Capítulo 5

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Assim que chegou na manhã seguinte, de mãos dadas com o filho, Isis deu de cara com Heitor, que estava entrando na cozinha.

— Bom dia! — cumprimentou a todos. Uma das domésticas sorriu para ela, enquanto Dora lhe dava um abraço apertado.

— Bom dia, menina. Então esse é seu filho? — perguntou com um imenso sorriso, olhando para Lucca. — Você é muito bonito, mocinho — brincou a senhora, apertando levemente uma das bochechas do garoto, que sorriu timidamente. — Qual o seu nome?

— Lucca — respondeu prontamente, agarrando-se mais à mãe.

— Sabia que meu neto também se chama Lucca? — O menino a encarou com curiosidade. — Pois é, é um nome muito bonito, e combina com você. — Sorriu para ele. — Está com fome? Quer que eu lhe prepare um copo de leite com achocolatado e biscoitos? — O menino olhou para a mãe, que logo encontrou o olhar do patrão.

— Não queremos incomodar. Já tomamos café da manhã, não é? — Olhou para o filho e abriu um singelo sorriso.

— Ah, pare com isso, não é incômodo nenhum. Você quer, Lucca? Se quiser, a tia Dora faz para você. — O garoto voltou a olhar para a mãe.

— É claro que ele quer — disse Heitor, abrindo a boca pela primeira vez. — Providencie isso para ele, Dora, e peça para que levem meu café da manhã no escritório, por favor.

Ao ver o homem, Lucca arregalou minimamente os olhos, reconhecendo-o de imediato, e abriu um largo sorriso. Heitor, ao ver a expressão do menino, piscou um olho para ele antes de deixar a cozinha.

— Dora, realmente não quero incomodar mais.

— Vá para o quarto exercer sua função, Isis, deixe que de Lucca cuido eu. Assim que ele acabar de comer eu o levo até você. — Isis olhou para o filho e sorriu.

— Você fica com a Dora por alguns minutos? — Ele assentiu. — Obedeça o que ela disser e não mexa em nada, tudo bem? — Ele voltou a assentir. — Obrigada, Dora. — A senhora apenas sorriu amigavelmente.

Isis subiu as escadas rapidamente, e sentiu o peito se encher de carinho ao encontrar a pequena Aurora. Depois de duas semanas convivendo com aquela criaturinha tão doce, foi impossível não se afeiçoar a ela. A menina abriu os impressionantes olhos azuis e esboçou uma espécie de sorriso, o que fez um calorzinho bem-vindo aquecer ainda mais o peito de Isis.

— Oi, minha princesa — disse baixinho, acariciando a pele delicada de seu rosto. — Você acordou cedo hoje, mocinha. Está com a fralda suja? — A pegou do berço e a deitou no trocador de fraldas. — Vamos tirar essa caca?

Entretida com seus afazeres, sequer se deu conta de que Heitor a observava da porta em silêncio, encantado pelo cuidado e carinho que ela tinha com a bebê, algo que a própria mãe lhe negava.

Disposto a não interrompê-la nem constrangê-la, saiu dali antes que ela o visse, e ao chegar na cozinha novamente, observou a interação de Lucca com Doralice, que com seu jeito amoroso, já havia conquistado o menino.

— Aí, tia Dora, o meu amigo pediu o aniversário do Hulk, e o papai dele falou que vai ser muito legal. Depois a gente vamos brincar de acampar no quarto dele.

— Nós vamos — Heitor o corrigiu, terminando de adentrar a cozinha. O menino se virou para olhá-lo e sorriu. — Não se diz "a gente vamos", se diz "nós vamos". — Piscou um olho para ele.

— Você é o tio que me deu um monte de sorvete, não é? — Heitor esboçou um pequeno sorriso e confirmou com um aceno de cabeça.

— Você gostou? — perguntou ao se acomodar em uma cadeira ao lado dele. — Dividiu com sua mãe?

Uma vida por um beijo - [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora