Capítulo 18 - O início da amizade

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Pedro estava satisfeito pelo facto da noite passada ter corrido bem... Principalmente, estava feliz pelo facto do reencontro com Inês ter sido muito encorajador. Os dois tinham falado algumas vezes durante a noite e pareceu-lhe que ele já tinha recuperado parte da confiança dela. Mas sabia que ainda faltava muito para que as coisas voltassem a ser como dantes. E a culpa era toda dele.

Agora tinha de ser amigo de Inês. Por mais que isso lhe custasse, era o que Inês queria. E ele não tinha outra hipótese que não a de respeitar o seu pedido. Quão difícil poderia ser amigo de uma mulher? Ele já tinha conseguido manter uma relação de amizade com a Patrícia. Não poderia ser assim tão complicado.

Enquanto estava no escritório, Pedro resistiu à tentação de ligar-lhe por causa do tal encontro que tinham ficado de ter. Era ainda muito cedo para ligar-lhe. Ele tinha de ter paciência e fazer as coisas com calma, sob o risco de afastar Inês novamente da sua vida. E também lembrou-se que não tinha ficado combinado quem ligaria ao outro. Ela poderia estar a contar a ser ela a marcar o encontro e ele não queria estar a pressioná-la.

Não, ele tinha esperar. E estava disposto a esperar o tempo que fosse preciso para a ter de volta.

Mas isso não impediu que ele estivesse o tempo todo ansioso à espera da chamada dela. Mas infelizmente, a sua espera foi em vão. Uma semana tinha passado e ele não tinha recebido um telefonema ou um SMS dela. Para tentar fugir a esse facto, ele concentrou-se no trabalho, para não ter de pensar noutra coisa. Era a forma mais fácil de não lidar com a ansiosidade que tinha.

Mas chegou a uma altura em que ele não conseguia aguentar mais. As coisas tinham corrido bem no jantar. Já tinha passado algum tempo, e podia ser que ela estivesse ocupada com o seu novo emprego e no meio de tanta coisa, não tinha tido oportunidade de lhe ligar. Por isso, racionalizou que não havia nenhum mal em ser ele ligar-lhe para combinar um café.

Pedro agarrou no seu telemóvel e ligou para o número de Inês. Mas ela não lhe atendeu o telemóvel. Aliás, ela desligou-lhe imediatamente, não tendo deixado tocar mais uma vez. Tentou mais uma vez, mas obteve o mesmo resultado.

Ele começou a ficar algo nervoso. Porque seria que ela estaria a evitar as suas chamadas? Será que ele tinha cometido o erro de ligar-lhe em vez de esperar que ela estivesse preparada para sair com ele a sós pela primeira vez desde que tinham terminado? Ou será que ela estava ocupada de momento e ligaria-lhe logo a seguir, assim que ela pudesse?

Pedro decidiu aguardar alguns minutos antes de tentar novamente, pois podia ser que Inês devolvesse a sua chamada. Mas os minutos foram passando e ele continuava a não ter nenhum sinal dela. Passado duas horas após a sua tentativa, Pedro decidiu ligar-lhe novamente... mas mais uma vez, aconteceu o mesmo que antes. A sua preocupação aumentou, pois por um momento, passou-lhe pela cabeça que ela tinha mudado de ideias e que não queria estar com ele, nem mesmo como amigo. Ou talvez ela tivesse encontrado alguém entretanto e não quisesse falar com ele, para evitar aquela conversa embaraçosa que acontece sempre nessas situações.

Mas ele não podia fazer nada. A bola estava nas mãos dela, e se ele continuasse a insistir corria o risco de afastá-la de forma irremediável. Se é que isso ainda não já tivesse acontecido. Tinha de continuar com a sua vida sem ela e nunca perder a esperança. Por isso, voltou a enterrar-se no trabalho, particularmente na campanha actual que tinha em mãos, e não saiu do escritório até serem onze da noite.

Quando chegou a casa, olhou para o telemóvel e viu que não tinha chamadas não atendidas ou mensagens novas. O seu ânimo diminuiu ainda mais, mas apenas podia suspirar e resignar-se à situação. Tomou um duche e depois de ter comido uma sandes ao jantar foi logo deitar-se.

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