Capítulo 8

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Decisão da Copa do Brasil 2006 – Segundo tempo

(Betá e Vítor)

O segundo tempo começara havia dez minutos. Durante o intervalo, Reimman recebeu um sermão do técnico, que lhe chamava a atenção pela postura muito individualista; que, se não mudasse de mentalidade, não iria muito longe no futebol; lembrara também que beleza também ia embora com o tempo, fazendo o jogador se tocar de que futuramente ele poderia não ter fama nem assédio feminino.

O terror pareceu surtir efeito; assim que tomou posse da bola, Reimman deu início a uma tabela com outro jogador de branco. Ao passar a redonda para o outro cadete, avançou rápido, confiando que receberia a bola de volta, o que realmente aconteceu. Reimman avançou rápido e, driblando um americano, passou o esférico para outro do time ao notar que ele não estava bem marcado. Ao receber a bola de Reimman, o jogador driblou um zagueiro e chutou. O goleiro saltou, mas não conseguiu alcançar a bola, que só não balançou a rede graças a outro zagueiro ter interrompido o trajeto. Reimman rebateu; desta vez o goleiro alcançou a bola.

Enquanto a torcida do São Cristóvão se frustrava com o desfecho da jogada, Vítor mentalmente agradecia ao goleiro do America. Isso o fez se tocar de que preferiria ver o seu time perder um título a ver Reimman tornar-se herói de um título.

O America estava no ataque. O jogador que dominava a bola logo avistou Betá em boa posição, lançando-lhe a bola. Betá a recebeu e estudou o melhor ângulo antes de chutar. Após o chute, a redonda seguia o seu trajeto rumo à rede. Um jogador de branco conseguiu tocá-la com a cabeça. A bola continuou seu trajeto, mas, como a velocidade fora diminuída no caminho, houve tempo para que o goleiro a alcançasse.

Com a bola nas mãos, Júlio Cesar atentava para os jogadores de seu time. Avistou Ricardinho do outro lado do campo, livre de marcação. Chutou forte o esférico, que, após subir, desceu sendo recebido no peito por Ricardinho. O jogador avançou rápido e driblou um jogador e deu um chapéu noutro atleta de vermelho. Avistou Reimman em excelente posição, passando-lhe a bola. O destinatário ajeitou a redonda e chutou forte. A bola passou perto da cabeça do zagueiro. O goleiro não teve tempo de fazer muita coisa, e a bola balançou a rede.

Metade do estádio explodiu num grito de gol.

— Éééééééé do Sãããããão Cristóvããããããããão! — narrava um locutor exaltado.

Enquanto Reimman ia comemorar o gol perto de um letreiro, o holograma de Dom Pedro I dava cambalhotas; o holograma do diabo, na posição de deitado, estava como se esmurrasse o gramado diversas vezes.

Além do estádio, em diversos pontos do Brasil, torcedores comemoravam. Em Nova Iorque, na rua dos brasileiros, torcedores também comemoravam diante de um pequeno telão.

— Foi Ricardinho! É Ricardinho quem merece os créditos! — gritava Vítor. — Reimman apenas deu uma de oportunista!

Enquanto a torcida comemorava, Vítor sentou-se e cruzou os braços.

Após o gol, o São Cristóvão procurou jogar mais defensivamente. De vez em quando, o time de branco arriscava alguns ataques, de preferência quando a maioria dos atletas do time adversário estava aquém do meio de campo. Numas dessas tentativas, um jogador de branco avistou Reimman livre de marcação na área do adversário. Cruzou-lhe a bola, bem recebida por Reimman, que avistou um jogador de seu time em boa posição próximo à pequena área. Numa recaída de individualismo, preferiu seguir adiante com a redonda. Logo se viu bem marcado; não teve outra alternativa senão passar a bola para um jogador de branco que vinha atrás.

HISTÓRIAS ALTERNATIVASWhere stories live. Discover now