DESCOBERTAS DOLOROSAS.
Sinto-me como um animal enjaulado andando de um lado para o outro dentro desse apartamento. Já fiz tudo o que pude para ocupar o meu tempo e a minha mente enquanto aguardo o horário combinado para esse encontro. Mas, confesso que estou acordado desde às cinco da manhã. Fiz uma corrida matinal, malhei quase duas horas na academia do hotel, tomei um banho demorado e mergulhei no trabalho, mas parece que a porra do relógio não está colaborando comigo. A noite já não foi tranquila como eu esperava que seria. Simplesmente tive que secar uma garrafa de uísque para poder apagar literalmente e aqui estou eu, andando no meio do amplo quarto de hotel, com uma garrafa de sauvignon em uma mão e um buquê de rosas-vermelhas na outra. As suas preferidas. Penso movido pelo amor adolescente que um dia senti por ela. Volto a olhar o meu relógio de pulso e bufo irritado quando vejo que ainda são dez da manhã. Começo a repassar na minha mente as perguntas que não querem calar. Por onde anda a minha pérola? Esta será a primeira do meu itinerário. A saudade é tão grande que chega a me consumir por dentro, mas o receio de que ela tenha outra pessoa em sua vida me deixa sem estrutura. Não importa. Sei que um amor como o nosso jamais morre. Ele ultrapassa barreiras e é exatamente por isso que estou aqui. Fecho os meus olhos reprimindo a dor do passado. Se eu não tivesse sido tão rancoroso, teria voltado ao Brasil antes e tudo já teria se resolvido. Como pude me deixar levar pela conversa da minha mãe? Eu sempre soube que Enrico faria de tudo para nos separar.
- Preciso falar com a Rose - rosnei dando alguns passos decisivos em direção da porta do meu quarto. Minha mãe se posicionou na minha frente impedindo a minha passagem.
- O que está fazendo? - perguntou apreensiva. - Querido, eu preciso te falar uma coisa antes. - Notei que ela sentia receio e desviou seu olhar por questão de segundos.
- O que foi mãe? - perguntei preocupado e ela hesitou.
- A Rose... ela se foi - falou com uma determinação que eu desconhecia. A encarei confuso, com medo. Como ela sabe de nós dois?
- Não - disse com um tom firme. - Ela não faria isso comigo. - Dona Giovanna voltou a me olhar nos olhos, dessa vez com uma firmeza assustadora.
- Mas ela fez! - Sua voz tinha a mesma dureza do seu olhar. Senti o meu chão ser puxado de debaixo dos meus pés, mas me mantive impassível.
- NÃO! - bradei com desespero, a empurrando para que saísse do meu caminho e corri pelo longo corredor, descendo as escadas com pressa, para logo alçar o lado de fora da casa. Próximo à pequena casa, encontrei Josué cuidando dos jardins do casarão. Tomei a liberdade de me aproximar dele, mas Josué parece não notar a minha presença. - Onde está a Rose? - perguntei sem rodeios. O homem ergueu o seu corpo, tirando as luvas sujas e me encarou sisudo.
- Ela não está aqui. - Seu tom seco e rude era palpável.
- Onde? - insisti sem esconder a minha irritação. Seu olhar correu imediatamente para a janela atrás de mim. Eu o segui a direção dos seus olhos e encontrei o meu pai em pé, olhando nós dois através dos vidros transparentes. Voltei a encará-lo. - Não tenha medo, Josué, só me diga aonde ela está - pedi, mas sabia ser em vão. Enrico Fassini era conhecido por seu punho de ferro e por manter seus empregados no cabresto. Josué respirou fundo e me olhou nos olhos. Por um instante acreditei que falaria, mas me enganei profundamente.
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3. FRAGMENTOS DO PASSADO - APENAS DEGUSTAÇÃO.
RomantikAPENAS DEGUSTAÇÃO. ONDE ENCONTRAR ESSE LIVRO? ESSE E-BOOK ESTÁ DISPONÍVEL NAS SEGUINTES PLATAFORMAS: Amazon, Buenovela, Hinovel, Lera e Dreame. INTRODUÇÃO: Edgar Fassini é o filho único e herdeiro da fortuna Fassini. Um rapaz promissor, em quem o s...