Capítulo 2

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               Elisa Maria

— Bom dia mamãe. Abracei minha mãe e me sentei para tomar café.

— Bom dia minha filha já acordada? É tão cedo ainda.

— Não consegui pregar o olho mãe, ontem quando voltava do trabalho vi um grupo de homens todos vestidos de ternos apontando em direção da vila, minha curiosidade foi tão grande que não consegui fechar os olhos de tanto que pensava qual era o propósito daquele grupo estar ali boa coisa não deve ser, será que aquela conversa de que uma empresa estaria interessada na compra da vila é verdadeira? Minha mãe me serve um copo de café e se senta junto comigo na mesa.

— Essa conversa surgiu naquele restaurante novo que abriu o Josué filho do seu Raimundo é garçom lá e ouviu um grupo de homens almoçando e comentando sobre o assunto, mas ninguém sabe na realidade se é verdade esse assunto. Tenho certeza que para a vila ser vendida todos nós temos que está de acordo não é filha? Não se preocupe meu amor, tome seu café seu pai e o seu irmão já saíram para pescar bem cedo ainda estava chovendo quando eles saíram. Vou até acender uma vela para pedir proteção para os pescadores não gosto que teu pai saia nesse tempo. Disse se levantando e indo até seu altar de oração eu admirava tanto a minha mãe era uma mulher de fé.

Terminei meu café, mas aquela sensação de que coisas ruins estavam para acontecer não saia da minha cabeça. Despedi-me da minha mãe e saí a caminho da ONG os moradores da comunidade me cumprimentam agradecendo por mais uma conquista as tubulações estavam sendo colocadas conforme o prefeito havia dito não me contive e caminhei até o canteiro de obras assim que cheguei o prefeito Olavo estava saindo quase esbarramos um no outro. Me desequilibrei e suas mãos me seguraram.

— Perdoe-me Elisa Maria não tinha visto você. Ele sorriu sem graça e eu fiquei observando o quanto seu sorriso é bonito. Não deveria pensar dessa maneira.

— Eu vim olhar a obra de perto apenas para me certificar que a vila iria receber as tubulações ainda hoje mesmo tem mais de três meses que eu encaminhei a solicitação para o seu gabinete.

— Perdoe-me pela demora, mas quando tomei posse no começo do ano à prefeitura estava uma bagunça só tive que me reunir com todos os trabalhadores para ficar a par da situação da vila dos pescadores, a cidade de Areia Branca estava esquecida pelo ex-prefeito, pois ela quase não aparecia nos relatórios, eu sei que você deve está pensando que eu estava com má vontade, mas não me leve a mal estou tentando ao máximo compreender tudo e deixar a vila como todos os moradores desejam.

— Tudo bem, espero que daqui para frente nossa vila receba as melhorias adequadas, peço que o senhor atente também para a construção da creche nós da vila ficaríamos gratos, principalmente as mães das crianças que precisam ir trabalhar e não tem com quem deixar seus filhos. O outro prefeito apenas fez promessas falsas, estamos depositando nossa confiança no senhor. Já ia saindo quando ouvi sua voz chamando meu nome mais uma vez.

— Elisa Maria. Parei me virei olhando em seus olhos.

— Pois não prefeito.

— Me chame de Olavo, o senhor está no céu. Disse brincando.

— Olavo. E você pode me chamar apenas de Elisa, quando me chama pelos dois nomes eu sinto que fui malcriada, era sempre assim que minha mãe me chamava quando eu aprontava alguma coisa, ela gritava Elisa Maria e eu já sabia que ia levar bronca. Sorri e ele me acompanhou com uma gargalhada gostosa.

— Se não me contasse que era uma menina malcriada eu jamais saberia tenho impressão que era uma menina bem comportada daquelas crianças que preferia estudar a estar correndo por aí. Ficamos nos encarando alguém chamou seu nome, ele se virou para o homem com uma prancheta nas mãos, assinou alguma coisa e eu segui meu caminho.

Jogo do Destino. Apenas degustação de 10 capítulos Onde histórias criam vida. Descubra agora