Capitulo 9 - O passado escondido...

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Inês respirou fundo e suspirou. Tinha acabado de terminar o último exame do último semestre do último ano do seu curso. Sabia que estava prestes a iniciar-se uma fase importante da sua vida profissional.

Porém, também estava a iniciar uma nova fase na sua vida pessoal, pois estava agora envolvida com um homem que tinha conhecido há pouco tempo, pelo qual estava completamente apaixonada. Ela também sabia que Pedro estava completamente apaixonado por ela. Mas lá no seu íntimo, ela tinha ainda algum receio de o deixar entrar no seu coração.

Ela ainda estava a recuperar de um namoro prolongado e que lhe tinha causado muito sofrimento e tinha jurado não se envolver com ninguém nos tempos mais próximos. Mas Pedro tinha conseguido convencê-la de que ele era a alma gémea dela... Mas era também o que ela pensava do Alfredo, o seu ex-namorado. E ele tinha-a magoado mais do ela pensava possível.

Ela ainda se lembrava do primeiro dia em que o conheceu. Tinha sido na faculdade, pois eram ambos da mesma turma. No início, ela não lhe tinha prestado muita atenção. Apesar dele ser o rapaz mais bem parecido da turma, a primeira impressão que tinha ficado dele não tinha sido muito boa, pois ele estava constantemente a flirtar com todas as raparigas da faculdade. E envolver-se com uma pessoa como ele era algo que Inês não tencionava fazer. Mas muitas vezes, as coisas não correm como pretendíamos.

Ela nem sabia que iria cometer o maior erro da sua vida, quando aceitou o pedido de uma colega que fazia parte do seu grupo de estudo, para que Alfredo também passasse a integra-lo.

Quase sem se dar por isso, ela e Alfredo começaram a dar-se cada vez melhor, até porque os inúmeros trabalhos de grupo a que os alunos do primeiro ano estavam sujeitos os obrigavam a passar juntos inúmeras noites. Quanto mais tempo estavam juntos, mais ela percebia que ele não era a pessoa que ela tinha imaginado. Ele era uma pessoa muito extrovertida como ela e que tinha necessidade de estar no centro das atenções. Mas era também um homem muito sensível e divertido. E não foi surpresa que ela se apaixonasse por ele. No início ela não queria admitir essa situação, mas passado algum tempo passou a ser impossível esconder os seus sentimentos, até porque sempre que estavam os dois sozinhos, existia um desconforto evidente.

E este ambiente durou até ao final do primeiro semestre, quando finalmente aconteceu algo que quebrou a apatia existente. Um dia, Inês recebeu uma mensagem de Alfredo, através da qual ele lhe pedia para o ajudar a estudar para a oral que ele ia ter no dia seguinte, pois estava em risco de chumbar naquela cadeira. Mesmo com o ambiente estranho que pairava entre os dois, ela não podia deixar de ajudar o seu amigo, pelo que ambos combinaram encontrar-se na biblioteca a seguir ao almoço.

Quando ela chegou à biblioteca, Alfredo já lá estava. Inês começou logo a fazer-lhe perguntas, por forma a prepara-lo para a oral. A tarde passou depressa, pois a matéria era muita e o tempo era cada vez mais escasso para o que ainda faltava cobrir. Por volta das dez da noite, Alfredo sugeriu que ambos fizessem uma pausa e fossem jantar, pois nem tinha reparado que já era tão tarde. Inês assentiu e decidiram ir a um pequeno café que ficava numa esquina perto da faculdade, e comer rapidamente qualquer coisa.

Ainda hoje ela se lembrava do que se tinha passado no café, como se tivesse sido ontem... Palavra por palavra...

- Muito obrigado por me estares a ajudar, Inês. Não saberia o que fazer sem ti.

- Tu sabes que os amigos são para as ocasiões. Tu bem sabes, ou já te esqueceste daquela noite em que me ajudaste a estudar para o exame de Introdução à Psicologia I? Nem sei como é que não chumbámos nessa cadeira.

- Sim, eu lembro-me perfeitamente daquela noite. Ou pelo menos, lembro-me do facto de não ter conseguido concentrar-me durante a noite toda, pois estava sempre a olhar para ti, pois estavas muito gira naquele vestido que estavas a usar. - disse Alfredo, antes de Inês corar como nunca tinha corado antes.

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