Is he here??!

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Só lembrando que: Não esquece da estrelinha!!

Sabina Hidalgo

Quando avião pousou em Guadalajara eram pouco mais de três da manhã. Saí parecendo um zumbi porque eu não tinha dormido direito no voo. As memórias ficavam indo e voltando na minha mente. O sorriso carinhoso e preguiçoso de Pepe e o sorriso de lado e malicioso de Enzo. A minha própria mente estava fodendo com a minha cabeça.

Tratei de colocar um filme pra tentar amenizar as memórias, mas era realmente difícil lutar contra mim mesma. Por fim, coloquei uma música alemã que Sina havia baixado no meu celular e fiquei viajando, pensando em nada.

Pedi um carro pelo aplicativo e fui buscar minha mala na esteira. Era muito estranho ir até a esteira e pegar uma única mala, estava tão acostumada a viajar com 70 malas, pegar todas elas. Apressei o passo quando o aplicativo avisou que o carro já me esperava.

_ Boa noite, senhorita. - o senhor já idoso me cumprimentou com um sorriso simpático. Ele me ajudou a colocar a mala no porta malas antes de partimos rumo a minha casa. O meu destino final.

Esperei o carro sumir antes de abrir o portão e entrar. Tentei fazer menos barulho possível pra não acordar ninguém. Meus pais iam trabalhar em poucas horas e minha irmã ia pra escola. Acordar eles não seria nada legal da minha parte.

_ Sabina?! - lá estava Luna numa cena muito cômica. Ela segurava uma frigideira em posição de ataque, parecia a Rapunzel quando o Finn escalou a torre. - O que diabos você está fazendo em casa uma hora dessas?

_ Bom te ver também. - comentei sarcástica, trancando a porta antes de puxar ela pra um abraço apertado e saudoso, mesmo fazendo poucos dias desde que a vi. - O que a senhorita está fazendo acordada essa hora?

_ Estava com sede, desci e quando eu estava voltando, ouvi o portão bater e peguei isso... - ela sacudiu a frigideira no ar. Acabei rindo junto com ela.

_ Vamos dormir? - chamei ela já direcionando para a escada que levava ao segundo andar. Luna deixou a frigideira sobre a mesa da cozinha e me seguiu. - Vai dormir comigo? - perguntei quando ela esgueirou pra dentro do meu quarto comigo.

_ Eu sei que você não vai me colocar pra fora. - disse na maior cara de pau, pulando na minha cama e se enrolando na minha coberta. Rolei os olhos, mas não retruquei. Deixei a mala de lado e apaguei a luz, indo me deitar com ela. - Boa noite, mana.

_ Boa noite, princess. - desejei puxando ela pro meu abraço.

Sentia tanta falta dela, chegava a doer todo o tempo que ficava longe, sentia como se eu estivesse perdendo alguma coisa, de fato eu estava. Luna estava cada dia maior e mais esperta, me recusava a acreditar que a minha doce bebê já ia fazer 14 anos.

Adormeci sentindo o cheiro floral do seu cabelo. Eu dormia nos hotéis mais confortáveis do mundo, tinha uma senhora cama em Los Angeles, mas nada se comparava a minha cama, na minha casa, ainda mais quando tinha minha irmã de companhia.

_ Hey. - senti alguém me balançar de um lado pro outro, mas eu não queria abrir os olhos de jeito nenhum. - Anda Saby. Eu sei que está acordada.

_ Para com isso, Lu. - reclamei me virando pro outro lado. - Eu quero dormir, eu viajei a noite toda.

_ A mamá quer saber porque eu não dormi no meu quarto, se ela entrar aqui vai ser pior. Levanta e vamos lá tomar café. - Luna tentou mais uma vez. - A mamá vai te amassar.

_ Tá, tá. - falei me dando por vencida, sentei-me na cama. Esfreguei meus olhos cansados, lutando para mantê-los abertos, olhei pro lado de fora e vi que o sol mal tinha surgido no horizonte, significava que ainda era super cedo.

Luna não me esperou arrumar o cabelo e escovar os dentes. Ontem eu estava tão cansada que nem me importei de dormir com calça jeans e blusa de manga, mas assim que eu notei minha roupa dei um jeito de procurar um short de malha.

_ Luna Michelle...

_ Oi mamá. - interrompi o discurso ameaçador que mamá estava prestes a iniciar. A mulher quase deu um treco no coração quando me viu, ficou tão branca que parecia ter visto um fantasma. Isso antes de me puxar e dar um abraço de urso.

_ O que você está fazendo em casa? Pensei que só voltaria daqui uns meses?

_ Quanto amor comigo. Quero ver no dia que for a Luna. - falei brincando porque eu sempre dizia que eles amavam mais Luna que eu, mesmo sabendo que não era verdade. Tanto mamá, quanto papá eles sempre deram tudo que podiam para nós, e eu sou absurdamente grata a eles por isso.

_ Deixa de ser besta. - mamá me empurrou pra longe.

_ E eu tive uma pausa, mas na quarta eu volto. Vim porque essa é a minha última chance de ficar com a minha família antes de sair em turnê. - falei beliscando o pão de Luna.

_ E não tem nada a ver com Pepe estar na cidade, certo? - Luna provocou com um sorriso, tirando seu pão doce do meu alcance.

(N/A: Não esquece da estrelinha!!)

Arregalei os olhos.

_ O que?! Pepe está aqui?

_ Vai me dizer que não sabia? - Luna devolveu outra pergunta. Neguei lentamente, ainda estupefata com a notícia. - Xii...

_ Não, não fazia ideia que Pepe estava na cidade. E porque esse xiii...

_ Talvez eu tenha contado pra ele que você está na cidade, mas só talvez. - Luna falou encolhendo os ombros e olhando pro alto, como se não tivesse feito nada.

_ Só não bato em você porque eu sou muito boa pra sujar minha mão. Mas arghhh!! Quando foi que você contou pra ele?

_ Enquanto você escovava os dentes.

_ E por que?

_ Porque ele me mandou mensagem perguntando se sabia de você, mas você não estava respondendo as mensagens de ninguém. Então resolvi avisar seu namorado que você está na cidade pra ele ficar tranquilo. - Luna explicou rapidamente, mas a única coisa que prestei atenção foi na parte do namorado.

_ Então se o namorado está na cidade ela vem? - papá surgiu atrás de mim, me abraçando com força, me pegando desprevenida. - Dá desculpa de ver a família, mas só pensa no Pepe.

_ Em minha defesa, eu não sabia que o Pepe estava na cidade.

_ Só porque não atende essa porcaria que chama de celular. - mamá alfinetou do outro lado, terminando de passar o café. Antes que eu pudesse me defender, a campainha ressoou por toda casa. Luna mais que depressa saltou da cadeira e foi atender.

_ Pepe?! - me assustei com a entrada do rapaz na cozinha. - O que você tá fazendo aqui essa hora da manhã?

_ Vim ver você, ue. Não atende minhas ligações, fiquei preocupado contigo. - ele se aproximou e me abraçou de supetão. Não tive escolha senão abraçar de volta. Droga, sentir o cheiro dele de novo foi uma pancada no estômago.

Por que?! Porque senhor?? Porque comigo. Maldito coração que ainda palpitava quando Pepe se preocupava comigo, mas também socava forte quando lembrava o sorriso do Enzo. Mais filha da puta que esse coração só dois dele.

_ Tão lindos. - pude ouvir minha mãe suspirar ao fundo.

Rolei os olhos, escondendo ainda mais meu rosto em seu peito.

_ A gente precisa conversar.

_ É eu sei. - sussurrou no meu ouvido.

Maldita líbido. O que estava acontecendo comigo? Arrepiei com sua voz rouca e baixa soando bem pertinho, arrepiei com o olhar de Enzo. Meu corpo realmente não sabe o que quer. Só sabe ser filho da puta igual o coração.

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Não esquece da estrelinha!!

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