— Lojas Kim, Park Chanyeol, boa tarde?
— Escuta aqui seu folgado, se ficarem ligando para minha casa de novo me cobrando eu juro que vou processar vocês, vocês acham o que? Que eu devo só aí? Essa crise 'tá feia meu amigo, eu devo até para o papa!
O cliente terminou a gritaria e o som de desligado na linha preencheu minhas orelhas mesmo que só uma delas ficasse no fone. Tive que tirar o objeto e sacudir minha cabeça enquanto Baek esticava a cabeça no meu guichê e olhava a ficha do cliente.
— Kim Taehyung? Hummm, vamos pegar o cpf dele e dar para um feiticeiro vodu.
Eu sorri e depois o empurrei de volta para a P.A dele. Baek era louco, mas era meu amigo.
— Ele só está bravo, não está fácil para ninguém, não é?
Baek sorriu mal e depois piscou:
— Tudo bem, mas eu ainda iria me vingar, odeio quando gritam comigo.
— O povo gosta de gritar, fazer o quê. Somos o desestresse da população coreana endividada.
Lay disse atrás de mim logo voltando a atender outra ligação. Eu sorri outra vez, sim, éramos terapêuticos para alguns, mesmo que depois ficássemos meio surdos o resto da tarde.
— Pessoal, quem vai essa noite para o Bar da Yuri?
Kris disse de repente entre um sim senhor, não senhor e segundos de espera da ligação que fazia.
— Quem ganhou na loto?
Baek riu baixo pegando ligações de caixa postal.
Caixa postal era irritante, eu já tinha decorado todas versões diferentes do deixe seu recado que em breve sua ligação será ouvida, tu tu tu...
— Aniversário de namoro, Lulu vai pagar!
— Vão fazer quatro anos já? Impressionante.
Eu disse animado, eles eram o casal mais fofo da face da terra, não tinha como não ficar feliz. Kris sorriu meio de canto e ficou em um ângulo entre Minseok e seu cliente encrenqueiro – Dava para ver pela cara dele que a conversa estava tensa – E eu, que me inclinei para ver seu rosto.
— Você vai estar nas nossas bodas de ouro, Park, vai se acostumando.
Fiz sinal de ok e uma ligação caiu me chamando a atenção completa.
— Lojas Kim, Park Chanyeol, boa tarde?
— Venha para minha sala, Park Chanyeol, agora.
A voz do gerente da operação me pegou de supressa de tal forma que quase cai da cadeira de susto. Ele desligou e eu fiquei meio minuto encarando o nada da tela vazia.
— Ei, Park?
Baek me cutucou, eu me virei e só disse uma palavra baixinho:
— Sauron.
Baek fez cara de nojo, Minseok tocou no meu ombro como o Legolas com o Aragon e Kai despertou inesperadamente da sua P.A e me desejou muita sorte.
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Minha vida de call center
FanfictionUma central, onze amigos e situações tão bizarras que parecem mentira. Mas é real. Meu nome é Park Chanyeol, sou um operador de cobrança de Call center das lojas Kim e tenho um segredo para compartilhar.