Capítulo 2

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— Babá, Isis? Sério? — Bob perguntou ao entrar no apartamento. — Não que não seja um trabalho digno, mas você terá paciência para lidar com o filho de outra pessoa? Saiba que não é toda criança que é educada e tranquila como Lucca, minha querida.

— Bob, você acha que eu estou em posição de escolher emprego? O que aparecer para mim é lucro! O dinheiro do seguro desemprego está acabando, preciso agarrar qualquer oportunidade. A coisa está feia, não só aqui na cidade, mas no Brasil todo. — Pegou sua bolsa, conferiu seus documentos e beijou a cabeça de Lucca, que estava entretido com um desenho que passava na televisão. — Filho, obedeça o tio Borboleta, ok? Mamãe volta assim que possível. — O garoto sorriu e voltou sua atenção ao desenho. — Como estou? — perguntou ansiosa, passando a mão em sua calça jeans e na camiseta branca.

— Linda, como sempre. Está sentindo esse cheiro? Cheiro de emprego novo. Agarre porque é seu! — Isis sorriu e o abraçou. Bob fazia certas brincadeiras com as amigas apenas para vê-las sorrir, mas na verdade era um tremendo homenzarrão. Corpulento, musculoso, barba cerrada e olhar marcante, o homem arrancava suspiros de quem não o conhecia, e partia o coração de muitas mulheres ao revelar sua orientação sexual.

— Obrigada por quebrar essa para mim, Bob. Volto o mais rápido que eu puder.

Saiu às pressas e chegou no ponto de ônibus a tempo de não perder a condução

O endereço era um pouco distante de sua casa, mas isso não seria problema. Desde que conseguisse o emprego, o resto seria apenas questão de detalhes.

Chegou a uma casa absurdamente grande, com muros enormes e portões de grade. Olhou para sua roupa simples e deu de ombros. Não imaginava que a casa era tão extravagante, caso contrário, teria escolhido uma roupa menos casual.

Depois que atenderam o interfone e abriram o portão para sua entrada, Isis caminhou apressadamente pelo caminho de pedras que dava direto à porta de entrada da casa. Ao seu lado esquerdo, estendia-se um lindo jardim com a grama devidamente aparada e flores coloridas e delicadas. Ao lado direito, um espaço de lazer com uma churrasqueira e piscina.

Uma mulher com cara de esnobe abriu a porta quando Isis fez menção de bater. A loira a mediu de cima a baixo, sem esboçar nenhuma reação.

— Bom dia. Eu sou...

— Eu sei quem você é — disse de forma seca. — Entre, temos assuntos a tratar. — A mulher fez seu caminho para dentro da enorme casa, obrigando Isis a acompanhá-la até um escritório. — Quantos anos tem, Isis? — perguntou assim que se acomodou em sua cadeira, indicando a cadeira à sua frente para que ela se sentasse.

— Vinte e seis — respondeu prontamente.

— Tem experiência com crianças? — Isis contorceu os lábios por um segundo.

— Não... Bom, tenho meu filho, mas isso é tudo. Nunca cuidei ou tive contato com outras crianças além dele.

— Você tem um filho? — Ela assentiu. — Qual a idade dele?

— Cinco anos.

— Isso pode interferir nas suas funções?

— Não, de forma alguma.

— Ótimo, está contratada — disse simplesmente, deixando-a momentaneamente surpresa. — Pode começar amanhã? — Guardou o currículo de Isis em uma das gavetas da mesa.

— Claro!

— Excelente. Espero você às oito, não se atrase — disse ao se levantar.

— Quantos anos tem a criança de quem tomarei conta?

Uma vida por um beijo - [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora