Capítulo 11

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Depois do cinema, enquanto dirigia de volta para casa, Heitor se virou para Isis por um instante, franzindo as sobrancelhas com a ideia que havia lhe ocorrido.

— Seria abuso demais se eu te pedisse para passar essa noite em casa? — Ela o encarou. — Pode escolher o quarto que quiser para você e Lucca. Aliás, por que não sai do seu apartamento e vem morar comigo?

— Você enlouqueceu, Heitor? — perguntou mais alto do que pretendia.

— Você paga aluguel em um lugar um tanto quanto perigoso, estou oferecendo um pouco de conforto, comodidade e segurança a vocês. Você sabe que há duas empregadas que moram na casa, não seria diferente com você, a não ser que queira que seja diferente...

— Heitor, pare com essas insinuações! — Ele sorriu, sem desviar os olhos do caminho.

— Como eu ia dizendo, há duas funcionárias que moram lá, têm seus quartos e não pagam aluguel. Não seria estranho se a babá da minha filha também se mudasse para lá, e com o dinheiro que vai economizar do aluguel, pode pagar um colégio para Lucca e dar a ele uma educação melhor. É sério, Isis, eu realmente gostaria que você se mudasse daquele apartamento. — Ela suspirou.

— Agradeço sua boa vontade, mas não vou morar com você, isso está fora de questão.

— Ok, mas e essa noite? Prometo levar Lucca na creche amanhã, se isso a tranquilizar, ou ele pode ficar com a gente em casa, por mim tanto faz. — Deu de ombros.

— Por que está fazendo isso, Heitor? — Ele sorriu. Estava sempre sorrindo ao lado dela. Era claro como água que Isis e Lucca lhe faziam bem.

— Preciso trabalhar um pouco essa noite. Não posso pedir que Dora fique porque ela tem outros problemas com que lidar em casa, e como disse, só confio em vocês para cuidar de minha filha. — Ficaram em silêncio por alguns minutos, mas ele voltou a falar: — Se você não tiver nenhum compromisso, é claro.

— Tudo bem — disse ela.

— Vai passar a noite lá? — perguntou surpreso. Na verdade não esperava que ela fosse concordar tão facilmente.

— Vou, mas temos que passar em casa para pegar roupas limpas para Lucca e para mim. — Depois do parque, passaram em uma lanchonete e Heitor levou Isis e Lucca para o apartamento para que o garoto pudesse tomar um banho e trocar de roupa antes de irem ao cinema, mas, se passariam a noite fora, ele precisaria de uma troca de roupas para ir à creche na manhã seguinte, e Isis precisava de um banho.

Heitor fez um desvio, seguindo em direção ao prédio onde ela morava.

— Pode passar ao menos essa semana conosco?

— Heitor, não force! — Ele sorriu e deu de ombros.

— Não custava perguntar.

Depois de tomar banho e dar um segundo banho em Lucca, que estava todo melecado de doces e refrigerante, finalmente estavam prontos para acompanhar Heitor até sua casa.

O caminho até a mansão foi repleto de animação. Lucca estava mais que empolgado para passar a noite na casa do tio Heitor, e não parava de falar nem por um segundo.

Assim que chegaram, Dora os recebeu na porta.

— Preparei um quarto para você e um para Lucca — disse sorrindo. Isis olhou para Heitor e franziu as sobrancelhas.

— Liguei para ela enquanto você tomava banho — explicou.

— Obrigada, Dora, mas um quarto seria suficiente.

— Imagina, menina! Com tantos quartos desocupados, não tem porquê dormirem juntos. Heitor, preciso ir. Me ligue se precisar de alguma coisa.

— Você pode ficar à vontade, vou levar Dora até a casa dela e volto logo em seguida — disse para Isis.

Uma vida por um beijo - [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora