Meu precioso...

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— Lojas Kim, Park Chanyeol, boa tarde?

— Você está atrasado cinco minutos, Park!

  A voz do meu novo chefe soou baixa e cínica pelo fone e eu só respirei fundo e disse um estou indo rápido, antes de sair da minha mesa.

  Duas semanas, e eu já estava no limite.

  Huang Sauron Zitao não era de todo ruim, mas que ele era louco, isso era. E me fazia mais demandas do que um ser humano era capaz de lidar, mas eu precisava daquele dinheiro então eu só respirava fundo, fingia que era Elrond em sua infinita paz e voltava para a cova do louco com um sorriso educado.

  Mas nem sempre funcionava e naquele dia eu estava pouco disposto a ser o ipad de milhões de funções diferentes.

  Eu estava cansado, muito cansado. E além disso estava com sono. Uma mistura perigosa pois não consegui dormir de jeito nenhum... E eu com sono era como Bilbo sem o anel, malvado.

  Entrei e já fui para o meu lugar, uma poltrona ao lado da mesa do chefe que falava ao telefone concentrado e rascunhando mil coisas na agenda.

  Ele podia ser louco, mas era organizado, isso era.

  Então ele me olhou e sorriu de canto e juro, sempre me sentia meio gelado quando ele me olhava assim e meu novo chefe sempre me olhava. Era desconfortável e estranho, eu não estava acostumado com aquilo, porque além de sempre me olhar ele era muito direto.

  Direto demais...

— Park?

  Eu me assustei um pouco já que devia ter perdido algo, afinal eu olhava para ele e ele estava lá no telefone e agora estava diante de mim de braços cruzados. Oi?

— E-eu?

  Respondi com outra pergunta e ele me estendeu uma gravata. Como eu disse, ele era louco, aquilo era fato.

— Coloque, vamos, temos que sair.

— Coloque no senhor?

  Ele arqueou as sobrancelhas e acabou rindo baixo:

— Você bebeu, Park Chanyeol? – Eu ia responder, mas ele sacudiu a gravata na minha frente – Que seja, vamos, use-a, temos um encontro para ir, agora.

  E meio lento, pois sim, eu era um malvado lento naquela situação, eu peguei a gravata e coloquei em meu pescoço antes de segui-lo escritório a fora.

  Meu chefe dirigia o próprio carro, ele não gostava de motorista, não gostava de ser seguido a não ser por quem escolhesse e nem tinha muita paciência com a própria secretaria. Nem comigo, embora Hee, a secretaria dissesse que eu estava indo bem, incrivelmente bem, e eu ficava lá, claro, sim, muito bem, sei...

  Então foi nessa aura meio estranha, sonolenta, lenta e distraída que entrei no tal encontro que meu chefe tinha que ir e quase cai de costas... Uma boate? Em plena quatro da tarde?

  Ele seguiu para a porta central e um segurança abriu o cumprimentando como se o conhecesse. Oi de novo?

  E então estávamos lá e descobri que a boate era uma casa noturna... De adultos.

Minha vida de call centerOnde histórias criam vida. Descubra agora