Minha mãe ficou muito feliz...
Ela estava radiante, não podia conter a felicidade em saber que um soldado tinha falado comigo. Ela obviamente o convidou pra jantar em nossa casa. E Michel aceitou imediatamente. Minha mãe chegou em casa naquela noite falando o quanto estava animada, e em como Michel era lindo e em como eu tinha sorte de ter o conhecido. Valentina não falou muito, já Carolina queria soltar fogos. Ela não acreditava, parecia pasma.
Eu não fiquei muito empolgada. Na verdade eu tinha gostado do Michel. Muito. Mais não queria apressar nada, nem força ele a gosta de mim. Minha mãe estava quase forçando nossa aproximação.
Quando a noite chegou naquele dia, um dia depois do baile, Valentina foi até meu quarto onde se deitou na cama comigo. Ela nos cobriu com um lençol branco e ficamos de frente uma pra outra. Apenas uma vela, iluminava o quarto. Estava silencioso e quieto.
- Você gostou mesmo dele? - Perguntou Valentina.
- Você não gostou? - Rebati.
- Não gostei muito dele...só quero saber se você gostou mesmo dele? - Valentina me olha, com a testa franzida.
- Não sei, é tudo muito novo!
- Você não deveria ter dúvidas Karol! Deveria saber na hora que ele era para você... - Falou.
- Ele é gentil e bonito, parece querer algo sério. Gostei disso nele, mais com um tempo eu posso amar ele de verdade, não acha? - Pergunto confusa.
Valentina não fala nada apenas me abraça. Meio desajeitado pôr estamos deitadas. Mais me agarro a ela e apenas fecho os olhos. Valentina é mais que minha irmã, ela é minha melhor amiga!
***
Na tarde seguinte, sozinha, começo a caminhar pelos campos verdes. Fazia um pouco de frio, mais não me encomodei tanto. Apenas continuo andano. Hoje a noite seria o jantar com o Michel. Minha mãe estava a mil, fazendo de tudo pra ficar perfeito. Eu precisava sair um pouco de casa, só pra pensar.
De longe vejo um homem parado, de frente a uma tela branca. Ele olhava pra tela concentrado. Como se tivesse descidindo o que fazer ainda. Ele vestia roupas modernas. Calça preta e blusa branca. Seu cabelo era meio andulado, quase preto. Fiquei olhando pra ele meio perdida, continuo a andar, e sem percebe já estou próxima o suficiente pra ele me notar. E quando ele me ver, sinto meu coração acelera.
Quero que ele me olhe assim sempre.
Ele era lindo. Muito lindo. E ele sorriu pra mim. E eu sorri de volta.
- O que está esperando pra pintar? - Falo, apontando pra tela.
- O sol está no lugar certo! - Responde, apontando pro horizonte.
- E ele não está? - Rebato.
- Não como eu quero. - Sorri.
Me aproximo mais dele, e toco na tela. Passo a mão por seus pincéis e tintas ainda fechadas em um pequeno pote.
- Como é seu nome senhorita? - Escuto ele pergunta.
- Karol Sevilla. Posso saber o seu? - Falo o olhando.
- Ruggero Pasquarelli.
- Nunca o vi por aqui. De onde o senhor é? - Pergunto.
- Ruggero, me chame apenas de Ruggero. E eu vim da Itália.
- Um pintor italiano! Interessante!
Ruggero sorri e noto pequenas covinhas em suas bochechas. Sinto meu rosto arde e olho pra baixo com vergonha.
- Tenho que ir... - Falo me afastando.
- Quando poderei a ver de novo? - Pergunta Ruggero.
- Quando o sol estiver no lugar! - Falo sorrindo, me virando pra ir embora.
- Espero que não demore muito! - Fala, um pouco alto por eu já está distante.
- Não ira! - Exclamo.
Ruggero sorri.
E novamente meu coração acelera!
Finalmente eles se conheceram.
Até mais...
- Vê.
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Arte da Paixão
RomanceEm 1830 , Karol Sevilla, é a filha do meio entre três irmãs e a mais tímida e recatada da família. Sempre viveu na sombra da irmãs, e não é, digamos, considerada a mais bonita entre as irmãs Sevilla, mais é a mais humilde e criativa da família. Rug...