Seus braços, meu refúgio preferido para acalentar minhas tempestades emocionais; o tornado de emoções excessivas que fazem meu eu entrar em colapso com as crises da vida, o nevoeiro de pensamentos tão mais confusos e complexos que um labirinto, os trovões carregados de medos escondidos, os relâmpagos de tensão que me dominam, desabo como a chuva após um dia calorento.
Seus braços, âncoras que fazem meu barco permanecer estável, que me trazem o afago capaz de restabelecer minha vontade de querer viver e não desistir.
Seus braços, que sempre fazem questão de me circundar fortemente, a fim de que os cosmos não me tirem de sua órbita em rotação com a minha.
E quando o cair da noite se aproxima, pesando nossas pálpebras já cansadas, tudo o que desejamos é deleitar um ao lado do outro e embarcar na mais profunda paz. Assim, nossos corpos se moldam, em forma de concha, de abrigo, conversam entre si no silêncio da madrugada, expressam de forma tão íntima a confiança que se é colocada um no outro para sermos resguardo na calada da noite.
O calor que emana dos teus poros entra em contato com a ardência de minha pele, mantendo-me aquecida, não só de corpo, mas de alma, borbulha meu sangue, derrete as camadas de gelo do meu coração, faz primavera em meu interior, nascem margaridas onde já se foi plantado dor.
Seus braços, meu paraíso na Terra.
E quando estou em seus braços, não há brigas, intrigas, mentiras, há apenas nós dois, perdidos no embalo de nossas respirações tranquilas e profundas, sossegando o caos da mente, viajando pelos milhares de planetas que compõe nossa galáxia pessoal, velejando os sete mares, fico planando por sobre as águas calmas do teu oceano interior, flutuo sobre o céu e me perco na imensidão do nosso amor.
Mas não há lugar no universo capaz de me promover tamanha segurança como teus braços me proporcionam.
Seus braços, que são como muros que me protegem das ameaças do mundo, que são como cobertas que nos asseguram de que nada pode nos atingir no escuro.
Seus braços, onde eu me desfaço ao anoitecer e renasço, como uma fênix em suas próprias cinzas, ao amanhecer.
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Na Órbita de Nós Dois
Poesia"Alguns amores são espinhos Alguns amores são esquecidos Alguns amores são dolorosos E amores assim não são amores São ilusões Mas o amor em si Na sua grandiosidade Está na simplicidade O amor é um arco íris no céu Que se forma depois de uma tempest...