#AMAZON Um Intenso Amor De Primavera

🏇 Prólogo

Elmont, próximo à Nova Iorque : ano de 1985.

Justine Parker, olhava silenciosamente a foto do seu adorado e belo filho, Benjamin Parker. Na foto, seu filho estava com uma expressão triste e ao mesmo tempo melancólica, ele estava sobre um cavalo. A foto provavelmente foi tirada em algum hipódromo do velho oeste. Seu filho era lindo! Benjamin parecia um anjo de cabelos encaracolados, um loiro de olhos azuis cinzas. O garoto sempre atraiu muitos olhares.

Justine, arrumar seu casaco numa tentativa de apaziguar o frio, ela para de olhar por um momento o retrato de seu amado filho, e vai em direção a janela. Um suspiro saiu do seus lábios, Sim, ela não via a hora da primavera chegar.

Em Elmont essa é a estação do ano mais aguardada, até mais que o próprio verão. Isso porque Elmolt é uma concentração populacional, designada em inglês hamlet. É um subúrbio situado no Condado de Nassau, Long Island.

Elmont é famosa como sede do Hipódromo Belmont Park, que tem a maior pista de corrida de cavalos em areia do mundo, e onde disputa-se no hipódromo Belmont Stakes. Esse é o motivo pela tal aguardada estação do ano, embora ocorra corridas semanalmente somente na primavera e verão. As pista e o hipódromo ficam mais belos somente na primavera. E nela disputa alguns dos jóquei mais famosos do mundo. Por esse motivo Justine não conseguia esconder seu orgulho.

Ela sabia que o filho, no próximo ano iria correr em Belmont Stakes. A sua felicidade não era só pelo sucesso do filho, que recebeu uma proposta que ao seu ver era o sonho de qualquer jovem jóquei. Aliás, receber um convite para trabalhar no hipódromo era o sonho de qualquer um! A felicidade de Justine se dava também porque o filho voltaria para casa.

Eles moraram a vida toda  no subúrbio de Elmolt. O lugar era habitado por pessoas apaixonadas por cavalos. Além de ser o cartão de visita do hipódromo, era comum que a maioria dos moradores criassem cavalos no fundo do quintal de suas casas ali.

Esse era o caso de Antony Parker, marido de Justine e pai de Benjamin. O senhor Antony foi um treinador de cavalos, à paixão do homem pelo os mesmo era enorme. Em nome daquela  paixão,  Antony comprou uma casa próxima ao hipódromo, ali o casal resolveram começa  a vida juntos com o filho e os três puro sangues que eles criavam no quintal.

Era uma vida perfeita, Justine não reclamava. Os primeiro ano de casada foram perfeito! Justine amava seu marido com paixão. A chegada do filho só aumentou ainda mais seu amor pela família, se é que isso era possível.

Voltando à  olhar a foto do seu adorável filho, Justine se perguntou o que de errado ocorreu no meio desse caminho? Errado porque Benjamin era uma criança saudável e feliz. Seu filhinho mostrou, para o orgulho do pai, interesse pelos cavalos aos 3 anos de idade. Em parte isso era culpa do próprio  Antony , que desde que o garoto tinha dois anos apresentava os cavalos ao pequeno. Com isso não deu outra: logo seu filho passou à  compartilhar da mesma paixão que o pai, Benjamin dizia que quando crescesse ia se tornar um jóquei famoso e que um dia ia ganhar o Kentucky Derby, a mais famosa corrida de cavalo conhecida no mundo. Os olhos do seus pais brilhavam de orgulho pelo sonho do filho.

Foi na infância de Benjamin que seus pais perceberam que o filho era diferente. Benjamin desde cedo mostrava que era diferente dos outros meninos, os pais já esperava pela homossexualidade do filho. Não que Benjamin mostrava-se feminino, pelo contrário. Mas os pais percebem  quando o filho e diferente, assim eles resolveram apoia o filho e amar-lo acima de tudo.

Na adolescência, Benjamin passou por um período de aceitação, foi difícil para o garoto assimilar o seus sentimentos e ao mesmo tempo sua homossexualidade. Mas o garoto viu nos pais e no seus cavalos à resposta para seus tremores. A aceitação e o amor da sua família foi fundamental. Assim Benjamin passou por essa fase sem traumas.

