Handshake for the Fist

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Mais uma vez na minha vida eu me encontrava no banheiro ao lado da privada depois de uma noite de bebedeira. A diferença era que dessa vez não era a minha cabeça enfiada na privada.

Era a de James.

Eu já tinha bancado a enfermeira dele esses dias por causa de cocaína; agora tinha que fazer a babá dele por causa do porre.

Eu certamente joguei pedra na cruz na vida passada. No mínimo.

A bicha não teve o menor bom senso na hora de beber, era dose atrás de dose. Era para ter sido um rolezinho light: dançar um pouquinho, tomar um gole ou outro no máximo e voltar para casa a tempo de dormir cedo para ter aula no dia seguinte.

Mas James tinha outros planos para a noite. Tomou toda e mais um pouco e voltou carregado.

Literalmente.

Por mim.

A gente teve que arrastar um James completamente bêbado até o carro, ele esperneava que não tinha terminado ainda e que tinha muito para beber. Custou para conseguirmos enfiar ele no carro e prender o cinto. Nos primeiros segundos ele estava todo serelepe, mas logo ficou enjoado e começou a passar mal. A pequena vitória do dia tinha sido que o encosto esperou até chegarmos no banheiro de casa para começar a vomitar.

Se Barnes tivesse vomitado em mim no carro eu seria obrigado a mata-lo ali mesmo.

Aquela noite já estava fora do controle o bastante. Estava demais para a minha cabeça.

Não fazia parte dos meus planos dançar com ele, especialmente não tão perto e com toda aquela intensidade. James parecia cada vez menos com um heterossexual e heteros curiosos e confusos não era algo que eu gostaria de me meter de novo. Já tinha aprendido a lição.

Hetero é só dor de cabeça.

E certamente eu também não estava preparado para a reação que aquilo tudo me causou. Cada centímetro do meu corpo vibrava, estava a ponto de entrar em combustão espontânea; o ar parecia se negar a entrar nos meus pulmões. E ao mesmo tempo uma sensação inquieta e gelada queimava no fundo do meu estômago e ameaçava subir congelando pela minha garganta. As pontas dos meus dedos formigavam e pediam pelo toque.

Mas o pior era que quanto mais perto James chegava, mais perto eu o queria.

A sensação era parecida com uma terrível crise de ansiedade, como as muitas que tive na adolescência. Mas completamente diferente ao mesmo tempo. Algo como, não borboletas, mas todos os tipos possíveis de insetos me corroendo de dentro para fora.

Credo.

Barnes conseguia despertar as coisas mais esquisitas em mim.

Espero que nunca mais se repita.

De volta ao presente momento.

Barnes não parava de vomitar um segundo, não sabia nem como ele ainda tinha o que por para fora. Eu apenas sentei no chão ao seu lado depois de abrir bem a janela, coloquei minha mão nas suas costas e vez ou outra falava algumas palavras de incentivo como "isso, bota tudo pra fora, poc".

Finalmente o moreno terminou o descarrego e despencou no chão ao lado do vaso sanitário.

- Ai, ai, Bucky – peguei uma toalha molhada e limpei seu rosto pálido – O que seria do grande Soldado Invernal se seus fãs te vissem nesse estado deplorável?

James praguejou qualquer coisa sem nenhum sentido; seu corpo estava todo mole. Ponderei por um momento o que fazer e decidi dar uma boa chuveirada gelada no beberrão.

Cocaine Cowboy | stuckyOnde histórias criam vida. Descubra agora