Capítulo 4

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"O que fazes aqui?" ele gritou comigo. O meu corpo tremia.

"D-desculpa tio" a minha voz desafinou. O mesmo deu um longo suspiro e colocou as suas mäo na sua cara, virando-me as costas.

"Este sitío é perigoso Shannon!" ele virou-se para mim de novo e abriu os seus braços. Mas isto é só uma biblioteca. No entanto, uma biblioteca velha, muito velha "Desaparece daqui" assenti e o mesmo desapareceu em meros segundos, após ter corrido.

Voltei a subir o primeiro lance de escadas. Se ia fazer o que o meu tio me disse para fazer? Não, é obvio que näo. E ele prórpio devia de saber que não iria embora assim, sem mais nem menos. Por vezes sou bastante teimosa. Andei á medida da estante e á medida que os livros iam passando pela minha boa visão. Ouvi de novo um barulho. Olhei em volta e pedi a Deus que não fosse de novo o meu tio. Nada. Não havia nada nem ninguém aqui presente. Voltei a concentrar-me nos livros postos nas velhas estantes de madeira. De novo, um som foi ouvido. Olhei em volta e vi um objeto a mexer-se, sozinho, sem ninguém para lhe mover. Um livro caiu da estante e eu dei um pequeno salto. Senti o meu coração a bater fortemente no meu peito, parecia que a qualquer momento iria saltar, mas felizmente não o fez. Andei apressadamente até ao livro preto, um pouco desgastado até, e quando a minha pele lhe tocou uma forte brisa de ar correu pelo meu corpo, arrepiando cada milimetro da minha pálida pele. Peguei no livro e abei-o. Foram, agora, reveladas páginas amarelas e um pouco amachucadas pelo tempo que devem ter. Até eram bonitas, davam-lhes um efeito rústico.

Novembro 16, 1920. Nova Iorque.

O sol brilhava em Nova Iorque, era bonito, forte e um pouco quente. Era bom pois podia aquecer a cidade do terrível inverno que acabara de chegar.

Será isto uma espécie de diário? A data marcada a letras bonitas no cimo da página, mostrara que isto tem séculos. Um arrepio correu pela minha espinha quando pensei de quem isto pertencia.

Katy, a minha linda namorada, estaria á minha espera no enorme jardim, e frente do lago batizado por Jacqueline Kennedy Onassis Reservoir, perto do meu pequeno e velho apartamento.

 Espera, o quê? Eu tou a 2 minutos desse lago. Mais um arrepio correu todo o meu corpo. Olhei em volta para me certificar que ainda me encontrava sozinha e sim, ainda estava.

Ela é linda. Os seus cabelos são curtos e escuros da cor do carvão, e os seus olhos são da cor do mel, os olhos mais bonitos que já vi até hoje. Ela é alta, um pouco mais alta do que eu até, e tem 20 anos. Ela deixara a sua família no Texas e mudou-se para Nova Iorque há cerca de 4 anos. Ela viera morar com a sua tia Mia. Apesar da mesma não concordar com o nosso namoro, por eu ser 2 anos mais novo que Katy, nós nunca nos preocupamos. Afinal, ela é a mulher da minha vida.

Fechei o diário rapidamente quando ouvi o som da madeira velha do chão a rangir. Guardei o mesmo dentro da minha mala e corri o mais depressa possível fora daquela estranha livraria.

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