Corações Desesperados

EXTRA - Ele é meu destino

Lay desligou o celular e respirou aliviado. Sua secretaria cancelaria todos os seus compromissos e ele poderia ficar em casa ajudando Dae com a bebê, afinal Min ligou dizendo que ainda teria que ficar fora por causa da situação da bebê, ele estava cuidando do velório da mãe e procurando familiares.

  Sentou em seu sofá e ficou admirando a criança quieta que dormia pacífica. Fizeram um cercadinho para ela de lençóis no sofá e ele conseguiu convencer o marido do amigo a ir dormir um pouco enquanto ele vigiava a menina. Afinal, seria mais uma afilhada dele. Sorriu animado, adorava crianças.

  Repassou na mente a conversa que teve com Jongdae na noite anterior.

  De fato, Tao já vinha planejando um jeito de ficar com ele a mais tempo do que imaginava e Dae apoiava isso, ao menos um deles... Yixing ainda se sentia errado naquela situação, apensar de tudo, mas Dae lhe acalmou um pouco, afinal eles se gostavam, ficar juntos era apenas consequência e quando o outro perguntou se ele tinha intenções sérias com seu filho Lay não titubeou, garantiu que sim. Tao sempre foi importante para si, agora mais do que nunca.

—  Ah neném... Mas é justo prender seu irmão a alguém o dobro da sua idade?

  Perguntou um pouco aflito ao bebê adormecido e deixou cair os ombros diante do óbvio silêncio.

  Sabia que Tao nem aceitaria que ele abrisse a boca para falar algo do tipo, mas... Ainda assim, para ele, era errado. Muito errado, embora quando estava com o mais novo todas aquelas questões desaparecessem da sua mente como mágica. Tao tinha aquele poder sobre ele.

—  O que eu devo fazer?

  Seu celular vibrou e ele quase caiu do sofá. Quem seria...?

  Atendeu rápido para não acordar a bebê.

—  Bom dia Lay! Você vai vir aqui em casa?

—  Mel? — Yixing se afastou do sofá, mas sem tirar os olhos da bebê caso ela se mexesse e sorriu antes que percebesse. Tao tinha algum instinto sobre ele? — Bom dia, e por quê?

—  Eu liguei para sua secretária e ela me disse que não ia trabalhar hoje e você nunca falta então imaginei que fosse por minha causa ou... Você está doente?

—  Não...

  Murmurou um pouco atordoado. Não era nem oito da manhã, Tao caiu cama?

—  Não está doente ou não é por minha causa? Acabou de acordar? Está parecendo um pouco atordoado, amor. Quer que eu vá aí? Eu não tenho aula hoje e se quiser posso ficar aí com você, eu gostaria, você gostaria? Ou quer vir em casa, sabe quem voltou para férias? O Kris! Lembra dele, meu babá? Pois é...

  De repente Yixing estava muito desperto e com a mente a mil. COMO? Aquele garoto estava de volta? Aquele garoto por quem Tao vivia indo atrás como uma sombra? Não! Ele era alto demais, bonito demais, não!!!

—  Zitao! Venha para casa! Agora, aliás ele vai ficar aí durante todas as férias? Vai?

  Ouviu a risadinha do outro e aquilo o deixou ainda mais tenso.

—  Está com ciúme do meu ex babá Xing?

—  É claro que eu estou! Ele é alto, bonito e novo! A não ser que... — E Lay engoliu em seco — Você ainda gosta dele Tao? Eu...

—  Sério LAY! Estou brincando, só isso, aishiii! Precisamos trabalhar sua autoestima, sério, isso é preocupante! Me dê meia hora e eu estarei aí. Vê se olha um pouco no espelho enquanto isso por que olha, vou te contar, um gato desses com crise? Só por deus...

  E ele desligou o telefone deixando Lay na linha e um pouco chocado com as palavras do outro. Gato? Ele?

  Então saiu um pouco do transe e se lembrou que não estava sozinho em casa... Ah droga!

Minseok ia matá-lo!

  Minoah foi até o quarto dos gêmeos como de praxe antes que fosse fazer o café da manhã e sorriu diante dos irmãos desmaiados em suas camas. Eles eram seus bebês, embora se controlasse para não ser uma irmã pegajosa e chata. Riu e desceu para a cozinha ouvindo, para sua surpresa, uma conversa animada e divertida.

  Era Kris e o babá.

  Ela não acordou o babá na noite passada, ela deixou que ele dormisse por que sabia o quão exaustivo foi o dia dele, mas aparentemente ele caía da cama bem cedo também.

  Ao entrar na cozinha viu ele sorrindo animado para um Kris sonolento e risonho. Evitou rolar os olhos, é... Kris foi fisgado pela magia do pequeno também. Óbvio.

—  ... Mas você quer seguir a pediatria?

—  Sim, é o que eu gosto...

—  Eu entendo, também amo crianças e fica difícil me ver longe delas.

—  Então adote uma vocês dois e fica tudo certo, de adoção minha família entende bem.

  Disse divertida e viu um tom róseo cobrir o rosto de ambos.

  Evitou rir e fingiu não ter dito nada demais e indo se sentar na beira do balcão. Pegou seu jornal olhando atenta as panquecas e frutas que o babá preparava.

—  Sabe Mary Poppins, acho que vou falar com meu pai e contratar você em regime integral para sempre, o que acha?

  Ele se voltou para ela um pouco chocado e pela primeira vez incerto.

—  Sério?

  Minoah viu exatamente o que procurava naquele olhar, naquele segundo. Ele estava precisando do emprego e ela imaginava o porquê, grande parte das famílias tinham receio com um garoto como babá, não era comum. Mas isso se relacionava com a tia dele também...

—  Bom, eu sei que sua tia é só babá freelance, assim teria de falar com ela, e eu teria de ver com meu daddy também, mas acho que não teremos problemas, desde que você passe no teste com ele e acredite, Daddy é uma harpia quando se trata da família. Mas as crianças gostaram de você assim acho que está com metade de chances de ficar. Se quiser realmente a vaga precisa me dizer agora.

  E ele se curvou para ela sorridente.

—  Por favor! Eu gostaria muito, de verdade!

—  Então ok, vou falar com ele certo?

—  Obrigado Agashi!

—  Me chame de Minoah mesmo.

  E riu diante da empolgação do menor, ahhh esses garotos...

  Kris lançou um sorriso brilhante ao menor e ela soube, como sempre sabia quando se tratava de sua família, que o babá tinha realmente encantado o futuro pediatra. Também.