Prólogo.

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Olá galera! Como vocês estão? Aqui vai o prólogo para vocês terem um gostinho do que a história vai abordar. A foto é uma representação da matriz da Millennium.

Enfim, bom capítulo a vocês e espero que gostem tanto quanto eu estou gostando de escrever. 


                                                                      ......


Minha respiração estava acelerada, meus batimentos cardíacos estavam em ritmo irregular, a pele exposta do meu rosto e mãos estavam recebendo as grossas gotas de chuva que caiam do céu. Parece até clichê mas Nova York não seria a mesma se não estivesse chovendo quando eu mais estava precisando do céu limpo. Estava atrasada para minha entrevista de emprego e essa era bem mais importante do que as outras que eu fiz, precisava desse estágio, ele seria decisivo para o meu currículo, se eu conseguisse estagiar em uma das maiores empresas de arquitetura do EUA, além de ter no meu currículo o tempo de estágio, o aprendizado que eu poderia ter é inegavelmente a melhor coisa da minha vida.

Passo por entre as pessoas o mais rápido que consigo e logo estou de frente com a fachada do prédio da Millennium Architecture&Design, eu tinha que tirar o chapéu para o dono dessa empresa, a arquitetura do prédio é linda e não existe nada igual em Nova York. O prédio tinha 45 andares em formato quase cônico, a fachada é extremamente moderna e futurista -o que condiz com o nome escolhido para estampa-la- a visão que o arquiteto teve foi espetacular dado a época que esse prédio foi construído, olhando para cima dava a impressão que ele é infinito e vai direto para o céu, simplesmente magnífico. Adentro o local arrumando meus cabelos bagunçados por conta da chuva e da corrida, tento regular minha respiração e vou até a recepção da empresa e falo para a recepcionista que vim pela entrevista de estágio, ela logo pega um crachá de visitante e me entrega, liberando assim minha entrada para o setor onde está acontecendo as entrevistas. Depois de pegar o elevador e subir 12 andares chego a sala onde os outros candidatos estão esperando para serem entrevistados, me dou conta de que são muitos, meu nervosismo que até então estava escondido resolve aparecer e faz minhas mãos suarem, tento acalmar a mim mesma porque definitivamente o nervosismo não pode tirar a maior chance da minha vida.

O tempo vai passando e conforme os candidatos vão sendo entrevistados eu fico aliviada, pois pelas expressões deles noto que o resultado não foi tão bom. Felizmente chega minha vez, arrumo minha roupa antes de entrar na sala e assim que entro dou de cara com um senhor e eu sei exatamente quem ele é, meu nervosismo que eu tinha consigo controlar volta novamente, a expressão séria no rosto dele não me ajuda em nada mas apesar de sério a sensação que ele me passa é de conforto, o que de certa forma acaba diminuindo um pouco meu nervosismo. Diria que ele tem no máximo 45 anos, os cabelos com alguns fios grisalhos estão perfeitamente arrumados, o terno cinza grafite está alinhado, a gravata azul combina perfeitamente com o terno, e sua postura é com certeza de um homem de negócios. Sento na cadeira vazia de frente para ele e coloco minha bolsa na cadeira vazia ao lado da minha.

- Bom dia, Senhorita Jauregui, me chamo Damian Olvera. – Ele estende a mão em forma de cumprimento e eu retribuo seu aperto de mão.

- Bom dia, Senhor Olvera, o prazer é meu em conhecê-lo.

Damian Olvera é o dono da Millennium, nascido e criado no Brasil, ele buscou desde sempre estudar para se tornar o grande arquiteto e consequentemente o dono da melhor empresa de arquitetura dos EUA, e uma das melhores do mundo. O que ele fez e faz na arquitetura é simplesmente magnífico, seu trabalho é fantástico e saber que o meu ídolo e inspiração para a minha futura profissão está me entrevistando, é a maior honra que eu poderia ter.

- Vejo que está cursando a faculdade de arquitetura na Columbia e está no quinto período, isso é ótimo, já que para se candidatar a essa vaga o mínimo exigido era está no quarto período. – Diz ele olhando para, o que parece ser, uma cópia do meu currículo. – Pelo que vi aqui senhorita Jauregui, você tem a melhor nota da sala e belas recomendações dos seus professores, mas eu gostaria de saber uma coisa... Porque você escolheu a arquitetura?

Seu olhar é certeiro, dá pra ver em sua expressão que ele não aceitará qualquer resposta básica ou clichê vinda da minha parte, então resolvo fazer o que não fiz em nenhuma das entrevistas anteriores, resolvo falar da arquitetura com toda minha paixão pela mesma.

- Bom senhor Olvera, desde pequena eu tinha uma paixão pela arte, seja ela em pinturas clássicas, em desenhos de histórias em quadrinho, ou até mesmo em desenhos de crianças, a arte fez parte de mim desde que eu consiga me lembrar. – Faço o breve pausa buscando as melhores palavras para continuar minha explicação. – Quando eu tinha 10 anos eu vi uma planta baixa, bem básica por sinal, em um livro e aquilo de certa forma me interessou, eu fui atrás de buscar mais informações e descobri que fazia parte do mundo arquitetônico aquela forma de arte... Quanto mais eu pesquisava sobre a arquitetura mais eu ficava apaixonada, então com meus 12 anos eu já desenhava plantas baixas, prédios, fachadas de casas, desenhava tudo, não tinha muita noção de tamanho sobre os elementos e nem fazia nada em escala, eu desenhava pelo prazer de desenhar. Meus pais viam o quanto eu estava sempre estudando sobre a arquitetura e quando eu falei para eles que iria cursar arquitetura na faculdade eles não ficaram surpresos, me apoiaram e me deixaram seguir meu sonho. – Respiro fundo e vejo o quão concentrado ele está em minha explicação. – A arquitetura significa para mim mais do que uma arte, é uma forma de amor, através dos projetos e das construções conseguimos transmitir uma felicidade a alguém, podemos tornar o sonho das pessoas em realidade e isso senhor Olvera, não tem preço.

Termino minha explicação com uma certa emoção, acho que nunca fui tão sincera em relação a arquitetura quanto fui agora. Damian fica calado pelo que parece ser horas mas são apenas alguns segundos, ele me avalia e percebo que ele está resolvendo algo internamente, ele finalmente dá uma última olhada em meu currículo e volta seu olhar para mim.

- Parabéns senhorita Jauregui, está contratada. Seja bem vinda a equipe Millennium, você começa amanhã.




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