Tudo ia bem na vida do adolescente, Benjamin estudava, quando chegava em casa ia correr com seu cavalo. Ele treinava todo dia pra ser um grande jóquei. O garoto também era saudável e brincalhão. Ao 15 anos ele até arrumou um namorado. A princípio foi difícil, pois seu pai o achava muito novo para namorar, ainda mais um rapaz de 18 anos. Mas como Benjamin era responsável, o pai não tardou à  aceita o namoro do filho. Assim a vida foi seguindo.

Justine, olhando à foto do filho novamente naquele momento, e comparando com uma foto dele aos 15 anos, perguntava a si mesma o que poderia ter acontecido? Era notável à  mudança no comportamento e na expressão do filho. Ela passou à mão no peito angustiada, Justine se sentia de mãos atadas, ela é o marido não sabia o que de errado poderia ter acontecido com a vida  do filho. O fato era que  de uma hora para outra, aquele doce menino introvertido e brincalhão passou a se fecha em si mesmo. Era como se Benjamin não vivesse mais em si.

Seus olhos, outra hora brilhantes e cheio de vida, passou a ser carregado de dor. Esse evento ocorreu quando seu filho estava com 16 anos. Desde dessa idade que seu filho não era mais o mesmo. Além da dor, para o desespero dos pais, Benjamin se isolou de todos. Era comum ver o jovem garoto somente na companhia dos cavalos, e era comum vê-lo chorando em silêncio e tendo pesadelos horríveis durante às noites. Pesadelo esses que deixavam seus pais angustiados ao ser acordados no meio da noite com os gritos de horror e dor do filho. Eles corriam para o quarto de Benjamin e o acalentava entre os braços, o garoto chorava com tremores no corpo, enquanto seus pais o abraçavam em total desespero por não saber o que motivava esse trauma no filho deles.

Assim era toda às noite. Benjamin acordava com gritos de horror e ao mesmo tempo envergonhado por esta de calças molhada na cama por ter mijado na mesma. Os pais do jovem tentaram de tudo para descobrir o que houve com o filho. Até psicólogos, mas o garoto não se abria.

Justine via seu filho hoje. Benjamin estava com 20 anos, o mesmo conseguiu ser um jóquei profissional como tanto sonhou. Mas ela nunca mais viu os olhos do seu filho brilhar . Benjamin desde os 16 anos que não sorria.

Agora tudo poderia mudar. Benjamin estava voltando para sua casa! Voltando para correr no lugar que ele sempre sonhou. Justine sentia no seu íntimo à  esperança do seu filho voltar a ser o mesmo garoto feliz que um dia foi. Essa questão ficaram em segundo plano quando ela escutou passos atrás de si.

- Acordada até essa hora meu amor? - sussurrou Antony, envolvendo a cintura da esposa entre seus braços, enquanto beijava o pescoço dela.

Justine sorriu ternamente, antes de vira-se de frente para o abraça-lo pelo pescoço.

- Estava sem sono meu bem! Estou assim desde que soube do convite de Ben. Estou tão feliz que nosso filho vai voltar para casa! - falou Justine.

- Eu também meu amor.- Antony beijou carinhosamente os lábios da esposa. - Logo nosso filho estará aqui, mal posso esperar para vê-lo correndo em Belmont, e quem sabe um dia em Kentucky Derby.- Antony estava com os olhos brilhantes. - Esse era o grande sonho do nosso filhote, você lembra?

A esposa concordou com os olhos em expectativa e brilhando. Porém esse brilho se apagou dos olhos de Antony quando ele olhou para a mesma foto que sua esposa contemplava do filho minutos antes. Ele engoliu em seco ao vê a imagem do seu garoto. Para Antony era cruel aquela sensação de impotência, de não pode ajudar seu filho.

O casal trocou um olhar cheio de entendimento e dor. Foi Antony a quebra o silêncio primeiro.

- A gente vai resolver isso Justine, eu prometo! Vamos ter nosso filho de volta!

E naquele momento Justine sabia que seu marido não estava se referindo somente à  volta do filho deles para casa. Antony se referia à volta do antigo Benjamin.

E Justine sabia que seu marido cumpria todas suas promessas!

É, Justine mal podia esperar pela chegada da primavera.