Tudo começa com uma decepção...
Botei aquela nossa música preferida de fundo, deixei que ela carregasse minhas palavras para fora do meu ser, deixei ela dançar por sobre minha folha de rascunho com minha tristeza ao te lembrar. Ela soube guiar os passos da minha caneta, desviando das lágrimas que inundavam e afundavam o papel, enquanto minha mente vagueava por entre os milhares de motivos que nos levaram ao fim.
O problema, é que eu não gostava dessa distância, e eu não falo de quilômetros, falo de como a tua ausência pesava quando eu deitava no travesseiro e percebia que mal havíamos trocado duas palavras. Eu não gostava dessas incertezas que tu plantava dentro de mim, quando eu só queria colher certezas. E essas incertezas me levavam a imaginar de que o futuro era inexistente quando se tratava de nós.
A ideia de você se afastar para nunca mais voltar, me arrebentava por dentro, mas eu sabia que era inevitável. Por consequência, eu me afastava. Me afastava querendo antecipar minha dor. Me afastava com as paranoias, com as inseguranças. Sofria em silêncio para você não saber que andava chorando por algo incerto. Mas em minha mente, era como se o fim estivesse a dois passos de nós. E isso me doía. Me causava insônia. Me assustava.
Por fim, fixei as palavras que saíram de sua boca em meu papel e as tornei infinitas, para que assim eu pudesse entender, que as palavras ditas por você são como um barco a navegar em tempestade instável.
Deixei meu barco afundar na confusão da sua voz ao me dizer coisas que não sei suportar. Era o fim.
Ancorei meu barco no cais errado e acabei adentrando no caos da tua mente.
Parti de lá, tendo a certeza de que ali não era o meu lugar.
Segui viagem, em busca do meu verdadeiro lar.
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Na Órbita de Nós Dois
Poezja"Alguns amores são espinhos Alguns amores são esquecidos Alguns amores são dolorosos E amores assim não são amores São ilusões Mas o amor em si Na sua grandiosidade Está na simplicidade O amor é um arco íris no céu Que se forma depois de uma tempest...