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CONQUISTAS

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CONQUISTAS.

Dois anos depois...

— Mantenha os olhos fechados, Rose. — Ed pede com um tom meigo e baixo.
Estou ansiosa e. nervosa e apreensiva também. Faz dias que ele anda bem estranho, reservado e sempre ao telefone.
— Quando poderei abrir os olhos, Ed? — reclamo.
— Só mais um pouco, pérola. Não abra os olhos — repete. Sorrio por antecipação.
Em algum momento, escuto um barulho de algo sendo derramado, é um barulho bem sutil e inquieta, puxo a respiração lentamente.
Os anos se passaram lentos e felizes. Lucca já está andando e é um garoto muito esperto e falante. Há dois anos, Edgar entrou em nosso quarto com uma ficha preenchida na mão e juro que quase infartei ao perceber que se tratava de uma inscrição. E por causa dele, realizei um sonho de adolescência e fiz meu curso de gastronomia. É claro que no início fiquei receosa, pois o Lucca ainda eram bem pequeno e muito dependente também. Contudo, meu marido maravilhoso, fez questão de contratar uma babá que ficava sobre a supervisão constante de Germana e eu pude mergulhar de cabeça no meu sonho e sem medo. Faltam alguns meses para me formar e confesso que estou radiante por isso. Entretanto, não pretendo passar disso, quero ficar em casa, cuidar do meu filho e do meu marido, o resto, a felicidade dará conta. Penso.

— Já pode abrir. — Ele diz finalmente e meu sorriso se alarga, quando a sua mão desliza na frente do meu rosto, liberando a minha visão. Abro os meus olhos lentamente e meu coração falha. Como descrever para você o que estou sentindo aqui e agora? Eu não sei! Só sei que meu sorriso desfaleceu, meus olhos se encheram de lágrimas e o meu corpo inteiro estremeceu. Sem saber o que fazer, apenas levei as mãos trêmulas a minha boca e desviei o meu olhar, para fitar o meu marido que sorria lindamente para mim.

— Oh, meu Deus Edgar! — sibilei tão emocionada, que não consegui conter as lágrimas teimosas, que não paravam de cair e o abracei.

— Sabe quantas vezes sonhei em fazer isso por você? — Fiz não com a cabeça, sem me afastar dele. — Eu também não, mas posso dizer que desde que me confessou que sonhava com seu próprio restaurante — confessa e deixa um beijo casto em meu rosto. Afasto-me para olhá-lo e me surpreendo ao ver que não estamos sozinhos. Todos estão aqui.

— Isso é...
— O seu bistrô, querida. — Completa.

Vem, mãe! Venha conhecer o seu bistrô. — Ana me chama e largo o meu marido para entrar no prédio.
Seco as lágrimas com as costas de minhas mãos e me aproximo do lustroso balcão de madeira escura, tocando-o com as pontas dos meus dedos e penso que não acredito no que estou vendo. Fascinada, ergo a minha cabeça, encontrando um suporte da mesma cor do balcão, em forma de arco e com algumas taças penduradas nele, de vários tipos e tamanhos. Atrás do balcão tem algumas prateleiras com uma variedade de bebibas caras, as melhores do mercado. Penso pasma.
Giro em meu próprio eixo e admiro o enorme salão, com algumas mesas redondas, arrumadas com muito requinte. As cadeiras são acolchoadas. E as janelas de vidro transparente tem uma marca d'água com as siglas B.F.S. em um círculo e abaixo das letras um pendão de trigo se cruzando.

3. FRAGMENTOS DO PASSADO -  APENAS DEGUSTAÇÃO.Onde histórias criam vida. Descubra agora