13. love

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Estávamos fugindo. Depois do roubo, não demorou muito para nossos rostos aparecerem nas televisões de toda Taft. Lembro muito bem como aconteceu.

Matty e eu voltávamos do cinema rindo de uma idiotice do filme, quando passamos diante à uma pequena lojinha de eletrônicos, com algumas TV's ligadas à diversos canais, quando eu empaquei ao ver meu rosto e o de Matty sendo noticiados.

Algumas pessoas pararam diante da vitrine, prestando atenção ao noticiário, enquanto eu e Matty corríamos até o carro.

"MERDA!" ele bateu no volante com força quando já estávamos na estrada em direção à casa de George.

Eu não falei muita coisa, apenas assimilava tudo o que estava acontecendo. Claro que seríamos procurados, roubamos uma grande quantia e Matty trocou tiros com um homem. Eles não tinham que deixar uma coisa dessas passar sem problemas.

Desde aquele momento tudo vem sido uma correria. Os rapazes vivem tensos e observando tudo com bastante cuidado. Nós passávamos agora mais tempo dentro do veículo do que parados em algum lugar descansando ou comendo.

Qualquer linha de raciocínio na minha cabeça foi quebrada quando Matty me beijou. Suas mãos agarraram meu rosto com tanto desejo que eu até estranhei um pouco.

"Ai meu Deus, George, pare no primeiro hotel que aparecer ou então eles vao transar bem aqui" ouvi Ross reclamar, me fazendo rir pelo nariz.

"Vai se foder" Matthew apenas parou o que estava fazendo para lhe dizer isto.

Dito e feito. Minutos se passaram e George estacionou em um hotel em uma cidade próxima. "Fiquem sabendo que parei porque estou cansado de dirigir essa merda de van" ele resmungou, batendo a porta.

Não levamos nossa bagagem já que iríamos partir pela manhã, levamos apenas o necessário.

Subimos para nossos quartos e o meu colega de quarto não perdeu tempo em voltar a me beijar.

"O que aconteceu com você?" eu ri, quando ele colou nossas testas.

"Não sei, B" ele sussurrou devagar. "Mas a vontade de ter você pra mim aumenta a cada minuto", completou do mesmo jeito.

Senti meu coração aumentar e minha respiração falhar. Com certeza meu rosto tinha uma expressão de surpresa tão forte que qualquer um perceberia. Eu gosto muito de Matty mas nunca achei que ele poderia fazer desse sentimento algo recíproco - nunca mesmo -, ouvir uma coisa dessa era como música para os ouvidos e uma pequena permissão para me deixar gostar ainda mais dele.

Passei meu braços pelo seu pescoço o puxando mais pra perto de mim, permitindo meu desejo crescer como como fogo em palha.

[---]

Estava deitada na cama olhando para o teto. O lençol cobria apenas da minha cintura para baixo, deixando meu tronco nu exposto. Eu tinha um cigarro entre os dedos e o fumava lentamente, pensando em como seria minha vida se não tivesse saído de casa.

Me permiti olhar para Matty ao meu lado, que tinha um dos braços em mim, em um abraço, enquanto dormia. Pensava também em como poderia ser a vida dele se não tivesse seguido o caminho que quisesse. Teria cursado alguma faculdade? Ou teria tentado um emprego em algum banco? Tentar pensar nisso era impossível pois eu não conseguia imaginar Matthew fazendo qualquer outra coisa a não ser o que venho acompanhando.

Algumas batidas na porta me despertaram e me coloquei de pé, vestindo a camisa do meu não namorado que ele usara no dia anterior.

"Está acordada" George sorriu ao me ver. "O café vai ser servido em cinco minutos e temos que sair logo daqui, acorde a bela adormecida" ele me deu um rápido abraço e então voltou para o quarto ao lado.

Fechei a porta e encolhi os ombros pensando no que acabou de acontecer. Sacudi Matty algumas vezes e ao me ver abriu um leve sorriso.

"Oi" disse, dando-lhe um rápido selinho.

"Oi" respondeu, sentando-se na cama.

Seus braços me envolveram e me puxaram para seu colo, deixando nossos rostos perto o suficiente para me perder em seus olhos. Senti seus lábios nos meus e não recusei o beijo. Sua mão passeou dentre as minhas pernas até me tocar, fazendo com que meu corpo reagisse automaticamente. Eu deixava alguns gemidos escaparem enquanto ele me estimulava.

"Temos que..." respirei fundo, "tomar o café" o resto da frase saiu em um sussurro ao sentir a mão de Matty se mover mais rápido.

Apertei seu cabelo amassado devido ao travesseiro e senti meu corpo responder cada vez mais àquela sensação maravilhosa.

"O café ainda estará lá quando terminarmos aqui" a voz profunda e baixa dele soou perto do meu ouvido causando um arrepio por todo meu corpo.

Não consegui evitar em gemer seu nome quando cheguei ao orgasmo, ele levou os dedos até a boca e os chupou, sem quebrar contato visual comigo. "Agora sim meu bom dia foi dado" ele comentou, beijando minha boca de forma rápida.

"Quem era na porta?" perguntou, me deixando levantar.

"George, ele disse tínhamos que tomar café logo para poder sair novamente" respondi, andando com ele até o banheiro.

Tirei a sua blusa ficando completamente sem roupa diante dele, assim como ele também estava.

"Abriu a porta usando apenas a minha camisa?" ele me olhou sem um sorriso no rosto, me fazendo rir por dentro.

"Não foi a primeira vez que aconteceu isso Matty" eu respondi, pegando em sua mão.

Ele murmurou algo que eu não prestei muito esforço em tentar ouvir. O puxei para debaixo do chuveiro e liguei, deixando a água cair em cima de nós dois. A fumaça começava a preencher o ambiente, e se eu pudesse nunca mais sairia desse momento.

Senti os braços dele passarem ao redor da minha cintura e colar nossas barrigas. Ele me prensou contra a parede gelada e sorriu antes de me beijar novamente. Passei meus braços em seu pescoço e não sei quanto tempo se passou dali até estarmos no salão aonde estava o café da manhã.

Aquela manhã estava diferente das outras. Matty estava me tratando diferente. Nós tínhamos uma relação onde ele demonstrava o que sentia, mas nunca desse jeito. Ele não andava muito de mãos dadas comigo em um local muito cheio, ou me dava beijos no rosto - até mesmo na boca - em público. Nossa relação era algo entre nós mesmos e os meninos praticamente.

Aquela manhã era algo que eu não gostaria que acabasse. Queria que depois dela tudo fosse igual, ou pelo menos parecido. Mas seria algo perfeito de mais. Seria algo muito fictício. Meu peito doía com o que eu sentia que estava para acontecer, mas o que eu poderia fazer era apenas viver aquela manhã como um dos melhores dias da minha vida.

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a/n

Olaaaaaa

o que acharam? aí gente estou voltando à ativa ein KKKKKKK

a história está chegando ao fim :( shit

bom, o próximo deve demorar uns 2/3 dias pra sair porque eu vou ter alguns compromissos.

love you
kisses <3

A Change of Heart ¡m.h!Onde histórias criam vida. Descubra agora