O que seria do mundo Cult sem os pecados e as mentiras? Ele simplesmente não existiria, porque esse universo tão amplo se baseia nas ações e sentimentos humanos mais íntimos, verdadeiros e pecaminosos... E afinal, quem peca e mente mais, o homem ou a mulher? Os dois, pois ninguém pode viver completamente sem pecados e somente de verdades. Mentimos, na maioria das vezes, como forma de sobreviver em sociedade (já repararam que todos se afastam de pessoas muito sinceras?) e pecamos sem perceber, simplesmente porque os sete pecados capitais são coisas simples que fazem parte de nosso cotidiano, claro que os excessos são sempre punidos (ou não).
Gula, cobiça, luxúria, vaidade, preguiça, inveja e ira, nossos temidos (e queridos) pecados capitais; quem nunca comeu aquele docinho a mais, quis mais do que precisava, adoraria ter "brincado" daquele jeito diferente, faz de tudo para ser lindo (custe o que custar), daria a vida para não ter que se levantar de manhã, deseja ser melhor que todo mundo (fica até verde) e já quis arrancar a cabeça de alguém? É, acho que todos nós já pensamos ou fizemos algo assim pelo menos uma vez (várias) na vida, portanto somos todos mentirosos e pecadores.
O mundo Cult nos representa, revelando toda a obscuridade que existe dentro do mais "normal" dos mortais.
Para esse tema mais que especial e controverso escolhi três filmes de épocas diferentes que irão representá-lo muito bem:
"Entre Deus e o Pecado" (Elmer Gantry- 1960), é um filme baseado na obra homônima do primeiro escritor americano a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura em 1930, Sinclair Lewis. Brilhantemente dirigido por Richard Brooks e protagonizado por Burt Lancaster no papel de Elmer Gantry (que lhe rendeu merecidamente o primeiro Oscar) um sujeito lindo e imoral, vendedor fracassado e beberrão desonesto que descobre uma maneira "fácil" de ganhar dinheiro ao se juntar com a Irmã Sharon Falconer (Jean Simmons em ótima atuação), pregando o Evangelho pelos Estados Unidos nos anos 20, a beleza, carisma e oratória convincente de Gantry consegue torná-los milionários, verdadeiras celebridades, liderando até um grupo de fanáticos seguidores. Mas ele esbarrará nos pecados de seu passado e terá que enfrentar as consequências. Proibido em várias cidades americanas e em alguns países, Entre Deus e o Pecado é uma obra sensacional com um final extraordinário. Vencedor de três Oscars: de melhor ator para Burt Lancaster, de atriz coadjuvante para Shirley Jones (a prostituta e ex-caso de Elmer Gantry) e de melhor roteiro adaptado para Richard Brooks. Vale a pena conferir.
Direção: Richard Brooks
Gênero: Drama
Classificação: 16 anos
"Seven (Se7en)− Os sete Crimes Capitais" - (Estados Unidos, 1995)
É um filme eletrizante dirigido por David Fincher onde o macabro e o violento se unem, com um horror sugerido pior que o mostrado, possui cenas criadas para assustar sem poupar ninguém (não recomendado para os muito sensíveis). Estrelado por Brad Pitt no papel do policial novato David Mills e por Morgan Freeman como o policial veterano William Somerset; eles têm a árdua missão de investigar e prender um assassino em série que mata suas vítimas usando como tema os sete pecados capitais. Conta também com Kevin Spacey no papel de John Doe. Nauseante, surpreendente, com atuações brilhantes e exageradas (que se encaixam perfeitamente), Seven − Os Sete Crimes Capitais, é um dos filmes mais importantes dos anos 90, um verdadeiro clássico.
Direção: David Fincher
Gênero: Policial, Suspense
Classificação: 14 anos
"Pecado da Carne" - (Einayim Petukhoth – Israel/Alemanha/França 2009) É a estreia do diretor Haim Tabakman em longas-metragens e trata de um tema polêmico: a homossexualidade. Aaron Fleishman (Zohar Strauss), vive num bairro ultra-ortodoxo de Jerusalém, ele é casado, tem quatro filhos e administra um açougue kosher (herança de família); seu mundo muda completamente com a chegada do estudante Ezri (Ran Danker). Ambos começam a se encontrar e a passar cada vez mais tempo juntos, fazendo com que Aaron (entregue a um conflito interior) tenha que tomar uma decisão importante: voltar à sua vida comum ou se entregar a essa relação considerada pecaminosa. Um filme emocionante, mostrando como a questão da homossexualidade é vista por outras culturas, envolvendo questões sociais, familiares, religiosas e principalmente sentimentais.
Direção: Einayim Petukhoth
Gênero: Drama, Romance
Classificação: 14 anos
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Cinema e Cult - Vol. 1
General FictionPara conhecer e compreender melhor o mundo mágico da sétima arte, este livro traz os textos atualizados de todas as edições da Coluna CULTíssimo, criada pela escritora e cineasta Ana Rosenrot e publicados originalmente na Revista Suíça Varal do Bras...