Maria Clara foi moldada na dor, no sofrimento e na angústia, e foi aí que ela aprendeu a ser forte e determinada, que não deveria ter misericórdia de ninguém, afinal, ninguém teve pena quando ela precisou de um carinho ou palavras de consolo.
"Eu tr...
As pessoas criam e alimentam seus monstros, fantasmas e medos; e, desnecessariamente, se matam com eles."
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Ali, trancada naquele quarto, ao lado do corpo da minha tia, chorei até não ter mais forças. Tudo o que eu queria, era morrer. Foi tudo minha culpa! Se eu não tivesse tentado fugir, isso não teria acontecido e ele não teria me obrigado a matar a minha tia.
Meu Deus, eu a matei!
Tento me levantar, mas tudo dói. Minha cabeça está uma confusão. Agora eu posso dizer que aquela pobre Maria Clara morreu, agora nasceu uma diferente. E eu vou acabar com a vida do Satã, pode anotar. Nem que pra isso eu precise virar o próprio diabo.
Ele me tirou tudo que eu tinha, a minha única família. Mas ele vai pagar, eu vou pegar tudo de volta e ainda vou o ver morrer. Ah! Se vou... Vou ter o prazer de enfiar uma faca em seu coração e esmagá-lo com minhas próprias mãos.
Levantei, dando um beijo na testa da minha tia, prometendo vingança por ela.
Assim que fico em pé, olho o lugar que ele me trouxe. Posso ver que é um lugar horrível, mas tenho que sair daqui.
— Alguém me tira daqui, por favooor? — grito, batendo na porta.
Mas ninguém me ouviu, ou se ouviu, não responderam. Me sentei novamente naquele chão, olhando para o corpo da minha tia na minha frente.
— Eu te prometo, tia, ele vai pagar por tudo o que te fez, eu juro. — cai em lágrimas novamente.
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Satã.
Saí direto pro morro do Capeta, tenho assuntos a tratar com aquele filho da puta, urgenteee.
Ao parar na contenção do morro, dois vapores já vinham ver quem era, mas assim que me viram, deram passagem. Segui pelo caminho já conhecido por mim. Ao entrar na boca, vejo o Zezinho, braço direito do Capeta. Ele tava sentado com um beck na mão.
— Cadê o filho da puta do Capeta?
— Qual foi, Satã, ele tá na goma dele.
— Qual foi, o caralho! as armas que vocês mandaram tão tudo estragada, tão tirando com a minha cara, porra? — pergunto, já puto.
