Passive

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Me mudei para o apartamento de Barnes antes de Tony se mudar para a nova casa com Pepper, não queria atrasá-los nem nada. E tinha que me mudar antes que tivesse a chance de pensar melhor e ver como era uma péssima ideia.

Já era companheiro dele há alguns dias e ainda não tinha se provado uma má ideia. Mal o vi nesses dias, apenas vi os rastros da sua existência pelo apartamento e o cheiro de cigarro que o acompanhava.

O apartamento não era muito grande, mas era aconchegante. A cozinha já era logo ao lado do hall de entrada, frente ao hall tinha a sala. Um breve corredor dividia nossos quartos, que ficavam de frente um para o outro, e no final dele tinha o único banheiro da casa.

Natasha ainda não tinha levado todas as coisas quando eu me mudei. Algumas roupas, acessórios e pôsteres na parede tinham ficado para trás.

Tony foi fortemente contra a mina mudança. Seu drama chegou ao ponto de ameaçar romper o noivado para voltar a morar comigo e "me impedir de ir morar com um maníaco (potencial) homicida".

Dramático, mas não vou negar a possibilidade de estar certo na parte do "maníaco homicida".

- Não vou deixar que faça isso! – Tony esbravejou.

- Não é bem sua escolha, não é mesmo? Não há nada que você possa fazer. – falei mais uma vez, a paciência se esgotando.

Enquanto Tony fazia seu show de drama, eu dobrava as minhas roupas e enfiava numa mala.

- Isso é uma vingança, não é? – me agarrou pelos ombros e me virou de frente para ele – Você está me punindo por toda a história de sábado e por ter te abandonado e estar me mudando!

- Anthony, - respirei fundo – Tenho algo muito importante para dizer, seja forte, - ele engoliu em seco e eu segurei suas mãos que agarravam meus ombros – Nem tudo é sobre você.

- Ugh, Steve! – ele me soltou e se afastou alguns passos.

- Você não me traiu, Tony, não me sinto traído de forma alguma, nem abandonado. Se quero me mudar logo é porque quero essa situação resolvida o quanto antes. E quanto à Barnes, já te contei o que aconteceu e é um apartamento bacana.

Meu coração se apertava um pouquinho mais a cada roupa que eu colocava na mala. Não tinha nenhum tipo de sentimento ruim por Tony ou Pepper ou pela decisão de morarem juntos; mas deixar de morar com Peggy tinha sido mais fácil porque eu estaria com Tony, agora não estaria mais.

A parte de o meu novo colega de apartamento ser uma ameaça à minha vida era algo que eu tentava a todo custo não lembrar. E com toda aquela situação com Thor, mostrei ao Barnes que, se ele quisesse me bater, acabaria apanhando também.

Mesmo que só um pouco. Eu daria trabalho.

- Com você se apressando para cair fora eu quase me esqueci de Thor. Se antes você estava morto por conta do Barnes, agora é pelo Thor. Você se acerta com um e arruma briga com outro, o que será de você sem mim para te manter fora de problemas, Rogers?

- Já quebrei o braço dele uma vez, posso quebra-lo de novo. E você me coloca em mais problemas do que eu consigo sozinho.

- Certo, Chuck Noris.

- Tony, você podia ter um pouquinho mais de fé em mim.

A porta do quarto de Bucky estava sempre sempre fechada; podia contar nos dedos quantas vezes o havia visto pela casa: saindo do banheiro, saindo da cozinha, saindo da janela da sala depois de fumar e saindo de casa. Ele estava sempre saindo dos cômodos pelos quais eu estava passando; nunca tínhamos ficado no mesmo ambiente por mais de alguns instantes e não havíamos trocado muitas palavras também. Mas Buck não era o monstro que sua reputação sugeria, ou pelo menos ainda não tinha se mostrado monstro.

Cocaine Cowboy | stuckyOnde histórias criam vida. Descubra agora