2. Alexandria.

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~Kylie

Depois de um tempo seguindo Rick e Daryl, paramos em frente a um portão de ferro. Fico parada esperando alguma coisa acontecer, eles não vão abrir isso não?
Antes que eu possa pensar mais, um garoto com chapéu e cabelo escuro até mais ou menos o ombro abre o portão, sem olhar pra mim. Olho pra Rick e ele faz sinal para que eu seguisse ele, assim fiz.

Um pequeno grupo de pessoas param à minha frente, Rick e Daryl ficam ao meu lado.

-Kylie, preciso que me entregue suas armas, por precaução. -Rick fala e estende sua mão pra que eu possa colocar minha arma ali. O olho com um pouco de receio.

-Você é surda ou o que? -O garoto que abriu o portão diz e olho pra ele. Ainda existe beleza nesse mundo. Mas digamos que essa beleza não tem um pingo de educação, e nem um olho. Se eu sou surda, você é cego.

-Carl. -Rick o repreende.

Reviro os olhos e boto minhas armas em sua mão, se tentarem alguma coisa comigo, vão aparecer mortos no dia seguinte.

-Bom pessoal, essa é a Kylie. Kylie, esses são Maggie, Enid, Michonne, Glenn, Carl, Carol, Sasha, Tara, Denise, Rosita, Eugene, Abraham. -Rick diz apontando pra cada um, em ordem.

Continuo olhando pra cara das pessoas sem expressão nenhuma. A única pessoa que eu confiei nesse tempo todo, queria me atrair pra depois conseguir me fazer de jantar.

Flashback On

-O que você propõe? -Pergunto imóvel ainda amarrada à árvore, enquanto o homem que havia me capturado tragava o cigarro entre seus dedos.

-Ou você vem comigo e me ajuda a caçar. -Ele aponta pra um esquilo com uma faca no meio pendurado na árvore próxima da minha. -Ou você vira churrasco. No caso, meu jantar. -Ele olha pro homem sem braço ao meu outro lado, pega um galão, provavelmente de álcool, e derrama em cima da cabeça e do corpo do rapaz, enquanto o mesmo chorava pedindo misericórdia. Eu fiquei boquiaberta, como o ser humano pode ser tão podre a ponto disso?

-Esse aí não presta. -O homem dá uma última tragada em seu cigarro, olhando fixamente pro mesmo entre seus dedos, logo jogando em cima do rapaz amarrado. Seu corpo se acendeu na hora ao meu lado. Enquanto a mim, fico chocada com o que estava presenciando.

O rapaz gritava de desespero ao meu lado, enquanto seu corpo era queimado por inteiro. Olhei pro homem em pé e o mesmo parecia se divertir com o que via. Tento virar o rosto para o lado oposto e tentar ignorar o cheiro horrível de corpo queimado. Mas sinto dedos gelados em meu queixo, me forçando a ver a cena horrível.

-Você decide. -É possível sentir seu hálito cheirando a cigarro de longe. Nesse momento começo a tentar desamarrar a corda que mantinha minhas mãos presas uma na outra.

-Tudo bem. -Solto um ar pesado "derrotada", e o homem me encara confuso.

-Tão fácil? Esperava mais. -Ele diz se afastando. -Bom, ponto pra mim. -Ele sorri forçadamente. -Vou dormir. -Vejo-o entrando dentro da cabana, e logo fechando o zíper da mesma.

-O que? Vai me deixar aqui? -Pergunto e recebo o silêncio em resposta. -Não vai querer ajuda na caça? -Pergunto novamente e o homem abre a cabana, vindo em minha direção com uma faca na mão. No mesmo instante engulo em seco.

-Se vier algum canibal, é só matar. -Ele deixa a faca do lado de minhas pernas. Esse cara é bem mais burro do que eu pensava. -Passar bem. -O homem se afasta e entra na cabana novamente.

Tento mexer as pernas para empurrar a faca para mais perto de minhas mãos, e por incrível que pareça, eu consegui. Tentava cortar as cordas que prendiam minhas mãos o mais rápido possível. Eu podia ouvir grunhidos de errantes nem tão longe. Apenas faltava uma corda para eu me livrar. Meu coração pula quando ouço um grunhido do meu lado. O errante infelizmente me enxerga e vem em minha direção, me obrigando a chutá-lo. Quando termino de cortar a última corda, ouço passos atrás de mim, me viro vendo outro errante. Enterro a faca na cabeça do mesmo que cai próximo à mim, enquanto me apresso para cravar a faca na cabeça do que eu estava chutando a um tempo. Quando acabo o meu trabalho sujo, corro pra bem longe daquele lugar, tropeçando de vez em quando. O que eu mais queria era um lugar seguro para ficar.

Flashback Off

-Preciso ir ver Judith. Ahm... -Rick parece querer escolher alguém. -Carl, pode mostrá-la a comunidade por favor? -Rick diz e o garoto assente. Vejo a tal Enid sair andando pra longe, sem falar nada.

-Espera, mas e minhas armas? -Pergunto olhando pras mesmas na mão de Rick.

-Quando você for sair, ou pegar suprimentos com o grupo, elas estarão disponíveis. -Rick diz se virando e indo.

-Vamos. -Carl passa por mim, presumo que devo segui-lo.

Estávamos andando pela comunidade e percebo que esse lugar deve ter sofrido algum ataque recentemente. Muitas pessoas levantando partes dos muros e trabalhando. Será outro grupo? Não, duvido muito que muitas pessoas tenham sobrevivido a epidemia.

-Posso... perguntar uma coisa? -Digo e Carl me olha.

-Já perguntou. -Carl volta a olhar pra frente. Reviro os olhos.

-Entendo que não deve ter uma boa impressão de mim por eu ter chegado agora, mas não precisa ser tão ignorante assim. -Falo gesticulando. Carl me olha e para, respirando fundo.

-O que quer saber? -Pergunta botando as mãos na cintura.

-A comunidade. Aqui foi invadido? -Pergunto olhando em volta.

-Logo você irá saber. -Diz e volta a andar. Dou de ombros e o sigo novamente.

Enquanto andávamos, vi uma parte dos muros onde estavam vários nomes em sequência, e de título "Em nossa memória."

-Familiares? -Pergunto apontando pro muro e Carl nega.

-Pessoal da comunidade. Eram importantes. -Ele diz adentrando em uma das ruas, e logo depois parando em frente a uma casa grande.

-Chegamos, qualquer coisa é só chamar meu pai. -Carl sai andando, me deixando na frente da casa. Ele acha realmente que eu sei quem é o pai dele.

Dou de ombros e começo a encarar a casa em minha frente. Fazia tanto tempo que não via casas limpas assim.

Quer saber? Deixa pra depois.

Não vou simplesmente entrar na casa, vou andar pela comunidade pra ver como as coisas funcionam, por curiosidade.

(...)

Continua...

~Autora

*Olá anjos!! Sei que vocês devem ester meio confusos, mas enfim. A história se passa durante o tempo depois que Alexandria foi invadida pelos walkers, por isso Carl já havia perdido o olho. E se houver pedidos, posso deixar alguns personagens vivos por mais tempo, e enquanto o rumo da história, deixem comigo! Vocês irão entender essa versão pelo longo da história!
Votem, comentem, e aproveitem a história!
Beijos amores!*

Loving In Hell • Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora