salto e finca a Excalibur no chão, fazendo com que eles caiam.
-"Eu! Arthur Pendragon, filho de Uther, rei legítimo de Camelot, os condeno pelo crime de futura extorsão dos bens e riquezas reais de Camelot! " pronuncia Arthur solenemente "a vossa pena, de acordo com as leis promulgadas há 1 século atrás, aqui, nesse mesmo trono, é a morte por enforcamento. "
Aos poucos, os reis vão ficando de joelhos e implorando o perdão de Arthur. Este, porém, sem prestar atenção, sobe as escadas do trono. Quando chega no patamar real, pega o corpo de Percival e atira na direção do mosaico de vidro que ele havia posto. O vidro se quebra e Percival cai nas águas gélidas e profundas do Mar Mediterrâneo. Os resquícios de vidro, pingando o sangue daquele que fora, um dia, um cavaleiro da Távola Redonda.
Os guardas reais, agora, reconhecendo seu verdadeiro rei, levam os reis para a cerimônia da forca.
Tristão, Galahad e Gaheris fazem uma longa reverencia para Arthur
-"Meu rei!" eles recitam em conjunto
-"Meus irmãos! " ele responde. Após, dá um abraço em todos. "Fico feliz que aguentaram as pontas sem mim." diz ele sadicamente, lembrando que a batalha estaria perdida sem ele.
Lancelot se aproxima lentamente. Arthur se desvia dos outros e vai de encontro ao menino criado no lago. Ele dá um forte abraço, olha para o rosto de Lancelot, agora preenchido por cabelos loiros grandes e uma barba também grande, e diz:
-"Visual novo?" os dois começam a rir sem parar
-"Quis fazer uma cópia do seu!" e as gargalhadas não param
-"Como sobreviveu?" pergunta o garoto, ou o melhor, o homem
-"É uma longa história! Mas agora, eu preciso cumprir uma promessa!" e sai correndo do palácio
Ele atravessa a vila, que agora exalta de alegria por ver o seu rei, passa pela pequena floresta e chega à uma entrada. Ele entra, e atravessa um comprido túnel de rochas e lá está. A mulher que cuidou dele e sua irmã. A mulher por quem ele se apaixonou esperando a chegada de seu rei. Ela corre em direção a ele e lhe dá um longo abraço seguido de um beijo
-"Viu? Eu não te prometi? " sussura ele por entre os cabelos loiros dela. Mas eles esqueceram que não estavam sozinhos ali. Havia Julia,  irmã menor de Alice, que tinha pavor do mundo à fora.
-"Ah...Julia...eu e sua irmã..." antes dele terminar, ela o corta.
-"Eu sei. Eu vi vocês aquela noite. Não se preocupe." diz ela dando um sorrisinho
-"Ufa! " ele diz e todos começam a rir. "Então, Julia e Alice" ele dá um beijo na bochecha rosada de Alice "estão prontas para o mundo à fora?" pergunta ele em tom solene
Elas fazem um gesto de cabeça, mas Alice percebe que Julia está com medo e vai conversar com ela.
-"Julia, me escuta. Nós " ela segura a mão dela "vamos ficar bem! Vamos estar seguras lá fora! Não precisa ficar com medo." aconselha ela
-"É verdade Julia. Enquanto estiverem comigo, nada de ruim vai acontecer, nem a você, e nem à sua irmã. Então, o que você diz, ein?"
Ela dá um sorriso e se levanta, agora, disposta para ir. Eles então, saem da caverna e caminham em direção ao castelo. Lá, ele as apresenta para os cavaleiros e servos.
A coroa está no chão. Possui o sangue de Percival, mesmo assim, ele a coloca. O raiar do novo dia é espelhado no ouro, fazendo com que um feixe de luz, ilumine Camelot por completa.
É um novo dia. Ele conseguiu.
Ele pega a Excalibur fincada no chão. Sente a mesma sensação de quando a retirou da rocha. Ali está, Camelot, o seu rei.

UM DIA DEPOIS

-"Exulte pois essa terra,
   Pois o teu rei chegou
   Não tenhas medo!
   Pois a vitória está próxima! "
A proclamação real é seguida de palmas.
-"Eu lhe proclamo, Rei Arthur Pendragon, rei, de Camelot!" recita o bispo enquanto põe a coroa na cabeça de Arthur. Uma imensa salva de palmas é seguida.
Depois disso, o bispo pega outra coroa, recita o mesmo cântico, e põe a coroa na cabeça de Alice. Outra salva de palmas é ouvida novamente.
-"PAZ E PROSPERIDADE PARA CAMELOT! " grita Arthur solenemente
O povo repete as mesmas palavras.
-"Façamos um minuto de silencio em honra a Galwain, nobre Cavaleiro da Távola Redonda, por seu também nobre sacrifício! " há uma pausa. O corpo de Galwain foi enterrado nos campos de trigo, o lar dos valentes guerreiros mortos. Então, a festa começa. Todos estão felizes!
Do lado de Arthur estão: Alice, Julia, Tristão, Lancelot, Galahad, Gaheris e os servos reais. Comida e bebida foram distribuídas para o povo. É um raiar de novos tempos.

Pendragon [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora