Capítulo 4 Decisão da Copa do Brasil 2006 (Josito)

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O time cadete atacava; Reimman tocou a bola para um jogador à sua direita e recebeu a devolução. Tentou passar por jogadores adversários, mas a bola ficou na marcação. Um jogador do America lançou a bola para o meio de campo, sendo recebida por um jogador de vermelho que a cruzou para a esquerda. Um jogador de branco tentou cortar, e a bola foi à lateral. Após a cobrança, um jogador americano recebeu a redonda, segurando-a um pouco até avistar Betá, e a lançou. Um jogador de branco veio por trás e alcançou a bola antes de Betá, que perdeu o equilíbrio, indo ao chão.

A bola continuou rolando, enquanto a torcida do America reclamava por uma falta. Um jogador de branco lançou a bola para a direita, que foi recebida por outro. Com a redonda, ganhou velocidade e a lançou para perto da pequena área; Reimman recebeu, segurou tentando encontrar espaço. Não encontrou e recuou a bola. O que recebeu mandou para a esquerda, mas o destinatário não alcançou, deixando a bola ir à lateral. Após a cobrança da lateral, o americano que recebeu a bola fez jogada aérea para a esquerda; outro de vermelho a recebeu no peito, após a bola ir ao chão, buscou velocidade e a passou para outro americano que não estava muito longe da pequena área. Arriscou um chute; um zagueiro cortou a bola, que foi a escanteio.

No banco do America, Josito Chaves gritava que não era necessário tantos jogadores irem para a área do adversário. Alguns jogadores recuaram pouco antes do escanteio ser cobrado. O americano que cobrou o escanteio mirou mal, e a bola foi parar nas mãos de Júlio César, que mandou a bola para o meio-campo. Após balançar negativamente a cabeça, o técnico do America voltou a sentar.

O seu nome fora sugerido para técnico da seleção. Mas ele não sabia se aceitaria caso fosse convocado; julgava que tal cargo exigia muita responsabilidade.

— Passa a bola sem falta! — gritou em uma direção.

Os seus cabelos, que já eram um pouco grisalhos, se tornariam totalmente brancos em três tempos caso dirigisse a seleção brasileira, ponderava.

— Antecipa! — gritou.

Depois de ter pendurado as chuteiras, poderia viver somente de rendas, mas ficar em casa quando seus filhos eram ainda crianças acabaria o tornando um xarope. Resolvera ver como se sairia como técnico e até que deu bons resultados. Houve conquistas, decepções, aborrecimentos... Resumindo, houve experiências de vida.

— Quando não puder mais, pode falar! — gritou em uma direção.

Se Josito tivesse decidido viver somente de rendas a partir dos trinta e oito anos, provavelmente estaria agora gordo, deprimido e lembrado apenas pelos mais velhos.

— Passa a bola sem falta! — gritou.

Betá deu um belo toque por trás para um colega, que lhe devolveu logo assim que o percebeu se adiantando entre dois jogadores. Ele driblou um jogador e chutou; o goleiro espalmou para fora. Toda a comissão técnica, jogadores e torcida do America gritaram gol em vão.

Josito avaliava que Betá tinha futuro. Tivera de insistir um pouco para trazê-lo do Bonsucesso. Julgava-o incrivelmente disciplinado; não sabia dizer se devido à formação moral que tivera, ou se era dedicação para subir mais; sabia que Betá vivia falando em futebol europeu.

O técnico pediu a saída de um jogador, que cedeu o lugar para outro.

O America melhorara muito desde que começara a dirigir o time, mas considerava que o mérito não era exatamente seu; às vezes, quando se troca de técnico, o astral dos jogadores também muda. Ainda assim, não chegava aos pés do America, do qual se orgulhava de ter feito parte. Um esquadrão, que tinha Zico, Dinamite, Serginho, Cláudio Adão, Raul...

HISTÓRIAS ALTERNATIVASWhere stories live. Discover now